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Ensaio Critico Sobre o Desenvolvimento e o Bem Viver como alternativo

Por:   •  21/4/2022  •  Resenha  •  2.104 Palavras (9 Páginas)  •  149 Visualizações

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Universidade federal da bahia - Ufba[pic 1]

CURSO DE economia

taylene xavier dos santos

Ensaio critico sobre o desenvolvimento e o Bem Viver como alternativa ao desenvolvimento

SALVADOR

2021

Ensaio critico sobre o desenvolvimento e o Bem Viver como alternativa ao desenvolvimento

Taylene Xavier

Resumo:  Quando se pensa em desenvolvimento há uma forte tendencia em associar como algo positivo, pois entende-se desenvolvimento como um processo de melhoramento de uma determinada situação, ou como, a saída de determinada posição para outra melhor. No entanto, quando pegamos o contexto atual mundial do capitalismo moderno-colonial pode-se notar que o fenômeno desenvolvimento vem acompanhado de um grupo de contradições. Por diversas vezes nota-se que por trás da ideia desenvolvimentista tem o interesse do capital, trazendo em si falsas promessas de melhoria, mas sua pratica, muitas vezes, há notórias controvérsia. Então, neste ensaio a ideia é propor um debate sobre o desenvolvimento, principalmente sobre as consequências desse pós desenvolvimento contemporâneo, e debater uma alternativa ao desenvolvimento através da ideia do “Bem Viver”.

Palavras-chave: Desenvolvimento; Bem-Viver; Capitalismo;

Abstract: When one thinks of development there is a strong tendency to associate as something positive, because it is understood development as a process of improvement of a given situation, or as, the exit from a given position to a better one. However, when we take the current world context of modern-colonial capitalism it can be noted that the development phenomenon is accompanied by a set of contradictions. On several occasions it is noted that behind the developmental idea has the interest of capital, bringing in itself false promises of improvement, but its practice, often, there is notorious controversy. So, in this essay the idea is to propose a debate on development, mainly about the consequences of this contemporary post-development, and discuss an alternative to development through the idea of "Living Well".

Keyword: Development; Well-Living; Capitalism;

INTRODUÇÃO

A sociedade do consumo coloca em risco a permanência da vida no planeta. Todos os dias ao assistirmos ao noticiário nos deparamos com alertas sobre as, possíveis, consequências do desenvolvimento para o planeta, através da exploração do ser humano, extração de recursos naturais, entre outros. Segundo Gudynas, deve-se superar a visão clássica do desenvolvimento como sinônimo de progresso e crescimento econômico. Pois, sabemos que até o momento os limites para o desenvolvimento não são concretos, mas condicionados pelo nível tecnológico, pela forma que a sociedade se organiza, intervenções ambientais e como o meio ambiente absorve os impactos causados pela intervenção humana.  

Na década de 40 começaram a se formalizar as concepções moderna sobre o desenvolvimento. E então, começou a se definir ao desenvolvimento como o seu inverso, subdesenvolvimento; então, passou-se a ter como referencial os países industrializados, juntamente, com sua forma de governo e seus referenciais culturais como um exemplo de desenvolvimento a ser seguido pelos países subdesenvolvidos.

Neste sentido, os países subdesenvolvidos, a exemplo disso a América Latina, deveria seguir um composto de políticas e instrumentos para que pudesse sair do desenvolvimento e chegar ao tão sonhado estado de desenvolvimento. Mas o ponto é que muitos países usaram dessa alavanca, mas muitos poucos conseguiram êxito de fato. Segundo José María Tortosa, o que se pode observar no mundo é um mau desenvolvimento, já que “o funcionamento do sistema mundial contemporâneo é “mau desenvolvedor” em sua própria lógica e se baseia em uma ideia de “eficiência que trata de maximizar os resultados, reduzir custos e obter a acumulação incessante de capital” (no sentido de Tortosa, 2008).

Pode- se observar que o padrão de desenvolvimento capitalista, desde o pós-guerra, alcançou níveis altíssimo de avanços científicos e tecnológico e com isso o crescimento econômico, mas ao mesmo tempo, piora na desigualdade na distribuição de riqueza, agravamento da pobreza e fome e finalmente, fortalecimento de polos de poder, entre outros.

Em particular, o processo de implementação da equidade orientada para o sistema de proteção social, erradicação da pobreza e inclusão, exigem um esforço orçamental significativo e construção de consenso entre diversas instituições e agentes públicos e privados para permitir a reunião de esforços que convergem em um pacto social e fiscal que irá permitir-lhe viabilidade e sustentabilidade ao longo do tempo (CEPAL, 2014, p.10).

Com a certeza das contradições do desenvolvimento, desde 1960 começou a surgir debates com abordagens alternativas de desenvolvimento. Passou a encorpar ideias de sustentabilidade e ideias mais humanitárias. Porem, se manteve as bases: mercado, capital, modernização e crescimento, de destinando aos mesmos objetivos. Essas novas abordagens acabam escurecendo as reais faces prejudiciais do desenvolvimento, amenizando seus efeitos destrutivos ao ser humano e a natureza, mas promove a perpetuação da mesma logica de poder.  Trazendo versões “economicistas que traz a ideia desenvolvimento atrelado a elevação do Produto Interno Bruto, desenvolvimento humano, nova ordem internacional, ecodesenvolvimento”.

O liberalismo burguês propaga um modelo de bem-estar e boa vida quase inatingível que tem seu referencial no sonho americano de estilo de vida e consumo, que tem seu preço cobrado com saúde mental. Incentivos irreais para se atingir o nível de consumo e produções de países referencia em desenvolvimento, que geram frustações ao não o atingir, e como consequência um vazio de um estilo de vida individualista e consumista, agravando anualmente os índices de doenças mentais e prejuízos a saúde.

O presente artigo tem como objetivo destacar algumas ideias enfocada na alternativa ao desenvolvimento, a fim de apresentar o paradigma do Bem Viver e assim, reforçar a coerência teórica das práticas de resistência e racionalidades alternativas.

O SURGIMENTO DO BEM VIVER

O Bem Viver não tem de fato um escopo metodológico e significado bem defino. É uma ideia contemporânea que surgi com o rompimento do saber do que seria o desenvolvimento na visão capitalista e assume a existência de outras racionalidade e visões de mundo. Então se abre a visão de “janelas de oportunidades” (SANTOS, 2016). Começa a ganhar espaço a diversidade epistemológica – dando centralidade aos saberes e vivencia da visão de mundo dos povos marginalizados.

Então a origem do Bem viver, apesar de não ser bem definido, acredita-se que tenha sua origem na América do Sul, na região Andina , e o conceito está segmentado em vivencias e saberes de povos indígenas, esse conceito foi encorpado nas novas constituições da Bolívia (2009) e do Equador (2008).

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