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Faculdade de Ciências Econômicas Universidade Federal de Minas Gerais

Por:   •  21/7/2021  •  Trabalho acadêmico  •  3.367 Palavras (14 Páginas)  •  168 Visualizações

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Departamento de Ciências Econômicas

Faculdade de Ciências Econômicas

Universidade Federal de Minas Gerais

Leonardo Elisio Souza Andrade

Determinantes do consumo cultural no município de Belo Horizonte

Projeto de Monografia apresentado ao Professor Gustavo Britto, na disciplina Técnicas de Pesquisa em Economia, do curso de graduação em Ciências Econômicas da Universidade Federal de Minas Gerais.

De acordo:

Sibelle Cornélio Diniz 

Orientador(a)

Belo Horizonte

2017


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO

2. JUSTIFICATIVA

2.1 Identificação do Problema de Pesquisa

2.2 Hipóteses de Pesquisa

3. OBJETIVOS

3.1 Objetivo Geral

3.2 Objetivos Específicos

4. METODOLOGIA

4.1 Estrutura Tentativa

5. CRONOGRAMA

6. BIBLIOGRAFIA

6.1 Bibliografia Utilizada

6.2 Bibliografia a ser consultada


  1. INTRODUÇÃO

A cultura, segundo a visão antropológica, corresponde aos hábitos, costumes, linguagem e forma de expressão de um povo. Essa perspectiva nasceu na França durante o século XVIII. Já os estudos da Economia da Cultura são mais recentes. Essa linha de estudos tem ganhado força nos últimos anos, especialmente após as décadas de 1980 e 1990, com o avanço computacional e da construção de bases de dados, que permitiu os estudos de Throsby, Baumol, Bowen, entre outros.

O consumo cultural está relacionado às duas formas com que pode ser realizado. A primeira é a ótica do dispêndio, que analisa o desembolso para aquisição de bens e serviços culturais. Já a segunda está associada à fruição, que consiste no uso dos bens culturais sem desembolso, tais como museus, galerias de arte e centros culturais, ou ser audiência de eventos culturais como feiras, festivais ou festas típicas.

A oferta e a demanda de bens sempre foi alvo de estudo da escola neoclássica. De acordo com a teoria microeconômica, o consumidor tende a maximizar sua utilidade, estando limitado a uma restrição orçamentária. O marginalista Menger (1871) afirma que a demanda é determinada pela disponibilidade a pagar, que depende diretamente da satisfação que bem ou serviço leva ao consumidor. As chamadas escolhas ótimas do consumidor estão sujeitas a fatores como sua renda e o preço dos bens que compõem sua cesta. Desse modo, faz-se necessária uma análise dos fatores específicos que determinam a demanda pelos bens e serviços culturais, buscando compreender as preferências dos consumidores, bem como analisar a importância dada por eles a esse setor.

Em um primeiro momento a demanda por bens artísticos e culturais pode parecer semelhante à de outros bens e serviços, entretanto, deve-se levar em conta suas particularidades. A ciência econômica reconhece a importância dos gostos e preferências na formação da demanda de um bem, mas ela não foca no que forma esses gostos, e este é um ponto de grande relevância nas artes (THROSBY, 2001). Segundo o autor, a preferência por bens artístico-culturais é cumulativa, ou seja, quanto mais você tem acesso a eles, maior e mais definido é seu gosto, fazendo-o consumir mais esses tipos de bens. Essa ideia de acumulação de preferências foi  estudada inicialmente por Stigler e Becker (1977), que criaram o termo “vício positivo”. Tal ideia busca evidenciar a interdependência temporal do consumo, mostrando que, o consumo cultural está diretamente relacionado ao consumo passado, dado que as preferências seriam estáveis ao longo da vida.

A diversidade na oferta de bens e serviços culturais também leva a um comportamento diferenciado da demanda, como afirma Bourdieu (1996). Para ele a demanda por esses bens é resultado da criação de um hábito cultural, formado a partir das experiências prévias do consumidor, dado seu status social e estilo de vida.

De outro lado, temos que a oferta desses bens também se comporta de maneira peculiar, visto que a sua produção não parte somente da necessidade de satisfazer uma demanda, mas também da necessidade de seus criadores em expressar seus sentimentos, comunicar seus pensamentos, documentar seu tempo, entre outros. Embora seja comercializada, a criação artística não tem como principal propósito o lucro, na maioria dos casos, mas sim a satisfação do artista durante o processo criativo. Segundo Caves (2003), o processo de crescimento de um artista no mercado de trabalho funciona de forma semelhante a um torneio, no qual os que se destacam conseguem avançar para as seguintes fases, aumentando a dificuldade na busca pelo sucesso comercial. Entretanto, nesse mercado, o investimento em treinamento não está diretamente atrelado a um maior retorno como em outros casos. Para Caves, é necessário julgar se tais insumos, combinados ao talento desenvolvido pelo artista, criarão valor suficiente para cobrir seu custo de oportunidade.

A cultura, como bem meritório, está relacionada ao bem estar da população, sendo geradora de capital humano que impulsiona outras áreas da economia, além de ser capaz atrair trabalhadores, firmas e investimento para tal região. Segundo Turner (1994), “cultura é um sistema de símbolos que uma população cria e usa para organizar-se, facilitar a interação e para regular o pensamento”.

O presente trabalho pretende avaliar as particularidades do setor cultural em Belo Horizonte, buscando analisar as características que influenciam o comportamento do consumidor de cultura nesse município. Para isso, o trabalho se propõe a fazer um estudo de caso do Circuito Cultural Praça da Liberdade, analisando os fatores que determinam a frequência aos equipamentos que compõem o Circuito, e a relação entre essa frequência e as características individuais dos consumidores. É esperado que os dados obtidos nos forneçam um panorama da demanda pelos equipamentos culturais do Circuito, que nos permita avaliar a democratização do seu acesso, definindo quem é seu público.

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