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Memorial apresentado ao Curso de Pedagogia da Universidade Aberta do Brasil, Universidade Federal de Minas Gerais.

Por:   •  26/4/2015  •  Dissertação  •  1.470 Palavras (6 Páginas)  •  473 Visualizações

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MEMORIAL 

Memorial apresentado ao Curso de Pedagogia da Universidade Aberta do Brasil, Universidade Federal de Minas Gerais. 

Orientadora: Profa. Suzana dos Santos Gomes 

FORMIGA – M.G 
2010 

MEMORIAL 

1: O COMEÇO: O interesse pela leitura 

Sou a sétima filha, em uma família de dez filhos. Cresci com minha mãe recitando poemas e lendo livros para nós. Desde três anos eu pegava livros e fingia que sabia ler. Passava horas inventando histórias e contando para os meus irmãos. 
No primeiro dia de escola, acordei ansiosa, achava que ia aprender a ler já naquele dia. Minha mãe nem precisou me levar para a escola, com seis anos me achava uma mocinha. Passei na casa de uma colega e fomos juntos, fazendo vários planos. 
Quando chegamos à escola, estavam separando as turmas, ouvimos nossos nomes e fomos para a fila. 
Olhei para a minha primeira professora, era gorda e alta. Parecia enorme, perto de mim. Tive saudades da minha mãe, como ela é baixinha não me amedrontava. Fomos para uma sala, com cadeiras pequenas e paredes cheias de cartazes. Achei a sala linda. Como eu queria que meus irmãos vissem a minha sala. 
Todos os dias minha professora lia uma história para nós, prestava muita atenção para depois contar para os meus irmãos. 
Fui aprender a ler só no ano seguinte na primeira série. Aí começou a dificuldade, sempre trocava o L pelo B. Minha professora gritava muito comigo e dizia que eu era uma criança burra, pois os sons eram muito diferentes. Mas a história sempre se repetia, a palavra era BATA, eu lia Lata. Treinava os textos em casa, mas perto dela eu lia errado. E era professora gritando de um lado e Mêire chorando do outro. Ainda bem que era a supervisora que aplicava as provas de leitura, porque perto dela eu lia sem erro. 
Fiz a carteirinha da biblioteca e pegava livros todas as semanas. Só que eu os lia muito rápido e ficava sem ter o que ler até a outra semana. Comecei a ter uma mania, quando via papel escrito na rua pegava e levava para a casa para ler. Adorava ler, lia até bula de remédio. Minha mãe me emprestou alguns livros que ela tinha, quando estudava, juntas líamos os livros. Cada uma lia para a outra duas páginas. Ela falava que desse jeito não ficávamos cansadas e a leitura ficava mais emocionante. Com este hábito li vários livros ainda bem menina. 
Mudei de escola na terceira série, foi a melhor coisa que me aconteceu. A minha professora era excelente, a escola a melhor que havia. Como aquela professora me incentiva! Dizia que eu era uma ótima aluna, que se orgulhava de mim. A escola tinha Festival da Leitura e Festival da Poesia, eu participava de todos. Lembro de uma poesia que fiz e foi um sucesso. No Festival da leitura eu sempre ganhava como a aluna que lia mais livros. Isso me fazia gostar mais da leitura e me dedicar mais tempo. Deixava de brincar para ficar lendo. 
Adorava pegar um livro, sentir o cheiro. Ficava imaginando como o autor escrevia a história, como surgia em sua mente. Sonhava em ser um dia uma grande escritora. 

2: A ADOLESCENTE: A procura pela leitura certa 

Se aos seis eu já me sentia uma mocinha, aos onze quando fui para a quinta série me senti uma adulta. Achava caderno universitário lindo, vários professores um luxo. 
Adorava ir para a escola com uma turma. Saíamos de casa bem sendo para podermos conversar mais tempo. 
Comecei a interessar por outros tipos de leitura, gostava de ler livros de auto-ajuda. Fiquei tão fascinada, que ia à biblioteca todos os dias para pegar um livro diferente. A bibliotecária duvidava que eu os lesse tão rápido. 
Apesar de não ser o tipo de leitura que interessava a minha mãe, ainda líamos juntas sempre. Às vezes, pegava algum tipo de livro que ela gostava. Assim, cultivávamos o hábito da leitura. 
Fiquei nessa fase até os dezessete anos. Depois voltei a ler de tudo, romance, policial, comédia e terror. Com isso, fui conhecendo novos autores e apurando os estilos. Já sabia quando um autor era bom, ou, quando ele simplesmente copiava o estilo de outro autor. Eu tinha uma lista com os nomes dos livros e a nota que eu os dava. Se gostava do livro lia novamente. Li o mesmo livro por seis vezes e quando era triste mesmo sabendo a história chorava muito. 
Sempre vivia intensamente as histórias. Pensava ser eu um dos personagens. Era tão obcecada, que ficava até de madrugada lendo para saber o final do livro. 
Trabalhei em uma banca de revistas. Tive contato com diferentes revistas e jornais. Adorava quando chegava uma revista nova, levava para casa para ler. Dividia o tempo com os livros e as revistas. Cada vez mais me sentia atraída pela leitura. 


3: ATRÁS DE UM SONHO: O curso de letras 


Sempre tive um sonho fazer o curso de Letras, mas como trabalhava muito fui adiando. Meu irmão que era formado em Letras sempre me apoiava. Em 2006 prestei vestibular e passei. 
As aulas de Literatura me fascinavam. Adorava os debates sobre Literatura Portuguesa. Enquanto, os meus colegas reclamavam de ler Camões, diziam que ele era difícil de entender, eu ficava fascinada com sua criatividade. 
Machado de Assis, com seus personagens humanos demais, me intrigava com sua psicologia. Discuti bravamente com minha professora defendendo Capitu. Como eram interessantes as aulas. Batia o sinal e eu ainda continuava falando dos personagens. 
Meus colegas ficavam intrigados como eu arrumava tempo para ler os livros que eram cobrados na prova. A maioria pegava resumo na internet, diziam não ter paciência para a leitura. Eu ficava indignada, pois, para mim era um prazer ler todos os livros. 
O momento mais sublime do curso foi quando eu recitei uma poesia no auditório da faculdade. Havia mais de duzentas pessoas e fui aplaudida de pé. Perguntara-me como encarnei tão bem o personagem da poesia. Para mim foi sempre fácil me envolver com personagens, seja de romances ou poesias. 
Em 2008, surgiu a oportunidade de fazer o curso de Pedagogia à distância. No começo achei muito complicado conciliar os dois cursos. Trabalhar o dia todo, ir para a faculdade à noite e alguns sábados ir ao curso de Pedagogia. Também achei muito diferente a didática do curso de Pedagogia. No curso de Letras sempre podia discutir as matérias os conteúdos, em Pedagogia me sentia um pouco alienada. Era tudo muito pronto e não aceitavam opiniões. Aprendi a ser concisa nos textos que produzia, e no outro curso diziam que isto era um problema. Ficava muito confusa com tanta divergência entre os cursos. Mas, não desisti e fui tentando me adaptar. 

4: FINAL DO CURSO DE LETRAS: A escolha do tema do TCC 

Quando minha professora de redação científica pediu que escolhêssemos o tema do TCC, não tive dúvida, sabia que iria trabalhar com as poesias de Adélia Prado. Levei o meu projeto e ele foi aprovado na primeira versão. 
As pesquisas tomavam muito tempo, ficava horas lendo, ouvindo as poesias. Fui até em uma palestra de Adélia Prado. Achava tanta coisa interessante que dava muita vontade de abordar tudo, mas tive que delimitar os temas. 
Tive muita dificuldade com as normas da ABNT, mas minhas colegas me ajudaram muito. Nos finais de semana, minhas colegas iam para a minha casa ajudar na formatação. Assim o TCC foi tomando corpo, eu sempre brincava com os meus professores que era como seu eu fosse dar vida a um ser humano. Brincava que tinha até hora marcada para ele nascer. 
No dia dezoito de novembro, apresentei o TCC para a banca. Estava tão nervosa! Queria que todos admirassem o meu trabalho, assim como eu estava admirada. Achei que tudo estava lindo, não queria que ninguém colocasse defeito em uma obra minha. 
Como era um assunto que eu havia pesquisado e lido por várias vezes não tive dificuldades na apresentação. Quando acabei de apresentar, a banca fez alguns comentários, disse que não tinha dúvidas e fez alguns elogios. Pediram para que todos saíssem da sala para a banca discutir sobre a nota. Depois de cinco minutos me chamaram e minha nota foi noventa quatro e meio. A verdade é que depois da apresentação dá uma sensação de vitória. Uma vontade de voltar para minha professora de primário e dizer: “Apesar de trocar o L pelo B, eu sou muito inteligente”. 
Consegui me formar em Letras e hoje já estou trabalhando em minha monografia de Pedagogia. O tema também tem tudo a ver com minha área de formação. Escolhi trabalhar com contos de fadas para relembrar as primeiras histórias que ouvi. Como sempre tive incentivos para ler muito, quero descobrir se os contos de fadas têm tanta influência na educação infantil, como teve na minha educação.

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