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Internacionalização de Capital no Setor Supermercadista em João Pessoa

Por:   •  27/2/2016  •  Monografia  •  3.908 Palavras (16 Páginas)  •  482 Visualizações

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  1. INTRODUÇÃO

Nas décadas de 1980 e 1990 o Brasil atravessou períodos de recessão econômica, altos índices de preços, sucessivas tentativas fracassadas de estabilização de preços e sua indústria se desenvolveu de forma defasada. No resto do mundo observou-se o enfraquecimento do Estado em países periféricos, o crescimento do desemprego, liberação comercial e intensificação do fluxo de capitais, entre outros eventos.

Nos períodos de crise observa-se uma maior concentração e centralização do capital, falências e fusões surgem da eliminação de concorrentes menos eficientes. Resultado da luta concorrencial, também há o crescimento individual de pequenos empresários em meio à crise, e a tendência à informalização dos postos de trabalho. Dentro do setor varejista de alimentos cresce o número tanto de ofertantes como de demandantes, além dos efeitos intensificados da economia no setor terciário.

A década de 1990 propicia uma alteração na conjuntura econômica do Brasil, a abertura comercial submete a atrasada indústria nacional à concorrência internacional, o Plano Real (1994) estabiliza o nível de preços brasileiro e a implantação da microeletrônica altera significativamente a produtividade das empresas de diversos setores da economia.

Na primeira década do século XXI o Brasil começa a esboçar o retorno a um ciclo de crescimento, com estabilização de preços, levando a uma redução no nível de desemprego e elevação, ainda que tímida, da massa salarial. Com a recuperação econômica é criado um ambiente favorável às expansões das empresas, que vendem com mais facilidade por causa de aumento do crédito, sendo que agora as firmas nacionais têm de concorrer com as estrangeiras de igual para igual pelo mercado.

Tomando como marco histórico a abertura econômica e a introdução da microinformática na firmas no Brasil, o presente trabalho pretende descrever os processos de centralização e internacionalização do capital no setor supermercadista em João Pessoa no período 1999-2009. Utilizando-se de informações referentes à razão social, nacionalidade do capital, número de lojas e principalmente a participação no mercado das maiores empresas do setor.

Além dessa introdução, o trabalho terá um capítulo metodológico, em que serão apresentados os procedimentos adotados pela presente pesquisa, seguido do capítulo teórico-histórico, no qual exporemos as principais referências teóricas em relação ao tema desenvolvido, um capítulo analítico, que contém o desenvolvimento da investigação em torno do objetivo proposto e um último capítulo contendo as principais conclusões da pesquisa.


2. METODOLOGIA

O presente trabalho pretende mostrar os processos de centralização e internacionalização do capital no setor supermercadista de João Pessoa no período 1999-2009. Segundo Marx, a acumulação de mais-valia é o fundamento da produção capitalista. A transformação da mais-valia em capital leva à concentração do capital e a conseqüência é a centralização. Esse fundamento fica evidente em diversos setores da economia, em que pequenos empresários em busca do acúmulo de mais-valia, aumentam sua produtividade via avanço tecnológico e aprimoramento do processo de produção, terminando por acelerar a produção de mais-valia. A repetição indefinida do processo de produção dessa forma faz o capital crescer de maneira a ultrapassar as fronteiras da empresa, logo, filiais surgem da construção de novas lojas, partindo tanto do alicerce quanto da compra de concorrentes menos eficientes.

        Os supermercados estão inseridos na estrutura de abastecimento varejista, que segundo Martins (2006):

“engloba as firmas legais e negócios informais que comercializam gêneros alimentícios provenientes dos setores agrícola e pecuário, consubstanciando todas as formas de comércio que oferecem ao consumidor final os itens necessários à sua sobrevivência diária.”

Fazem parte dessa estrutura: supermercados, mercadinhos e feiras livres (parte informal da estrutura varejista de abastecimento). Trataremos apenas dos supermercados e excluiremos do estudo lojas revendedoras de bebidas engarrafadas (refrigerantes e bebidas alcoólicas), panificadoras (fabricação e comercialização de pães e derivados) e os açougues (lojas especializadas no comércio de carnes). Alguns supermercados adotam estruturas híbridas: supermercado e supermercado/magazine, sendo magazine uma seção onde são comercializados produtos industrializados não alimentícios. Mas para efeito deste estudo a existência da seção supermercado caracterizou sua participação.

        Foram coletados dados nos supermercados junto à gerência das empresas, através de questionários, sendo solicitadas informações relacionadas ao objetivo do trabalho: a razão social da empresa, o número de lojas na cidade nos anos de referência (1999-2009), a nacionalidade da empresa e informações sobre a modalidade do conceito mercadológico adotado, (se exclusivamente supermercado ou supermercado com magazine). Por fim, foi consultado material disponível em sites promocionais das empresas, revistas, jornais e artigos disponíveis na internet para complementação de informações, os supermercados serão classificados em ordem decrescente conforme sua participação no mercado de João Pessoa, além de destacar a nacionalidade do capital.

        Eventualmente se fará menção ao porte de capital, considerando apenas se é grande ou pequeno, que pode ser deduzido de sua participação na lista dos maiores contribuintes do Estado e pela própria caracterização jurídica da empresa, uma vez que as empresas pequenas geralmente são registradas como firma individual ou de responsabilidade limitada, enquanto os grandes capitais se constituem sob a forma de sociedades abertas (anônimas). Não obstante; os grupos que atuam no varejo comercial brasileiro são conhecidos da mídia; tais como: Pão de Açúcar, Hiperbompreço e Carrefour.

        Em relação ao intervalo de tempo, esta escolha decorreu do fato desse trabalho se propor a continuar, com suas particularidades, os trabalhos de Martins (2006) e Santos Junior (2010) que trabalham temática semelhante para períodos anteriores. Destes trabalhos serão apresentados dados e informações que subsidiem este estudo.


3. MARCO TEÓRICO

                

                Neste capítulo será apresentado o referencial teórico no qual o presente trabalho está baseado. A análise dos processos de centralização e internacionalização do capital no setor supermercadista tomará como referencial teórico a abordagem Marxista. Os economistas neoclássicos trabalham com o conceito de Marshall de que a concentração é considerada num ponto de vista estático de acordo com as características analíticas dos modelos da teoria da firma, concepção inadequada para um processo dinâmico de causas históricas relacionadas à logística capitalista.

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