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Mercado, demanda e elasticidades

Por:   •  24/8/2015  •  Trabalho acadêmico  •  1.672 Palavras (7 Páginas)  •  304 Visualizações

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Matriz de atividade individual*

Módulo: 1 – Mercado, demanda e elasticidades

Atividade: 6.2 – Tarefa Individual

Título: Analisar como o mercado consumidor brasileiro, no segmento de TV por assinatura, é afetado pela renda do consumidor.

Aluno: Renato Zechini Gasparin

Disciplina: Economia Empresarial

Turma: MBA SP 7 – Turma 102 A

Introdução

O mercado de TV por assinatura brasileiro tem sido um dos referenciais do crescimento da economia do país e, principalmente, poder aquisitivo dos consumidores brasileiros.

Após a implantação do plano Real, em 1994, o país conseguiu estabilizar sua economia e avançar em pontos críticos na política, que permitiu avançar muito em desenvolvimento. A conseqüência desta evolução é, com o crescimento dos últimos 15 anos, o Brasil voltou a ter uma posição de destaque no mercado global.

Um dos motores desse crescimento foi a ascensão da classe média brasileira, que promoveu milhões de famílias para uma zona de poder aquisitivo que permitiu que estes pudessem concretizar antigos sonhos de consumo.

No começo dessa evolução da renda da Classe C, desejos como geladeira, microondas, produtos alimentícios, telefone celular e computador foram amplamente consumidos e hoje se tornaram praticamente commodities para este grupo.

Com isso, um novo pacote de produtos e serviços passou a ser cobiçado, como DVD players, assinatura de TV fechada, TVs de LCD/Plasma e acesso a internet por banda larga.

Aproveitando este cenário, as empresas de TV por assinatura vêm despejando recursos na conquista deste público potencial e, com isso, o crescimento do mercado tem vivido uma nova rodada de alavancagem.

É possível verificar que nos últimos 5 anos – desde 2006 – o segmento de TV por assinatura cresceu dois dígitos, batendo o recorde de evolução anual em 2010, com crescimento de cerca de 28%.

[pic 2]

Gráfico de crescimento de assinantes de TV paga (2010 – estimativa)

Grande parte do crescimento dos assinantes veio das regiões Norte e Nordeste, que também são as regiões com o maior contingente populacional localizado na classe C, o que comprova o relacionamento entre o crescimento do mercado de TV por assinatura com o aumento do poder aquisitivo da população brasileira.

Com este cenário desenhado, este trabalho tem o objetivo de apresentar um estudo sobre a relação entre a renda do consumidor brasileiro com o mercado de TV por assinatura.

 Análise da decisão estratégica de atuar apenas nas classes A e B

A TV por assinatura chegou no início dos anos 90 no Brasil e durante os 15 primeiros anos focou suas ações para as classes mais ricas. Essa decisão fez todo o sentido neste período pois os gastos para se estabelecer no mercado são altíssimos e o custo teve que ser repassado para os primeiros assinantes.

Nesta época, ter um plano de assinatura de TV era sinônimo de status e poucas pessoas podiam ter acesso. Com o crescimento da base de assinantes, a escala começou a trazer retorno para as empresas, que puderam abaixar os custos de seus planos.

Enquanto em países desenvolvidos, o serviço de TV por assinatura atinge quase a totalidade dos domicílios, no Brasil o índice de penetração sempre esteve perto 2% dos habitantes brasileiros.

Porém, com os principais investimentos em infra-estrutura realizados e o poder de consumidor subindo, as empresas deste mercado começaram a dedicar mais atenção a um público emergente que até então não era considerado em suas estratégias.

Além disso, com a autorização de prestar serviços de acesso a internet e telefone fixo, as empresas puderam partir para ações mais adequadas com ofertas de pacotes vantajosos para a classe. Com cerca de R$ 80 é possível ter uma grade simplificada de canais, acesso a internet por banda larga e uma franquia de minutos de telefone.

As primeiras operadoras a investirem neste mercado foram NET – após a compra pela Telmex - e TVA, esta principalmente após a fusão com a Telefonica TV. A Sky, terceira das grandes operadoras, que sempre teve planos mais altos e aparelhos tecnológicos mais avançados e caros, também teve que aderir à estratégia de baratear seus planos para ampliar seus consumidores.

Custo mensal da assinatura

O custo mensal de um plano de TV por assinatura no Brasil é caro para a média de renda de sua população, porém, com a valorização da moeda e o aumento do poder aquisitivo dos consumidores, este custo pode ser mantido nos mesmos patamares desde o início e, com isso, cada vez mais pessoas passaram a ter a oportunidade de usufruir deste serviço.

Hoje existem pacotes de TV por assinatura a R$ 29,90, valor considerado aceitável por grande parte da população, garantido a relação custo x benefício.

É verdade que existem diferentes planos e serviços agregados que podem elevar esses valores para quase um salário mínimo, o que somente poucos estão dispostos a pagar.

Nas estratégias recentes das empresas de TV por assinatura, até um plano que oferece apenas os canais de TV aberto com sinal digital é ofertado, de forma que com um pequeno investimento, as empresas podem começar um relacionamento com clientes que passam a não depender da qualidade de suas antenas coletivas ou VHF.

Desta forma, pode-se avaliar que o custo das assinaturas dos planos de TV por assinatura oferecem possibilidades para diferentes públicos usufruírem de seus serviços.

Como estabelecer estratégias de mercado

Ao estabelecer suas estratégias de mercado, as empresas de TV por assinatura devem selecionar qual será seu maior objetivo. Por se tratarem de empresas capitalistas, gerenciadas de forma profissional por representantes de seus acionistas, a rentabilidade do negócio e o retorno sobre o investimento sempre basearam suas decisões.

Sendo assim, quanto maior o faturamento, melhor, e para incrementar o faturamento, é necessário investir no crescimento da sua base de clientes e, principalmente, na constante preocupação na evolução de seus serviços para manter seus clientes atuais satisfeitos.

Para estipular as ações corretas para atingir seus macro-objetivos, é fundamental ter uma leitura do cenário externo da empresa e alguns fatores podem ser destacados em relação ao mercado de TV por assinatura.

Como primeiro ponto com alto impacto na indústria, pode-se destacar o efeito renda que a população brasileira tem vivenciado na última década. Com o crescimento coletivo das possibilidades de consumo, mercados até então não explorados, passaram a ter importância nas estratégias das empresas. Especificamente no mercado de TV por assinatura, a evolução do poder aquisitivo médio da população trouxe possibilidades de retorno que alavancaram os negócios das empresas deste segmento.

Em um cenário que um produto ou serviço passa a usufruir do crescimento da renda média da população, este mercado passa a ser cobiçado por mais empresas, desta forma, o mercado de TV por assinatura passou a ser interessante para jogadores que não pertenciam a este jogo, como Telefonica e OI.

Ao entrar no mercado de TV por assinatura, as empresas telefônicas trouxeram suas experiências de outros mercados para temperar a briga no segmento de TV por assinatura, e seus clientes de planos telefônicos, passarem a ter ofertas de pacotes de TV por assinatura e acesso a internet com vantagens, sem que essas empresas precisassem investir em desenvolvimento de uma infra-estrutura nova.

Essas empresas também conseguiram, ao agregar o trio – TV, internet e telefone – em seus planos, oferecer um valor único acessível para que as vantagens em ter estes serviços sejam imbatíveis, fortalecendo suas posições em relação a outros produtos que possam vir a concorrer e tirar o espaço conquistado na priorização dos  gastos familiares.

Ao analisar este cenário e escolher suas ações estratégicas, as empresas de TV por assinatura devem considerar cada vez mais a ampliação de seu publico-alvo, aproveitando o bom momento do poder aquisitivo brasileiro e investir em ações cada vez mais ampliadas em relação a sua curva de demanda.

O que vale mais – Prestígio ou lucros?

Prestígio é algo que toda corporação deseja. Criar, manter e fortalecer uma marca de prestígio exige um esforço em cada parte da operação da empresa para garantir uma satisfação exemplar de seus clientes e, desta forma, ter atratividade suficiente para manter e elevar o potencial de sua marca.

Nem sempre ter prestígio garante um bom retorno financeiro. Por muitas vezes, o esforço em garantir a satisfação dos clientes e a qualidade de seus produtos e serviços, pode acarretar em comprometimento das margens de lucro.

No caso das TVs por assinatura, ser cliente representava sinal de status em relação à sociedade, por isso, muitos clientes aderiram ao serviço. Porém, para as empresas, este grupo já não significava sinônimo de lucros crescentes e investir em camadas mais populares da população passou a ser questão de sobrevivência.

Ao popularizar seus serviços, as empresas estão visando o lucro, mas em paralelo, novas tecnologias, serviços e produtos estão sendo incorporados ao seu cardápio de forma a ter uma gama de ofertas variadas suficientemente para distinguir diferentes públicos. Ao oferecer sinal de HD (High Definition) melhor que o sinal digital, equipamentos inteligentes que gravam a programação e serviços pay per view, essas empresas estão garantindo o prestígio de ter acesso aos seus serviços, mas também oferece opções mais acessíveis para uma nova base da pirâmide social, que amplia suas possibilidades de lucros.

Conclusão

No primeiro módulo do curso de Economia Empresarial, pode-se notar a importância que as organizações devem dar ao correto dimensionamento de sua oferta, de forma a garantir que seus serviços atinjam um público adequado e que seu retorno financeiro seja equiparável às expectativas de seus donos ou acionistas.

Um dos conceitos apresentados no curso, o de elasticidade-demanda, é apresentado o impacto que o preço tem nas quantidades vendidas de um produto ou serviço. Conforme explanado nesta atividade, o mercado de TV por assinatura é um exemplo de como uma redução no preço do serviço atrelado ao aumento do poder aquisitivo do consumidor brasileiro, permitiram às empresas aumentarem suas vendas e ampliarem a demanda, esticando a curva-demanda de seus serviços.

Referências bibliográficas

Apostila:

  • DE MELLO, Pedro Carvalho. Economia Empresarial. MBA - FGV Online

Sites:

  • ADMINISTRADORES. Disponível em: http://www.administradores.com.br/informe-se/administracao-e-negocios/anatel-mercado-de-tv-paga-cresceu-18-4-no-ano/38323/, acessado em 15 de janeiro de 2011.
  • ECONOMIA – UOL. Disponível em: http://economia.uol.com.br/ultimas-noticias/infomoney/2010/12/27/ano-de-ouro-para-a-classe-c-2010-consolida-crescimento-que-continuara-em-2011.jhtm, acessado em 15 de janeiro de 2011.
  • EXAME. Disponível em: http://app.exame.abril.com.br/revista-exame/edicoes/0940/economia/noticias/onde-vai-dinheiro-consumidor-432331 , http://exame.abril.com.br/tecnologia/noticias/mais-de-9-milhoes-de-casas-brasileiras-tem-tv-por-assinatura-segundo-anatel, e http://exame.abril.com.br/economia/brasil/noticias/fgv-29-milhoes-brasileiros-entraram-classe-media-595338, acessados em 15 de janeiro de 2011.
  • NOTICIAS DE FATO. Disponível em: http://www.noticiasdefato.com/archives/empresas-de-tv-paga-travam-disputa-por-consumidor-da-classe-c, acessado em 15 de janeiro de 2011.

*Esta matriz serve para a apresentação de trabalhos a serem desenvolvidos segundo ambas as linhas de raciocínio: lógico-argumentativa ou lógico-matemática.

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