O Controle de Mercado

A crise do coronavírus expôs a problemática das processadoras de carne que dominam o mercado em monopólios causando a insuficiência de oferta devido às poucas plantas de produção. Quando o número de produtoras de carne é limitado pelo controle das grandes multinacionais o fechamento de algumas delas devido às restrições de circulação, por conta da epidemia, a oferta de carne diminuiu drasticamente e os preços aumentam radicalmente. Na Europa, onde os grandes produtores compõe apenas ⅕ das plantas, não houve problemas de falta de oferta.

Tal questão não parece tão preocupante a primeira vista já que a epidemia é esporádica. Entretanto, os monopólios aviários proporcionam uma dinâmica produtiva que está causando diversos outros danos além da insuficiência de oferta. A eficiência tecnológica e produção em massa estilo fordista possibilita preços mais baratos e lucros maiores mas ao custo da qualidade do produto. Vacas e galinhas que são criadas em cativeiro, reproduzidas através de melhoramento genético podem causar danos à saúde dos seres humanos. A carne processada possui substâncias que aumentam a probabilidade de câncer, diabetes e doenças cardiovasculares. Por conta da técnica de melhoramento genético de reprodução, os animais crescem em níveis muito mais acelerados do que cresceriam naturalmente. O nível de mortalidade destes é altíssimo pois o corpo não acompanha o crescimento e resulta em quebra de ossos, ataques cardíacos e infecções. A presença de animais doentes e mortos nas criações pode desencadear doenças de alto risco para nós, como Ebola, Sars, Zika, H1N1 e talvez até o Covid-19.

Como se não bastasse a crueldade feita com os animais, as grandes processadores induzem uma competição corrupta e injusta entre seus criadores empregados para exercer controle sobre eles. Problema exposto pelo cineasta Morgan Surlock no documentário Super-size me 2, os funcionários possuem uma dívida constante com seus empregadores que condiciona uma condição de trabalho degradante e exaustiva.

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