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O Empreendedorismo e a Revolução Industrial na Grã-Bretanha

Por:   •  9/5/2021  •  Resenha  •  1.452 Palavras (6 Páginas)  •  342 Visualizações

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O empreendedorismo e a Revolução Industrial na Grã-Bretanha

É importante destacar, antes de tudo, quais fatores culturais e institucionais da época levaram Grã-Bretanha ser o “Berço” da Revolução Industrial. Na época, existia um debate sobre a pressão externa ser a causa do progresso econômico. Porém, para Joel Mokyr, o empreendedorismo respondia a incentivos e oportunidades internas, e, a sociedade britânica os concedia.

Analisando o porquê da Grã-Bretanha estar tão a frente das outras nações dá época, vale ressaltar alguns pontos, o ambiente institucional era favorável aos empreendedores, já que, pontos negativos, como monopólios, privilégios, controles sobre o mercado, entre outros, foram sendo reformadas a partir do século XVIII, e em meados do século XIX foram abolidos. Além disso, a sociedade era conhecida por ter compromissos e informações confiáveis e dignas, o que possibilitava boas relações de paridade, mesmo por pessoas que ao menos se conheciam.

O empreendedor bem-sucedido na visão de J. Mokyr, era uma pessoa que apresentava um lado administrativo ou técnico com capacidade de identificar uma vantagem comparativa em outras pessoas parar tirar proveito. E, o empregado podia acabar se tornando um empreendedor, melhor exemplo seria o Robert Owen, que era de uma família de artesões, e acabou por ser tornar um coproprietário de uma fábrica. Ou, permanecer na sombra do patrão, como o engenheiro de confiança de Boulton e Watt, William Murdoch. E, por essas relações de confianças, somadas a códigos de conduta, explicam o sucesso de instituições informais, contestando a ideia que apenas as instituições formais foram importantes para o progresso econômico durante a Revolução Industrial.

Empreendedorismo e instituições

Economistas tendem a considerar que a Revolução Industrial marcou o começo do crescimento econômico europeu na modernidade. Porém, cabe dizer, que em suas fases iniciais foi um fenômeno local, limitado a indústrias bem-sucedidas na Grã-Bretanha, restringindo-se a setores privados, com os empreendedores como protagonistas. O crescimento real, se deu apenas no meio do século XIX. O fato da Grã-Bretanha ter tanta vantagem em relação ao resto do mundo, se dá conta da junção de pessoas com qualificações técnicas e outras com comerciais, juntando a essa paridade humana, instituições propícias. Além disso, ela oferecia oportunidades para empreendedores com criatividades de fora viessem para complementar o talento empreendedor.

Normas, cavalheiros e empreendedores

As atividades empresariais na Grã-Bretanha, acima de tudo eram baseadas nas relações entre as partes. Logo, era necessário contratos e compromissos de confiança, porém os contratos sob supervisão do Estado eram ultrapassados. Portanto, era preciso outro mecanismo para servir de suporte para essas relações, e na sociedade da época era a cultura do cavalheiro empreendedor, um conjunto de normais sociais que apoiavam essa economia.

A princípio, a palavra “cavalheiro” tinha um significado relacionado a um homem da nobreza, que tinha boas ações, sentimentos nobres e se dedicava a deveres cívicos, não tendo nenhuma ocupação comercial, e era respeitado pela sociedade. Porém, a partir do início do século XVIII o sentido de cavalheiro foi se tornando mais amplo, passou a ser ligado mais a riqueza e menos ao status social, abrindo a possibilidade de comerciantes até mecânicos se tornarem lordes, duques ou condes, o dinheiro passou a fazer o nobre e não o nascimento (pensamento de Defoe). Então, basicamente cavalheiro era aquele que seguia certas normas de comportamento.

Na visão de Mason, essa sociedade tinha que ter um código de conduta, e para ele, o cristianismo era exigente demais. Em consequência, a cultura cavalheira tornou-se essa norma, um cavalheiro deveria ser coerente e íntegro, cumprindo suas obrigações nas relações de paridades comerciais.

A possibilidade de qualquer homem bem-sucedido ter um ingresso para a elite, tendo a ideia de calheiro em mente, era um incentivo para a economia local. E, o que importava para o desenvolvimento econômico, para Asa Briggs, era o cavalheiro que não maximizava o lucro, logo mesmo que pudesse beneficiar a si próprio, cumpria sua palavra e suas promessas, não traindo o outro pela ambição. E, esse capitalismo cavalheiro diminuiu a possibilidade de comportamentos oportunos e nocivos (isso passou a ser chamado de capital social). Já que a probidade para o comerciante era equivalente a honra de um soldado.

Na fase do iluminismo, o capital social cresceu rapidamente, muitas organizações voluntárias foram criadas, com o intuito de propagar sinais positivos ou negativos sobre a probidade das pessoas. O não seguimento das normas custava caro, o código de conduta indicava se a pessoa era digna de confiança, e rompê-lo prejudicava a reputação da pessoa na sociedade. Com isso, essas redes faziam agentes egoístas a não serem oportunistas e puniam socialmente aqueles que não superavam a ambição. Instituições sociais desse tipo foram essências para o cumprimento contratual e o desenvolvimento econômico.

No século XVIII, o mercado de crédito foi um grande exemplo do funcionamento da cultura cavalheira, a confiança possibilitava a levantamento de empréstimos em bancos, numa época que era proibido nos olhos da lei. O acesso ao crédito facilitava o fluxo comercial entre indústrias. E, também, a reputação era muito importante no mercado de títulos, por causa da Lei Barnard que proibia transações a termo em ativos futuros, o mercado era baseado no código de conduta cavalheiro, se alguém

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