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Resenha do Livro "Porque o Brasil é um País Atrasado?

Por:   •  6/5/2025  •  Resenha  •  3.477 Palavras (14 Páginas)  •  15 Visualizações

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RESENHA

Bragança, Luiz Philippe de Orleans. Por que o Brasil é um país atrasado? -  São Paulo - SP: Maquinaria Editorial, 2019, 280 páginas.

Por CT (AFN) JORGE PAULO DE CARVALHO

O presente trabalho é uma diminuta análise sobre o Livro Por que o Brasil é um país atrasado? Livro de estreia do autor Luiz Philippe de Orleans e Bragança, que foi empresário e trabalhou no mercado de investimentos como exemplo o JPMorgan em Londres, é Deputado Federal pelo Estado de São Paulo (PL), Ativista político, Comentarista político (Brasil Paralelo), Formado em Ciências Políticas pela Universidade Stanford nos Estados Unidos e descendente da família imperial brasileira.

  A obra em apreço é grandiosa em detalhes e rica em suas narrativas, referências e dados estatísticos e históricos. Impossível enumerar em cinco laudas a tamanha observação e exatidão materializada pelo autor. Ademais, mesmo que a leitura desta obra tenha trazido uma reflexão sobre o tema, não pretendo nesta súmula adentrar as polêmicas históricas apontadas por diversos autores quanto a essa interrogação “ Por que o Brasil é um país atrasado”, pergunta essa que perdura por diversas gerações, e que até o momento ainda é foco de discussões em diversos ambientes formais e informais como bares e até mesmo no trabalho, em família, nas escolas e universidades. Entretanto, no decorrer da leitura, o autor, numa linguagem tranquila e de fácil entendimento, acessível a todo e qualquer leitor, mesmo aqueles sem conhecimento prévio de teorias políticas e econômicas, acerca do título, aborda os motivos - a partir de uma revisão de princípios universais que estiveram sufocados pelas narrativas que servem aos governos e à burocracia de Estado – pelos quais nossa nação se encontra mais uma vez em uma situação de decadência política, institucional e econômica. É importante salientar que esta resenha segue como fonte primária o livro em pauta, e que todas as questões abordadas sobre a indagação do título da obra e suas possíveis respostas serão devidamente respeitadas, não cabendo a este que a expõe mudar quaisquer narrativas ou se quer propor novos entendimentos, como pena de corromper uma obra, que na minha humilde opinião, tem imensa capacidade de fazer entender o nosso país e as estruturas que causam o nosso evidente atraso em vários aspectos sociais, econômicos e políticos.

 Sendo assim, quando se fala, se questiona, ou apenas refletimos, afinal, “Por que o Brasil é um país atrasado?” A proposta do livro é responder a esta dúvida trivial, no qual a maioria da grande e miscigenada população brasileira se questiona.  E com o passar dos anos, várias respostas simplistas e muitas vezes exageradas tentam resolver a interrogação tais como: “ nosso país não se desenvolve pois todo o governante é corrupto”, e chegam a colocar a culpa de nosso ineficaz progresso em nossa cultura, em nosso povo miscigenado e que infelizmente demonstra o desinteresse por nossa história e uma total desinformação da grande massa populacional da sociedade.

E esse assunto nos parece ainda mais desafiador quando nos deparamos com todos os recursos naturais que possuímos. Temos a maior jazida de ferro do planeta, localizada no Estado do Pará, conhecida como a Serra dos Carajás, que além do ferro, ela concentra grande quantidade de manganês, cobre, ouro e níquel. E ainda temos Nióbio, Bauxita e cassiterita, estes últimos essenciais na construção civil.

Temos recursos energéticos, como petróleo (incluindo o pré-sal e os royalties), carvão, urânio, gás natural e uma luz solar que brilha quase o ano inteiro. Recursos biológicos, como vegetais, algodão, carne, couro, variedades de peixes, madeira, mel, lã e ovos. E neste contexto, não podemos deixar de mencionar que o Brasil é o maior produtor de soja do planeta, e que temos um Agronegócio que cresce a cada ano a ponto de causar medo e protecionismo na União Europeia e nos países de primeiro mundo. E isso é apenas a ponta do iceberg se mencionarmos a nossa riqueza amazônica e nossa amazônia azul. É diante deste dilema que inicio este compêndio.

Posto isso, o livro é dividido em 13 capítulos, cada um focado num ponto essencial para se compreender nosso momento atual e às vezes até a nossa crise de existência, explicando de forma lúcida e fácil o contexto brasileiro. Nesta minha síntese, elencarei apenas três argumentos utilizados pelo autor para responder o título da obra:

1 - Estado ou Governo?;

2 - Uma sociedade (des) organizada?; e

3 - Constituição, essa desconhecida.

Estado ou Governo ?

         Por que misturamos conceitos tão diferentes – e o prejuízo que isso nos acarreta?

É muito habitual entre o brasileiro médio a confusão que se dá entre a definição de governo e Estado. Estes são os comentários que ilustram essa falta de compreensão: “Estou feliz porque meu filho foi aprovado no vestibular de uma faculdade do governo”; “ O governo tem um Ministério Público muito eficiente”; ou “ A aposentadoria do governo é uma miséria”. Ora, as universidades públicas são instituições de Estado, bem como o Ministério Público e a Previdência Social. Claro que há órgãos do governo que fazem a gestão dessas autarquias, porém, enquanto estão no poder.

       O governo é temporário e transitório, já o Estado é permanente e atemporal. O governo se refere ao agente político eleito para administrar as instituições do Estado durante determinado período. É importante ressaltar que num país detentor de uma sociedade organizada, governos podem afetar a maneira como o Estado se organiza.

      Eles podem, até mesmo, mudar completamente a visão e regras fundamentais do Estado. Este, por sua parte, limita os poderes dos governos assim como determina que tipos de governos podem surgir para a sua regência, criando um equilíbrio sadio de pesos e contrapesos. E como exemplos de setores do Estado administrados pelo  governo temos as escolas, hospitais, prisões, Forças Armadas e Forças Auxiliares.  

     Mas porque a massa da sociedade não entende esta distinção e quais os prejuízos que isso pode acarretar?  A princípio, não é de interesse do governo, que administra as escolas, como já mencionado, que tais conhecimentos sejam difundidos nas redes públicas. Pois um povo que saiba fazer suas reivindicações nas instituições corretas, adquiri intensa pressão política e popular, a ponto de mudar as regras do jogo seja pela democracia ou mesmo uma revolução. E o maior prejuízo disso é a formação de gerações e gerações que carregam essa confusão em detrimento de seus direitos. E sem direitos não há desenvolvimento, e sem este só resta o atraso.

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