Resumo A. Smith e Benetti

Resumo

Riqueza das Nações

“Ninguém, a não ser um mendigo, se permite depender essencialmente da bondade dos seus concidadãos. Até mesmo um mendigo não depende inteiramente dela.”

O ser humano possui uma propensão natural à troca e, por isso, as pessoas têm uma relação de interdependência. Para conquistar a ajuda do outro é necessário a oferta de algo em troca. Essa propensão à troca leva a divisão do trabalho, pois os indivíduos acabam se especializando naquilo que são melhores e podem produzir excedentes destinados à permuta por outros bens.

A diferença de habilidades entre as pessoas não é de razão natural, mas sim devido à própria divisão do trabalho. As diferenças entre os animais não podem ser aproveitadas como as dos humanos, por isso, aqueles têm que conseguir o que querem sozinhos enquanto estes podem trabalhar “em conjunto”.

A divisão do trabalho possibilita um aumento da produtividade no trabalho, visto que aumenta a destreza (mais tempo focado naquela função), poupa tempo ocioso (com pouca ou nenhuma troca de função) e a invenção de máquinas para facilitar o trabalho (por parte do próprio trabalhador ou de engenheiros).

Quanto mais evoluídos os países, maior a diferenciação de funções existentes. Países pobres podem fazer concorrência com países desenvolvidos na oferta de produtos agrícolas, mas não existe essa chance em relação aos manufaturados.

A extensão do mercado limita a divisão do trabalho e a troca. Cidades pequenas não apresentam demanda suficiente para uma especialização de seus habitantes, tornando comum o acúmulo de várias funções por pessoa. O comércio marítimo expande as relações comerciais e possibilita a especialização.

Valor, excedente e moeda

A teoria econômica ainda apresenta problemas em suas bases, o valor da troca, o enriquecimento e o excedente e a moeda.

Os trabalhos de Locke, Rousseau e Hobbes consistiram em provar que o poder do soberano vem do povo, não de Deus. Provaram isso partindo do estado de natureza do ser humano. Nesse estado, os homens possuem inconvenientes entre si que, para serem eliminados, necessitam da instituição do Estado.

O projeto científico da economia política é oposto à doutrina de Hobbes, na qual os homens são egoístas por natureza e, assim, o estado natural é um estado de guerra. Através do contrato social, abrindo mão de sua liberdade individual em prol do Estado, os homens eliminam os perigos contra a segurança e a propriedade. Desse modo, não há sociedade sem Estado.

Para a economia política os homens continuam sendo egoístas, mas como possuem desejo de enriquecer, e o melhor método para isto é por meio de trocas, criam uma interdependência tornando o enriquecimento submetido às trocas que cada um pode realizar. As trocas aumentam o excedente individual e coletivo. (A Smith).

        “A sociedade civil repousa sobre si própria, e não sobre o Estado.”

A partir da ideia de que o poder político não é necessário para a coesão social, a economia política tornou-se autônoma com relação à ciência política e à moral.

O Estado não deve intervir na economia, somente deve evitar que os conflitos sociais tomem dimensões capazes de afetar a economia de mercado.

Keynes era liberal no sentido de apoiar que o mercado definisse a alocação ótima de recursos. Já Marx, também concordando que o mercado atingia a alocação máxima de recursos, via um crescimento nas contradições sociais e, em razão disso, outras relações de produção seriam criadas (socialismo -> comunismo).

A necessidade da moeda é vista quando mesmo com os preços de equilíbrio garantidos não há a certeza da coesão social. O escambo está sujeito à dupla coincidência de desejos (A quer o produto de B e B quer o produto de A) ou ainda à custos de transação (para comprar o produto de B, A compra o produto de C e troca este por aquele).