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Resumo do primeiro capítulo do texto: "A Hegemonia da Pequena Política" de Carlos Nelson Coutinho

Por:   •  7/12/2018  •  Resenha  •  658 Palavras (3 Páginas)  •  290 Visualizações

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A HEGEMONIA DA PEQUENA POLÍTICA

A expressão hegemonia tem por significado supremacia e liderança, significado este que é posto em questão por Chico de Oliveira, em A Hegemonia Às Avessas, no qual é colocado em análise o governo Lula de 2002 à 2006. No livro, Chico afirma viver um país de paradoxos, em que o governo do PT, que dizia governar para a classe trabalhadora, mas realizava o programa da grande burguesia - na prática, vivia-se no Brasil um grande teatro, no qual, por baixo dos panos a hegemonia burguesa era liderada pelo PT.

O autor define a Hegemonia da Pequena Política por: “o predomínio crescente de uma prática que limitava o horizonte estratégico da política, convertendo-a em mera técnica para a obtenção de eventuais maiorias parlamentares”. Já a Grande Política é definida por Gramsci como o contrário da Pequena Política, configura-se em uma política de mudança, um sistema com uma nova visão, trata de grandes questões sistêmicas, é a discussão de projetos políticos distintos, era como a formação de um novo Estado.

Porém, para o autor do texto - Carlos Nelson Coutinho - ao falar sobre hegemonia no Brasil, melhor seria utilizar o termo: Hegemonia da Pequena Política, e para isso, usa as ideias de Gramsci para explicar a pequena política- autor de Cadernos de Cárcere. Para Gramsci, a pequena política se baseia nas questões cotidianas (os conflitos parlamentares e a busca por permanecer no poder) de uma estrutura já institucionalizada num Estado. Ou seja, a fórmula da “hegemonia da pequena política” seguia as ordens de uma questão principal: aceitar as regras do jogo.

É importante pontuar, também, que para Carlos, a hegemonia da pequena política - por não possuir caráter de mudança, e configurar apenas a luta pela permanência no poder - é responsável pela desvalorização da política, o que tem por consequência a continuidade da hegemonia das classes dominantes. Carlos Nelson teve uma grande intuição ao utilizar esse termo, pois sua noção de hegemonia da pequena política se encontrava em estado prático. Mas, de acordo com ele, havia sido um processo que se desenvolveu de maneira escondida durante mais de uma década e apareceu com força com a chegada de Lula ao poder. Os intelectuais conservadores costumam afirmar que o pecado original do PT foi sempre ter um “projeto hegemônico gramscista”, um “projeto de poder”.

Contudo, essa ideia é criticada por Carlos Nelson em seu livro, para o autor se há algo que o PT nunca teve foi um projeto hegemônico ou até mesmo uma visão diferente a respeito da organização do poder político no Brasil. O que eles possuíam nunca foi além de um projeto de governo com as mesmas ideias de desenvolvimento do capitalismo brasileiro, acrescentando a elas algumas políticas públicas que tinham como foco as comunidades carentes. O que eles fizeram, basicamente, foi adotar as regras do jogo, e com isso, reconhecer a pequena política como seu terreno de ação. E agora, pagam um preço elevado por essa acomodação. (Como visto com o impeachment da Dilma, e o antipetismo gigantesco de quase 60% da população)

Claro que a hegemonia da pequena política não se resume a estes episódios, mas eles servem como exemplo do que argumenta Carlos em seu livro. Acontecimentos como estes, são quase uma prova de que o cotidiano da política brasileira

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