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Análise Fundamentalista

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Por:   •  27/2/2015  •  Tese  •  7.681 Palavras (31 Páginas)  •  269 Visualizações

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Análise Fundamentalista

Nos mercados acionários percebe-se com grande facilidade a preocupação do investidor, seja ele preferencialmente especulador ou institucional, na determinação a cada instante das perspectivas dos preços das ações.

As previsões sobre lucros futuros de cada empresa e a análise da situação econômico-financeira são indispensáveis para que o investidor consciente consiga otimizar o resultado de suas aplicações em ações negociadasnas bolsas de valores.

A Escola Fundamentalista

O fundamento teórico desta escola repousa na tese de que existe uma correlaçãológica entre o valor intrínseco de uma ação e seu preço de mercado. O valor intrínseco para a escola fundamentalista é representado pela avaliação do patrimônio da empresa, seu desempenho e sua posição no respectivo setor de atuação, pela intensidade da concorrênciae pela existência de produtos e serviços alternativos, pelo grau de atualização tecnológicado empreendimento, pelo nível de intervenção estatal na área de atuação (controle de preços, proteção tributária, subsídios, etc), por seu programa de investimentos, por sua política de distribuição de lucros e pelo cálculo do valor presente dos lucros futuros estimados.

Da observação dos mercados acionários norte-americanos, os investidores que adotam os princípios da escola fundamentalista podem genericamente ser agrupados emdois grupos.

O primeiro reúne os que trabalham prioritariamente sobre as previsões delucros futuros das diversas empresas, e procuram localizar no mercado as que, tendo boasperspectivas, tenham cotações aviltadas à luz das perspectivas dos resultados.

Para este grupo, os ganhos poderão advir das realizações quando os preços se ajustarem às previsõesde lucros ou do retorno relativo à distribuição futura dos lucros.

Outro conjunto é formado pelos investidores que procuram empresas com baixascotações em relação a seus ativos, e que tenham controle acionário concentrado. Nestes casos, o objetivo costuma se concretizar um “take-over”, reunindo um lote expressivo osuficiente para garantir participação no processo decisório da firma, seguido de propostas de desmembramento parcial ou total do ativo para venda a terceiros, com conseqüênciasfavoráveis sobre as cotações nas bolsa.

Teoricamente, quando o valor intrínseco se situasse acima do preço de mercado, ocorreria uma indicação de compra; ao contrário, preço de mercado superior ao valor intrínseco indicaria conveniência de venda.

Entretanto, essa colocação genérica não contempla a realidade dos fatos. Primeiramente, a natureza dos componentes listados torna iqualificado o valor intrínseco. Diante disso, é comumente utilizado o valor patrimonial de cada companhia para as análises fundamentalistas.

Por outro lado, na verdade, algumas ações podem passar longos períodos com preços sistematicamente superiores a seus valores patrimoniais e nem por isso deixarem de ter ofertas de compra provenientes de investidores tecnicamente qualificados.

Um bom exemplo extraído da Bolsa de Valores do Rio de Janeiro é a situação da ação ordinária ao portador de White Martins, que no transcurso de dois anos (entre julho de 1989e junho de 1990) só não viveu essa situação na segunda quinzena de março/90, logo após o Plano de Estabilização Econômica.

A constatação de fatos desta natureza conduziu ao aprimoramento dos instrumentosda escola fundamentalista, e à criação de certos índices que se tornaram clássicos para a avaliação de empresas.

Principais Índices

Índice Preço/Lucro: Esta relação decorre da divisão entre a cotação de um determinado papel, em certo momento, pelo lucro líquido por ação (anual ou anualizado por alguma técnica adequada) proporcionado pela respectiva empresa.

Este quociente espelha o prazo de retorno do investimento (sob as formas de dividendos ou do reforço das reservas livres da companhia).

Em princípio, deduz-se que quanto mais baixo o P/L mais recomendável será realizar aquisições, e vice-versa; na realidade, este índice não deve ser utilizado isoladamente para respaldar decisões de investimento.

O conceito do índice deve ser dinâmico, ou seja, sua utilização deve conter as perspectivas de desenvolvimento daempresa e de seus lucros, de acordo com os prazos ideais (do ponto de vista do investidor)para sua aplicação no papel em questão.

No caso brasileiro, alguns fatores dificultam a utilização do índice P/L. Além dacaracterística universal de várias empresas apresentarem diversos graus de sazonalidade naformação de suas receitas, ao longo de um exercício social, o ambiente inflacionário e assucessivas e profundas intervenções governamentais na atividade econômica causam esseacréscimo de dificuldade.

A observação empírica nos mostra que no Brasil o lucro de uma empresa podeapresentar grandes variações de um ano para outro; desta forma, o P/L calculado sobre olucro passado pode nada significar, enquanto que as projeções de lucros constituemexercícios que em certos casos beiram a adivinhação.Apesar disso, o índice é bastante utilizado por analistas e investidores em suasavaliações.

Cash-Yield: Este instrumento decorre da verificação do dividendo pago em dinheiro, poração.

A exemplo do P/L, é conveniente que sua apuração seja sobre o valor acumuladoanual, ou anualizado por alguma fórmula adequada.

Para muitos investidores, que preferem retornos em dinheiro para suas aplicações, o“cash-yield” combinado com levantamentos estatísticos sobre a periodicidade e a época do pagamento dos dividendos constitui importante instrumento de apoio a suas decisões.

Um aspecto muito importante, que confere ao “cash-yield” características diferentes do P/L, é que a legislação societária brasileira permite que em certas ocasiões sejam efetuados pagamentos de dividendos à conta de saldos de reservas de lucros, ainda que a empresa não tenha apresentado lucro em seu último balanço ou balancete.

Além disso, o percentual dos lucros destinados ao pagamento de dividendos varia significativamente de empresa para empresa.

Por outro lado, o analista deve atentar para os diversos procedimentos das empresas em relação à periodicidade do pagamento de dividendos. Algumas pagam dividendos anuais, enquanto outras fazem semestral, trimestral ou mesmo mensalmente.

Quando o pagamento for parcelado ao longo do exercício social, o investidor não deve deixar de utilizar deflatores, se as taxas

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