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Análise Port Carros

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Por:   •  4/11/2014  •  2.234 Palavras (9 Páginas)  •  324 Visualizações

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I Introdução

Trata-se de análise realizada a pedido da empresa Port Carros em que nos foi solicitada a realização de análises mercadológica, de questões micro e macro econômicas; questões tributárias; questões financeiras e análise de investimentos, além de eventual necessidade de análise de custo de capital, caso necessite de financiamentos para a expansão que pretende implementar, como forma de subsidiar a tomada de decisões pelos sócios da referida pessoa jurídica.

A referida empresa planeja sua incursão em novo ramo de atuação, pretendendo o ingresso no mercado de revenda de veículos novos e usados.

Destarte, para tanto serão realizadas as pesquisas com alicerce na atual conjuntura econômico/jurídica brasileira, no intuito de alcançar as respostas dos questionamentos que nos foram relatados (a ser inseridas no corpo do discurso), para o fim de colmatar os interesses expansionistas da empresa com a realidade vivenciada atualmente no mercado, para que seja possível a tomada concreta de decisões que não levem esta à bancarrota.

II Desevolvimento

De início, necessário aportar na questão do planejamento financeiro, suas características e seus fundamentos, para então, com base firme, possamos partir para as análises restantes.

O planejamento financeiro é necessário, pois visa prevenir a empresa de prejuízos, no intuito de alcançar as metas e os objetivos traçados. Conceitua-se e justifica-se o planejamento financeiro, pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – SEBRAE como o seguinte, ipsis litteris:

Em uma economia cheia de incerteza e grande concorrência, o planejamento financeiro mostra-se como uma ferramenta para a boa gerência e algo necessário a sobrevivência da empresa. Planejar é traçar metas, elaborar planos direcionados ao projeto que se almeja por em prática.

Planejar as finanças da empresa é criar uma estratégia econômica para que os objetivos sejam atingidos, a curto ou longo prazo, da maneira mais estruturada e precisa possível.

As notas distintivas que o especificam frente aos demais planejamentos, isto é, suas características, são as seguintes: a) é um processo contínuo e permanente; b) é sempre voltado para o futuro; c) visa selecionar entre várias alternativas, o curso de ação; d) é sistêmico; e) é interativo; f) é uma técnica de alocação de recursos; g) é uma técnica de coordenação e integração; e h) é uma função administrativa que interage com as demais.

Assim, expostas as características do planejamento financeiro, fica claro à empresa que esta deve elaborar este projeto, traçando suas metas a longo e curto prazo, bem como seus objetivos em relação à referida expansão.

Traçada a importância do planejamento financeiro, como instrumento para o futuro da empresa, não se pode olvidar da importância que o controle sobre o presente tem para o alcance dos objetivos traçados no referido planejamento futuro. Para tanto, a empresa necessita da aplicação das ferramentas de controle e de correção, dentre as quais destacam-se os demonstrativos orçamentários, nesse momento específicos nas ferramentas do Demonstrativo de Resultado de Exercício Projetado e do Fluxo de Caixa Projetado.

Estas ferramentas permitem à empresa previsão concreta de seus custos, bem como de seus ganhos, quando projetados, e a análise concreta da saúde financeira da empresa, quando na sua versão normal. Utilizando-as, torna-se possível a previsão de que as metas e os objetivos traçados no planejamento financeiro serão alcançados, ou se será necessária sua retificação para o pretendido êxito.

Especificamente, o fluxo de caixa permite :

Apurar o saldo disponível para se tomar a decisão de captar os recursos necessários, ou aplicar os recursos disponíveis.

O saldo de caixa não indica, necessariamente, que a empresa está tendo lucro ou prejuízo em suas atividades operacionais.

No fluxo de caixa deverão ser registrados todos os recebimentos (vendas à vista, recebimento de duplicatas e outros recebimentos) e todos os pagamentos (compras à vista, pagamentos de duplicatas, pagamento de despesas, outros pagamentos) previstos para o dia.

Destarte, o demonstrativo de resultado de exercício pretende :

Mostrar o resultado financeiro (lucro ou prejuízo) das vendas realizadas no período.

No demonstrativo de resultados deverá constar o valor total das vendas realizadas no período, independentemente do seu recebimento, o custo das mercadorias vendidas, independentemente de seu pagamento, e as despesas decorrentes de suas atividades operacionais.

O registro dos recebimentos das vendas e dos pagamentos dos custos e das despesas é feito no Fluxo de Caixa.

Assim, adentra-se às técnicas de análise de orçamento de capital que servem como instrumentos para se averiguar viabilidade em relação a determinados projetos. Dentre tais técnicas, exsurgem as seguintes: a) Valor Presente Líquido; b) Taxa Interna de Retorno; e c) Payback Descontado.

O VPL – Valor Presente Líquido – serve como instrumento para se calcular quanto os futuros pagamentos somados a um custo inicial estariam valendo atualmente .

Considerada uma técnica sofisticada de orçamento de capital, é obtida subtraindo-se o investimento inicial de um projeto do valor presente das entradas de caixa, descontadas a uma taxa especificada.

Por seu turno, a TIR – Taxa Interna de Retorno – é a taxa necessária para igualar o valor de um investimento (valor presente) com os seus respectivos retornos futuros ou saldos de caixa . Confrontada com a Taxa Mínima de Atratividade, define se um empreendimento é atrativo, indiferente, ou não atrativo.

Por fim, o Payback descontado nada mais é do que o período em que a empresa retomará o valor investido inicialmente a partir das entradas de caixa.

Com alicerce em tais instrumentos administrativos, pode-se averiguar concretamente a saúde financeira da empresa.

Todavia, caso seja necessária a tomada de dinheiro emprestado para a expansão da empresa ao ramo em que pretende ingressar, resta a análise das modalidades atraentes para esta, dentre as quais se destacam o empréstimo, financiamento e o leasing.

Para tanto, necessária a elucidação de alguns princípios relativos à aplicação de dinheiro no tempo. Cediço, por óbvio, que a tomada de valores emprestados e sua consequente devolução certo tempo após, será acrescida dos devidos juros a taxas e prazos convencionados.

Bertolo conceitua a relação entre o dinheiro e o tempo da seguinte forma :

O valor do dinheiro no tempo (VDT) se refere ao fato que dinheiro (um dólar, um euro, um yen, ou um real) na mão hoje vale mais do que a esperança dessa mesma quantia ser recebida no futuro. Existem no mínimo três razões do porquê isto é verdadeiro. Primeiro, dinheiro na mão hoje pode ser investido, rendendo juros, de modo que você terminará com mais dinheiro no futuro. Em segundo lugar, o poder de compra do dinheiro pode mudar no tempo devido a inflação. Finalmente, a receita de dinheiro esperada no futuro é, em geral, incerta.

Destarte, tomando por base referida conceituação, podemos desenvolver duas simples simulações para os fins de tomada de empréstimo da quantia original de R$ 100.000,00 (cem mil reais), a ser devolvida em 12 (doze) meses, mas com taxas de juros de 1% ao mês e a atual média de mercado para financiamento para pessoas jurídicas, que se encontra na alíquota de 2,35% ao mês .

No primeiro exemplo, obviamente a tomada de R$ 100.000,00 a um ano atrás, para pagamento nesta data, a taxa de juros de 1% ao mês, resultaria em um custo de R$ 12.000,00 (doze mil reais) para a empresa tomadora. Veja-se a simulação abaixo:

Aplicação de juros compostos de 1% ao mês, pro-rata die, entre 19-Outubro-2011 e 19-Outubro-2012 sobre o valor de R$ 100.000,00

Valor original: R$100.000,00

Valor atualizado: R$100.000,00

Valor atualizado, com juros: R$ 112.000,00

Memória do Cálculo

Juros

Juros percentuais (JP) = 12,00000 %

Valor dos juros (VJ) = VA * JP = 12.000,0000

Valor total com juros = VA + VJ = R$112.000,00

Observações sobre os juros:

Fórmula dos juros simples: Juros = (taxa / 100) * períodos

períodos = 13/31 (prop. Outubro-2011) + 11 (de Novembro-2011 a Setembro-2012) + 18/31 (prop. Outubro-2012) = 12

Juros = (1 / 100) * 12 = 12,00000 %

Por seu turno, no segundo exemplo teríamos que o custo do dinheiro no tempo seria majorado para R$ 28.200,00 (vinte e oito mil e duzentos reais) para a tomada de empréstimo de R$ 100.000,00 a ser pago em um ano com uma taxa de juros de 2,35% ao mês. Note-se a simulação a seguir:

Aplicação de juros compostos de 2,35% ao mes, pro-rata die, entre 19-Outubro-2011 e 19-Outubro-2012 sobre o valor de R$100.000,00

Valor original: R$100.000,00

Valor atualizado: R$100.000,00

Valor atualizado, com juros: R$128.200,00

Memória do Cálculo

Juros

Juros percentuais (JP) = 28,20000 %

Valor dos juros (VJ) = VA * JP = 28.199,9989

Valor total com juros = VA + VJ = R$128.200,00

Observações sobre os juros:

Fórmula dos juros simples: Juros = (taxa / 100) * períodos

períodos = 13/31 (prop. Outubro-2011) + 11 (de Novembro-2011 a Setembro-2012) + 18/31 (prop. Outubro-2012) = 12

Juros = (2,35 / 100) * 12 = 28,20000 %

Logo, a opção viável para a empresa logicamente seria a que apresenta a taxa de juros menor, tanto ao mês, quanto ao ano, bem como com o prazo menor possível, vez que existe liame direto entre o tempo e o acréscimo do custo do dinheiro tomado.

Definidas as questões relativas a planejamento financeiro, suas ferramentas de controle e correção, bem como as questões relativas à tomada de dinheiro e sua relação com o tempo, resta a análise das questões tributárias pertinentes, bem como do mercado em que se pretende a expansão.

Incide sobre a revenda de automóveis novos e usados o Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI – cuja resolução 7.212/2010 propõe a fiscalização, cobrança, arrecadação e administração do referido tributo.

O fato gerador de tal tributo, destarte, encontra-se regulado pelo art. 35 da referida resolução, do que se extraem as seguintes hipóteses:

Art. 35. Fato gerador do imposto é (Lei nº 4.502, de 1964, art. 2º):

I - o desembaraço aduaneiro de produto de procedência estrangeira; ou

II - a saída de produto do estabelecimento industrial, ou equiparado a industrial.

A competência tributária do referido imposto é atribuída à União. Ela é quem, em cumprimento ao art. 153, inciso IV da Constituição Federal detem competência para regular o IPI em todas as suas facetas, dentre as quais, para os fins deste trabalho, a cobrança. A base de cálculo do IPI, por sua vez, vem disciplinada no art. 190, incisos I e II da referida resolução e é calculada com alicerce no valor total da operação de que decorrer a saída do estabelecimento industrial ou equiparado a industrial para os produtos de origem nacional, bem como o valor que servir ou que serviria de base para o cálculo dos tributos aduaneiros, por ocasião do despacho de importação, acrescido do montante desses tributos e dos encargos cambiais efetivamente pagos pelo importador ou dele exigíveis e do valor total da operação de que decorrer a saída do estabelecimento equiparado a industrial para os bens de origem estrangeira.

Quanto a sua seletividade e não cumulatividade tem-se a relevar que a primeira característica diz respeito à aliquota do IPI ser maior de acordo com a suntuosidade e luxúria do bem, em outras palavras, quanto mais dispensável o produto, maior será a aliquota incidente. Por seu turno a não cumulatividade do IPI significa que em cada operação tributada deve ser abatido o valor do imposto pago na operação imediatamente anterior.

Por fim, há que se destacar que se o governo federal reduzir ou majorar a alíquota deste para fomentar a ampliação ou redução do consumo, certamente tal medida terá impacto no valor final do produto, vez que tal imposto é repassado ao consumidor por meio do preço final. Caso o IPI seja majorado, o preço final dos automóveis revendidos aumentará, de outro giro, caso diminuido, o preço deverá ser reduzido na mesma medida da diminuição da alíquota.

De corolário a todas as explanações, ainda resta demonstrar as expectativas econômicas quanto à revenda de carros novos e usados. Certo é que atualmente o mercado de revenda de automóveis encontra-se aquecido e em plena retomada da expansão de cinco anos atrás.

Veja-se que atualmente as expectativas do setor são de retomada do crescimento rápido que obteve acerca de 05 (cinco) anos. A Fenabrave publicou nota em que prevê tal retomada de crescimento. Veja-se:

O evento começa no momento em que as vendas de carros perdem ritmo, mas - embaladas pelos incentivos fiscais do governo - caminham firmes para renovar o recorde do ano passado: de 3,4 milhões de automóveis e utilitários leves emplacados no país.

III Conclusão

De conclusão, expressa a necessidade da existência de planejamento financeiro, bem como da utilização das ferramentas para controle da execução do orçamento e de adequação caso seja percebido que as metas e os objetivos não serão alcançadas.

Ainda, é necessário o exame e levantamento concreto de simulações relativas a tomada de empréstimo, elencando-se o custo do dinheiro como fator preponderante para a decisão sobre qual forma de financiamento será a mais adequada.

Destarte, ainda há que se afirmar a incidência no novo negócio expandido do imposto sobre produtos industrializados, e suas consequências relativas à redução ou majoração das alíquotas.

Por fim, resta frisar que o setor de revenda de carros novos e usados, apesar de leve retração sofrida há pouco tempo, ainda se encontra aquecido e em plena retomada dos negócios, tornando-se para a empresa oportunidade real de lucros e de novos negócios.

BIBLIOGRAFIA

BANCO CENTRAL DO BRASIL. Disponível em http://www.bcb.gov.br/fis/taxas/htms/tx011040.asp. Acesso em 18/10/2012.

BERTOLO. Luiz Antônio. Disponível em http://www.bertolo.pro.br/MatFin/Apostila.pdf. Acesso em 18/10/2012.

FARIA E SILVA. Roberto Cesar. Disponível em http://professorrobertocesar.files.wordpress.com/2010/08/3-payback-descontado.pdf. Acesso em 18/10/2012.

SEBRAE. Disponível em http://www.sebrae.com.br/customizado/uasf/gestao-financeira/planejamento-financeiro. Acesso em 16 de outubro de 2012.

SEBRAE. Disponível em http://antigo.sp.sebrae.com.br/principal/melhorando%20seu%20neg%C3%B3cio/orienta%C3%A7%C3%B5es/finan%C3%A7as/principal/instrumentoscontrole.aspx. Acesso em 18/10/2012.

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http://pt.wikipedia.org/wiki/Taxa_interna_de_retorno. Acesso em 18/10/2012.

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