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As propagandas da indústria tabagista traduzem hábitos e posturas da sociedade por longas décadas.

Por:   •  11/5/2017  •  Trabalho acadêmico  •  4.618 Palavras (19 Páginas)  •  240 Visualizações

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Propagandas de Cigarros

As propagandas da indústria tabagista traduzem hábitos e posturas da sociedade por longas décadas.

Breve resumo desta cronologia e apresentação de algumas curiosas campanhas publicitárias de cigarros:

No começo do século XX a indústria tabagista tinha o foco do cigarro apenas para o homem, a imagem da mulher era usada exclusivamente como objeto de desejo, sempre ao lado do cigarro. Nesta época a veiculação dos anúncios aconteciam apenas nos veículos impressos, os próprios maços de cigarros já atraiam a atenção usando imagens femininas belíssimas com o pretexto para o consumo do produto. Com o passar do tempo as mulheres passaram a interessar a indústria do fumo, agora de modo bem diferente, elas passaram a serem consumidoras, e nisto já estamos falando do começo dos anos 50. O maior disseminador do hábito de fumar, foi o cinema, as produções hollywoodianas exibiam grandes astros e estrelas fumando e propagando o glamour do cigarro por muitos e muitos anos. Essa identificação com astros e estrelas fizeram com que seus admiradores os imitassem, e a propaganda sempre ajudava nessa conversão. A publicidade foi tão além que os Flintstones nos anos 50 protagonizaram a campanha dos cigarros Winstons, imagine nos dias de hoje, um desenho animado fazendo publicidade para a indústria tabagista.

VÍDEO:  CIGARROS WINSTON – EUA (ANOS 50)

https://www.youtube.com/watch?v=Fu_6Ep5i0qI

        

No começo dos anos 50 começaram a chegar no Brasil os cigarros importados, sendo o primeiro deles o Camell, e por falar em Camell apresentamos um curioso VT onde um médico recomenda o consumo do cigarro. Esse VT foi produzido e veiculado nos Estados Unidos.

CIGAROS CAMEL- EUA ANOS 50

Recomendado por médicos: https://www.youtube.com/watch?v=iD80Dvs_v8c

Todo o glamour inspirado por Hollywood, durou por muitos e muitos anos, os principais astros e estrelas contracenavam exibindo belíssimas piteiras e aparências sempre impecáveis. O hábito de fumar era sempre associado a belas mulheres e homens viris, todos muito elegantes e arrumados.

Já nos anos 80, o público alvo do cigarro passou a ser formado também por jovens, com muita ênfase nas práticas esportivas.

A campanha que vamos analisar é a de 1976 – Cigarros Villa Rica, com o jogador de futebol Jerson, o famoso *canhotinho de ouro.

A partir dessa campanha surgiu o bordão popular Lei de jerson, aquele que gosta de levar vantagem em tudo

CIGARROS VILA RICA- 1976: https://www.youtube.com/watch?v=3aR6EgUeKjc

A prática esportiva que mais demonstro ligação com o cigarro foi o automobilismo, especificamente a formula 1, o saudoso Ayrlton Senna foi protagonista de diversas campanhas públicitarias da Malboro.

O alerta aos cuidados com a saúde e a forte investida em comunicação em propagar os malefícios do cigarro fizeram com que a propaganda da indústria ficasse proibída no Brasil. Em meados dos anos 200 aprovou-se o projeto de lei que proibia a publicidade de cigarros em todos os veículos de comunicação, bem como também as cotas de patrocínio em eventos esportivos e culturais com exceção do ponto de venda, sobre a publicidade de cigarros restaram somente as lembranças

A expressão originou-se em uma propaganda de 1976 criada pela Caio Domingues & Associados, que havia sido contratada pela fabricante de cigarros J. Reynolds, proprietária da marca de cigarros Vila Rica, para a divulgação do produto. O vídeo apresentava o meia armador Gérson, jogador da Seleção Brasileira de Futebol como protagonista.

A Lei da Vantagem ou Lei de Gérson é um princípio em que determinada pessoa ou empresa brasileira deve obter vantagens de forma indiscriminada, sem se importar com questões éticas ou morais.

A "Lei de Gérson" acabou sendo usada para exprimir traços bastante característicos e pouco lisonjeiros do caráter nacional, que passa a ser interpretado como caráter da população, associados à disseminação da corrupção e ao desrespeito a regras de convívio para a obtenção de vantagens.

O vídeo inicia-se associando a imagem de Gerson como "Cérebro do time campeão do mundo da Copa do mundo de 70" sendo narrado pelo entrevistador de terno e microfone em mão, que se passa em um sofá de uma sala de visitas, este entrevistador pergunta o porquê de Vila Rica, que durante a resposta recebe um cigarro de Gerson e acende enquanto ouve a resposta, que é finalizada com a frase:

[pic 1]

Por que pagar mais caro se o Vila me dá tudo aquilo que eu quero de um bom cigarro? Gosto de levar vantagem em tudo, certo? Leve vantagem você também, leve Vila Rica!.

[pic 2]

Gerson

Consequencias:

Mais tarde, o jogador anunciou o arrependimento de ter associado sua imagem ao anúncio, visto que qualquer comportamento pouco ético foi sendo aliado ao seu nome nas expressões Síndrome de Gérson ou Lei de Gérson.

O diretor do comercial, José Monserrat Filho, procurando se eximir de responsabilidade, sustenta que o público fez uma interpretação errônea do seu vídeo: "Houve um erro de interpretação, o pessoal começou a entender como ser malandro. No segundo anúncio dizíamos: levar vantagem não é passar ninguém para trás, é chegar na frente, mas essa frase não ficou, a sabedoria popular usa o que lhe interessa". Nos anos 1980 os meios de comunicação em massa brasileiros começaram a divulgar notícias sobre corrupção na política brasileira e a população começou a utilizar o termo "Lei de Gérson".[3]

https://pt.wikipedia.org/wiki/Lei_de_G%C3%A9rson

Lei de Gerson

O País passou por várias crises de identidade neste século.

"Você gosta de levar vantagem em tudo, certo?" A propaganda não teve uma interpretação pejorativa na época, mas depois virou lei. "Para o período era um jargão superdifundido. A propaganda captou um elemento de identificação que estava no imaginário popular", acredita Maria Izilda Matos, historiadora e pesquisadora da boemia. "A lei de Gerson funcionou como mais um elemento na definição da identidade nacional e o símbolo mais explícito da nossa ética ou falta de ética", completa a historiadora.

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