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Comportamento Organizacional - Uma Avaliação Da Correlação Dos Elementos Teóricos Com A Organização Em Que Trabalho.

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Por:   •  2/7/2014  •  2.824 Palavras (12 Páginas)  •  426 Visualizações

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Comportamento Organizacional - uma avaliação da correlação dos elementos teóricos com a organização em que trabalho.

Francisco Fernandes de Almeida Filho (02.07.2014)

Seria suficiente dizer apenas: esses elementos não são considerados na minha instituição.

Porque essa resposta tão simplista! Vejamos a seguir.

Presidi, até o final de 2013, um Instituto de Previdência Municipal. Órgão pequeno, com apenas 5 servidores: 1 presidente; 1 tesoureiro; 2 agentes administrativos e 1 auxiliar de serviços gerais. Os salários são atrativos relativamente ao meio. Presidente R$ 6.000,00; tesoureiro R$ 3.500,00; agentes administrativos R$ 1.200,00 e auxiliar de serviços salário mínimo. Dentre os servidores 3 têm cargos comissionados e 2 são prestadores de serviços. Isto é, nenhum servidor efetivo da organização.

Quanto aos beneficiários, caracterizam-se na forma de aposentados e pensionistas, formando um universo de 600 pessoas.

As relações pessoais são próximas, não existe plano de carreira. Não há qualquer expectativa de crescimento profissional. As tarefas são rotineiras: folha de pagamentos; descontos consignáveis; registro de aposentados; registros de movimento de caixa e outras pequenas tarefas administrativas. Os recursos são suficientes apenas para o custeio, não sobrando qualquer margem para investimentos financeiros.

CORRELAÇÃO TEORIA-PRÁTICA

1. Psicologia e saúde no trabalho

Segundo Heloani (2003), na atualidade observa-se uma pressão constante contra a grande massa de trabalhadores existente em quase todo o mundo. Uma ameaça com objetivo certeiro faz com que milhares de pessoas sintam-se sobressaltadas, pois a única ferramenta que dispõem é sua força de trabalho, a qual pode ser dispensada a qualquer momento. Nas palavras do autor,

“O desprezo assola o universo do trabalho e traz conseqüências drásticas para todos os que têm em seu trabalho sua única forma de sobrevivência. Contudo, a força de trabalho exigida precisa de especial qualificação, mesmo que seja, como antigamente, para apertar um simples botão. Assim, para a maior parte das atividades, exige-se um trabalhador complexo, que saiba muito mais além do que seria preciso para a execução de determinada tarefa. Acompanhando a tecnicidade do mundo, vai-se, paulatinamente, necessitando de um trabalhador com maiores habilidades, ágil, que saiba lidar com uma nova representação de mundo, mesmo que seja para ocupar um cargo simples como o de telefonista.

Essa pessoa tem de dominar sua língua, em alguns casos outro idioma, tem de ter rapidez tanto manual, como na voz e na mente, além de uma bagagem de informação disponível enquanto recurso pessoal para, ante qualquer dificuldade, utilizá-la. Assim, o mundo do trabalho torna-se, de forma rápida e surpreendente, um complexo monstruoso, que se por um lado poderia ajudar e auxiliar o homem em sua qualidade de vida, por outro lado avassala o homem em todos os seus aspectos.

Esse princípio de realidade adentra e fere o psiquismo humano, fazendo com que as pessoas sintam-se exigidas. O sentimento de impotência e de desvalorização, que levam as pessoas pouco resistentes a degenerar-se rapidamente, avilta de si qualquer potencial humano que pudesse se somar às conquistas da civilização”.

Este texto encaixa-se perfeitamente na avaliação da minha instituição no que compete à problemática da saúde do servidor. Se ele não tem segurança no trabalho, não tem expectativa de uma carreira ou de um progresso funcional, se dele são exigidos níveis melhores de qualificação e domínio tecnológico, certamente ele esta dominado por um sentimento de impotência e desvalorização. Mesmo que isso não esteja explicito no seu comportamento, provavelmente o está em seu mundo psíquico.

Encouraçado pela cultura organizacional e refém dos paradigmas adquiridos ao longo de uma vida profissional, o gestor ignorou esses aspectos que avassalam as pessoas. Obviamente, sua visão de trabalho e de gestão de pessoas não será as mesmas a partir desse momento.

2. Aceleração social

O mundo está vivenciando uma nova etapa do desenvolvimento das sociedades. O mundo moderno ou pós-modernismo subordina-se à noção de tempo, tempo social ou tempo artificial. Espaço e tempo se transformaram, à medida que o espaço de fluxos passou a dominar o espaço de lugares. O tempo intemporal passou a substituir o tempo cronológico.

O sentido de tempo é mutável ao longo da evolução das sociedades. As atividades humanas se aceleraram o que leva uma sensação de que o tempo também está acelerado. Essa aceleração do tempo é chamada de aceleração social. Aparência, simulacro, virtualidade e imagens passam a desempenhar importância fundamental na vida social e no imaginário das pessoas à medida em que se acelera e generaliza o processo de racionalização das organizações e atividades, das relações e estruturas sociais baseadas na técnica, na eletrônica, robótica, informática e telemática.

O tempo eletrônico comanda a vida das pessoas e o figurativo passou a ter mais importância que o real. Esse tempo comanda a vida, acelerando as atividades econômicas a cultura e o modo de vida, transformando o modo de pensar, de viver, produzir e consumir. É a cultura da virtualidade.

Nesse processo acelerativo a vida fica resumida ao momentâneo, ao imediato, ao “aqui e agora”. A noção de espaço-tempo foi redesenhada, dando lugar a uma forma de compressão do tempo. O tempo vivenciado na atualidade foi ressignificado e isso provocou uma aceleração social, cujas mudanças deixaram de acontecer entre gerações para acontecerem na mesma geração. Houve uma mudança significativa no estilo de vida, nas atitudes, na linguagem social e n os modos de relacionamentos. Essas mudanças geram um efeito social denominado de compressão do presente.

Essa compressão provoca uma aceleração no ritmo de vida dos indivíduos, obrigando-os a realizaram mais coisas simultaneamente. Nesse tempo ultra-curto valoriza-se a competição, o vencedor. As empresas somente valorizam os vencedores e esses, por sua vez, obrigam-se a acompanhar essa luta frenética pela cultuação da performance. O indivíduo tem que trabalhar cada vez mais, cada vez mais rápido e cada vez melhor. Isso provoca um distúrbio psicológico denomidado de estresse da performance, decorrente da compressão do tempo vivido e não suportado.

Em decorrência dessa perda de valores e finalidades sociais

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