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Empreendedorismo No Brasil

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Por:   •  2/6/2014  •  4.775 Palavras (20 Páginas)  •  322 Visualizações

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Resumo: Trata-se de um amplo painel sobre o tema empreendedorismo, compreendendo desde a origem da palavra até sua importância estratégica para o desenvolvimento econômico do Brasil neste momento de novo governo. O empreendedorismo, ainda que presente em toda a história econômica contemporânea, é hoje um fenômeno global, dadas as profundas mudanças nas relações internacionais entre países e empresas, no modo de produção, nos mercados de trabalho e na formação profissional. O Brasil é apontado como um dos países mais empreendedores do mundo, mas há muito a melhorar no que se relaciona às condições de consolidação das milhares de iniciativas de novas empresas. O empreendedor corporativo é um perfil cada vez mais procurado pelas empresas, nas quais um dos principais objetivos é a busca da eficiência. Investir na disseminação organizada do empreendedorismo será fator fundamental de progresso econômico e social e também fonte de geração de novos empregos.

Palavras-chave: Brasil, desenvolvimento econômico, empreendedorismo, empreendedor corporativo, emprego.

1. A origem da palavra e definições

A raiz da palavra empreendedor remete-nos há 800 anos, com o verbo francês entreprendre, que significa “fazer algo”. Uma das primeiras definições da palavra “empreendedor” foi elaborada no início do século XIX pelo economista francês J.B. Say, como aquele que “transfere recursos econômicos de um setor de produtividade mais baixa para um setor de produtividade mais elevada e de maior rendimento”. O termo “entrepreneur” foi incorporado à língua inglesa no início do século XIX. Entre os economistas modernos, quem mais se debruçou sobre o tema foi Joseph Schumpeter, que teve grande influência sobre o desenvolvimento da teoria e prática do empreendedorismo. Em seus estudos, ele o descreve como a “máquina propulsora do desenvolvimento da economia. A inovação trazida pelo empreendedorismo permite ao sistema econômico renovar-se e progredir constantemente.” De acordo com Schumpeter, “sem inovação, não há empreendedores, sem investimentos empreendedores, não há retorno de capital e o capitalismo não se propulsiona.”

Em minha longa jornada sobre este fascinante e absorvente assunto, resolvi adotar a definição encontrada em um relatório da Accenture, resultado de uma pesquisa internacional conduzida entre janeiro de 2000 e junho de 2001: “Empreendedorismo é a criação de valor por pessoas e organizações trabalhando juntas para implementar uma idéia através da aplicação de criatividade, capacidade de transformação e o desejo de tomar aquilo que comumente se chamaria de risco.”

2. Empreendedorismo e ambiente econômico

O empreendedorismo é hoje um fenômeno global, sobre o qual diversas instituições públicas e privadas têm investido para pesquisar e incentivar. Existe uma clara correlação entre o empreendedorismo e o crescimento econômico. Os resultados mais explícitos manifestam-se na forma de inovação, desenvolvimento tecnológico e geração de novos postos de trabalho. A riqueza gerada pelos empreendedores contribui para a melhoria da qualidade de vida da população e, não raras vezes, é reinvestida em novos empreendimentos e, de maneira indireta, nas próprias comunidades.

O maior exemplo contemporâneo da força empreendedora foi a criação de milhares de novas empresas e milhões de novos empregos na economia norte-americana em seu recente período de extraordinário crescimento. Nas palavras do mestre Peter Drucker, “o surgimento da economia empreendedora é um evento tanto cultural e psicológico, quanto econômico ou tecnológico.” Estes mesmos traços de dinamismo podem ser encontrados, se bem que com outros matizes, na economia brasileira.

O desenvolvimento econômico, segundo Schumpeter, tem três pilares: a renovação tecnológica, o crédito para novos investimentos e o empresário inovador. Este último, agente principal da mudança, é capaz de erigir um novo e lucrativo negócio, mesmo sem ser dono do capital. O que conta são suas características de personalidade, seus valores e a capacidade de utilizar os recursos disponíveis para modificar ambientes e conjunturas. Do ponto de vista macro-econômico, os empreendedores são capazes de romper os trajetos viciosos da economia e criar novos paradigmas, marcados pela competitividade e pela geração de oportunidades. Para além da necessária busca do lucro, a ação positiva dos empreendedores melhora a qualidade de vida a partir da oferta de novos produtos e serviços. Esse trabalho é sempre capaz de “provocar” a concorrência e estimular novos hábitos para clientes e consumidores finais.

Vamos mostrar que cada país pode desenvolver o clima mais apropriado para o empreendedorismo sem colocar em segundo plano os valores de seu sistema econômico e social, tais como redistribuição de riqueza ou proteção social.

As alavancas fundamentais para o empreendedorismo em um determinado país são: a) acesso ao capital de investimento; b) baixo grau de intervenção e regulação do Estado; c) padrões sócio-culturais que demonstrem uma postura favorável à atividade empreendedora.

Podemos identificar três modelos conceituais de ambiente empreendedor:

- O modelo de livre mercado que conta com uma intervenção governamental mínima, como é o caso dos Estados Unidos;

- O modelo de individualismo monitorado baseado ainda no estímulo aos empreendimentos individuais, mas utilizando políticas públicas como catalisadoras das energias empreendedoras, casos de Cingapura e Taiwan;

- O modelo da social-democracia, que combina o estímulo aos empreendimentos com forte ênfase na proteção social, no qual o governo é um jogador-chave no estabelecimento das regras sob as quais os empreendimentos podem florescer, exemplos da Alemanha, Holanda e Suécia.

As diferenças entre os países também refletem nos dois tipos de força propulsora do empreendedorismo: os empreendimentos “de oportunidade” e os “de necessidade”. Um empreendimento é “de oportunidade” quando o empreendedor iniciou ou investiu em um negócio a fim de aproveitar uma oportunidade percebida no mercado, e “de necessidade” quando se trata da melhor opção de trabalho disponível. Ambos florescem em países onde há desigualdade na distribuição de renda, mas onde as pessoas têm expectativa de que a situação econômica irá melhorar. Os de oportunidade aparecem em maior número onde há reduzida ênfase na manufatura, baixa intromissão governamental, grande número de investidores informais e respeito

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