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Empregabilidade

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Por:   •  3/6/2014  •  Projeto de pesquisa  •  1.757 Palavras (8 Páginas)  •  214 Visualizações

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Empregabilidade

Resumo

Esta investigação se propõe a analisar o tipo de funcionário recém-formado que grandes empresas privadas procuram para compor seu quadro gerencial. Parte da hipótese de que existe um conjunto de qualificações técnicas e comportamentais que estão mais ou menos alinhadas com as necessidades mercadológicas que envolvem essas corporações e que nem sempre encontram respaldo na formação oficial de um curso de graduação em administração de empresas. Para identificar os requisitos valorizados pelas empresas em seu processo de seleção de candidatos a cargos da área gerencial, foram entrevistadas oito pessoas-chave da área de Recursos Humanos de grandes empresas, responsáveis pela condução de processos seletivos estruturados.

A pesquisa conclui que a formação cognitiva específica recebida pelo graduando não é fator decisivo na contratação, mas, sim, as variáveis comportamentais e vivenciais do aspirante ao cargo e a excelência da

instituição de ensino cursada.

1 Doutora em Sociologia pelo IUPERJ. Professora do quadro principal da PUC-Rio.Endereço: Rua Marques de São Vicente 225 – Gávea - Rio de Janeiro/RJ –

Brasil -CEP: 22451900 - Email: ah.lemos@uol.com.br

2 Doutor em Administração pela PUC-Rio. Coordenador do curso de Graduação em Administração da PUC-Rio. Professor do quadro principal da PUC-Rio.

Endereço: Rua Marques de São Vicente 225 – Gávea - Rio de Janeiro/RJ – Brasil -CEP: 22451900 - Email:mpinto@iag.puc-rio.br

Introdução

O processo de reestruturação produtiva atualmente em curso tem provocado mudanças significativas na forma como se organiza o mercado de trabalho, mudanças estas que têm criado um cenário de crescimento dos índices

de desemprego aberto e precarização do emprego,1 afetando a forma como as pessoas gerenciam suas trajetórias profissionais. Essas transformações têm aparecido no centro da discussão sobre o mercado de trabalho na qual

se engajam estudiosos de diferentes orientações teóricas e ideológicas.

Apesar da crise do emprego ser o tema comum na maior parte das formulações contemporâneas acerca do mercado de trabalho, estas não convergem quando se trata de apontar as causas e, conseqüentemente, as saídas para o problema em análise. Para autores como Castel (1998) e Rifkin (1995), a reestruturação produtiva – na medida em que permite que se produza mais, com menos mão-de-obra – é a principal responsável pelo

decréscimo da oferta de postos de trabalho. Já Coutinho (1997) e Pochmann (2001) vêem a reestruturação produtiva associada à globalização econômica como causadoras do desemprego, notadamente, nos países periféricos. Uma terceira vertente – representada no Brasil por economistas como Amadeo (1998), Neri, Camargo e Reis (1999) e Barros, Cossio e Teles (2001) – atribui à conjugação reestruturação produtiva e despreparo dos trabalhadores para assumir os novos postos de trabalho, a responsabilidade pelo crescente

desemprego.

No caso brasileiro, observa-se que essa terceira vertente vem se constituindo na principal orientadora da discussão pública sobre o problema do desemprego. Essa é a versão com mais visibilidade na imprensa, além

de ter orientado a política pública de maior abrangência elaborada no passado recente pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) para enfrentar a crise de desemprego contemporânea: o Plano Nacional de

Qualificação do Trabalhador (Planfor).

2 A versão que atribui à precária qualificação dos trabalhadores a responsabilidade pelos elevados índices de desemprego delineia a crise contemporânea do mercado de trabalho como um problema de oferta inadequada de força de trabalho. A partir desse panorama, intensificam-se os esforços individuais e institucionais com vistas a adequar a formação profissional à demanda do mercado de trabalho. A expectativa por se atingir a empregabilidade passa a orientar tanto as aspirações do jovem profissional, ansioso por garantir sua vaga nesse disputado mercado, quanto as ações das instituições de ensino superior (IES) visando aumentar as chances de seu egresso se inserir no mundo produtivo.

Nesse contexto, o universo gerencial configura-se como um dos mais afetados por essas preocupações, motivo pelo qual a formação profissional do administrador de empresas tem sido alvo de intenso debate no âmbito das instituições de ensino dedicadas a prover essa formação. A preocupação em pensar o papel do administrador em face dos desafios de um mercado cada vez mais exigente tem motivado tanto estudos sobre o tema, quanto

experiências inovadoras nas instituições de ensino superior, com vistas à adequação dos conteúdos ministrados nos cursos de graduação em administração às exigências do mercado e de uma legislação em constante

mutação.

Apesar da preocupação crescente com o tema e da valorização da questão da empregabilidade pelas empresas, IES e estudantes, nem sempre são claras as indicações quanto ao que efetivamente se considera ser empregável, no âmbito gerencial. A percepção da imprecisão das informações referentes aos perfis profissionais efetivamente demandados pelos empregadores ao contratarem seus gerentes/administradores motivou a realização deste estudo.

Sem a pretensão de oferecer respostas definitivas a essa indagação, buscou-se identificar as exigências de qualificação feitas por empresas privadas ao contratarem seus futuros gerentes. Conhecer suas exigências é um caminho para entender os critérios adotados pelas empresas ao selecionarem seus funcionários, contribuindo, assim, para o delineamento do perfil do profissional empregável, na área de administração de empresas.

Pretende-se, assim, oferecer uma contribuição aos profissionais que atuam ou pretendem atuar na área gerencial das grandes empresas, bem como às IES em seu esforço para aproximar a formação oferecida aos futuros

administradores das exigências do mercado de trabalho.

Para lograr esse objetivo, este artigo está estruturado em cinco seções. Na primeira, apresenta-se, em linhas gerais, o universo e a metodologia de pesquisa do estudo. Na

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