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Estética e historia da arte

Por:   •  23/6/2015  •  Trabalho acadêmico  •  1.719 Palavras (7 Páginas)  •  394 Visualizações

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Como a Arte Fez o Mundo

Era Primitiva

Neste primeiro episódio da série Como a Arte Fez o Mundo veremos como o corpo humano nos inspira, nos manipula, afeta os pensamentos sobre os outros e até sobre nós mesmos. Ele nos mostra que no mundo real e no mundo artístico existe algo em comum entre eles, o fato é que raramente as pessoas criam imagens do corpo que sejam realistas. Voltaremos ao passado para descobrir porque o nosso mundo é tão dominado por imagens que não são reais.

No nordeste da Áustria, onde o grande rio Danúbio contorna o Vale Wachau habitava um povo nômade que deixou algo para trás. Perto da vila de Willendorf houve escavações por três arqueólogos austríacos. O que encontraram foi impressionante, em 7 de agosto de 1908 os três arqueólogos estavam em uma taverna para experimentar o vinho local, foi quando um de seus trabalhadores retirou da lama uma figura de uma mulher completamente intacta, era uma estátua de 25.000 anos de idade. Os 3 arqueólogos batizaram esta estátua de Vênus de Willendorf.

Era uma estátua de 10 cm talhada em pedra calcária e os nômades levavam de um lugar para o outro, hoje esta estátua permanece no Museu Natural de Viena valendo cerca de 60 milhões de dólares. Ela representa mais do que os três arqueólogos podiam imaginar. Além de ser uma notável peça histórica de nossos ancestrais é claramente irrealista, seus seios, estômago, quadris e coxas são grotescamente grandes e até mesmo seus órgãos sexuais são extremamente pronunciados, seus braços são praticamente inexistente e não tem face. Sendo um símbolo de fertilidade e maternidade para o povo nômade, há uma razão para as pessoas que a fizeram sentiram-se compelidas a exagerar em algumas partes do corpo e a ignorar outros completamente.

Para encontrar a resposta sobre o que levava os primeiros humanos a fazer tal tipo de representação humana um neuro cientista tem uma teoria sobre isso. O Professor Ramachandran começou a se perguntar se havia algo no cérebro dos humanos antigos que explicasse porque a Vênus tem essa forma e ele descobriu uma pista que essa teoria viesse através de uma pesquisa feita com gaivotas há 50 anos atrás em Oxford.

Aparentemente tem a ver com o comportamento dos filhotes de gaivota. Logo que os filhotes nascem eles batem no bico da mãe pedindo comida, os filhotes fazem isso porque são estimulados pelo sinal vermelho no bico da mãe e provaram isso fazendo um teste simples. Os cientistas exibiram uma vareta com um sinal vermelho na ponta e os filhotes bicavam o sinal vermelho, depois exibiram outra vareta com três sinais vermelhos, os filhotes passaram a bicar a vareta com três sinais vermelhos e colocando as duas varetas lado a lado os filhotes preferem a que tem três sinais vermelhos ao invés de apenas um.

Ele afirma que se as gaivotas tivessem uma galeria de arte pegariam a vareta com três listras vermelhas e pendurariam na parede e pagariam milhões de dólares para compra – la, seria considerado um Picasso, mas não entenderiam o porque. As pessoas que produziram a figura da Vênus estavam produzindo versões grotescamente exageradas, o equivalente para seus cérebros do que varetas com três listras representam para o cérebro dos filhotes, deste modo, o cérebro das pessoas que fizeram a Vênus estava pré-programado para exagerar o que mais importava. Essa teoria da gaivota sugere que a figura da Vênus tem essa forma simplesmente porque o cérebro que a concebeu estava interessado nisso.

Egito

Por volta de 5.000 a.C., o Egito se torna uma civilização completamente estabelecida. Os Egípcios foram o primeiro assentamento humano a utilizar imagens do corpo em sua arte. O instinto nômade de corpos grotescamente exagerados morreu nesta civilização e passaram a fazer corpos do tamanho correto. Também eram imagens irreais e preferiam mostrar o corpo de frente. O peito de frente, os braços poderiam ser exibidos lado a lado para mostrar mais claramente o que estão fazendo, as mãos espalmadas com dedos todos do mesmo comprimento, os pés seriam mostrados de lado e por último a cabeça porque embora ficasse bem clara de perfil os seriam vistos de lado. A forma que os Egípcios desenhavam o corpo humano não se alterou por cerca de 3.000 anos e nesse tempo foi a única imagem que se via do corpo humano, mas algo fez com que os Egípcios preservassem esse estilo por muito tempo.

Em uma tumba de um sacerdote chamado Ramose foram encontradas vestígios para responder o porque disso. O irmão de Ramose era o artista chefe do faraó e enquanto ele decorava a tumba do faraó ele morreu e com isso o artista chefe perdeu o emprego e não foi finalizado o serviço, alguns sinais intrigantes ficaram nas paredes, pistas do porque o estilo egípcio nunca mudou.

Traçadas sobre a parede estão finas linhas vermelhas que cobrem todo o corpo. A figura tinha 19 quadrados de altura, o pé tinha 2,5 quadrados de comprimento, a pupila do olho estava a um quadrado da linha central e estão esta grade era aplicada em todas as outras imagens espalhadas pelo Egito. É por isso que o estilo egípcio permaneceu inalterado por tanto tempo, eles não queriam que mudasse porque suas imagens traziam consistência e ordem, precisamente valores culturais sob os quais a civilização havia sido fundada. Os egípcios queriam que suas imagens do corpo durassem para sempre e desenvolveram habilidades revolucionárias de construção e escavação para isso.

O domínio da cultura, a sociedade em que vivemos, os valores que criamos para essa sociedade são eles que determinam como representamos o corpo humano.

Grécia

Em 1972, um italiano em férias fez uma descoberta na costa sul da Itália, Stefano Mariottini estava mergulhando quando avistou da superfície um braço no fundo do mar e achou que fosse de algum cadáver, aproximando-se viu que o material era de bronze, ele vasculhou e viu que se tratava do corpo de uma estátua aparentemente realista. Em duas horas de escavação ele descobriu duas estátuas antigas e o renderam uma excelente recompensa financeira.

Elas foram criadas por uma das culturas mais influentes da história, vieram da antiga Grécia.

Há 2.500 anos atrás a Grécia detinha valores culturais específicos, eles se preocupavam com a filosofia e a matemática, acreditavam em muitos deuses e deusas, mas também havia algo  em sua cultura equivalente a fixação egípcia como a ordem e a precisão, eram obcecados por corpos. Para os gregos antigos e corpo perfeito era o corpo atlético, eles exibiam seus corpos sem hesitação ou vergonha, eles achavam que seus deuses possuíam belos corpos então quanto mais impressionante você se mostrasse mais se pareceria com um deus. Esse culto ao corpo belo ocupada o centro da vida no mundo grego desde Athenas até Agrigento na costa da moderna Sicilia.

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