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Lucky-Goldstar: Administração, Estilo Coreano

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Por:   •  26/5/2013  •  1.307 Palavras (6 Páginas)  •  1.337 Visualizações

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Lucky-Goldstar: Administração, Estilo Coreano

Quando as companhias japonesas começaram a fabricar nos Estados Unidos, muitas pessoas riram de algumas de suas esquisitices empresariais, como os exercícios, antes do trabalho, mas os analistas ficaram também abalados com a eficiência do estilo japonês de administração. Agora estão chegando os coreanos, instalando suas próprias fábricas e trazendo sua versão de "harmonia" administrativa.

Dúzias de organizações sul-coreanos já abriram escritórios nos Estados Unidos e duas iniciaram operações e fabricação. O Grupo Lucky-Goldstar abriu em 1983 uma fábrica de aparelhos de televisão a cores em Hunstville, no Alabama e agora está alvoroçado com planos de expansão.

Em 1985, o Grupo Samsung também começou a produzir TVs a cores, numa fábrica em Roxbury Township, em Nova Jérsei. Apostando na possibilidade de fabricar com lucros nos Estados Unidos, exatamente quando os industriais americanos reclamam amargamente e até mesmo vão para outros países por causa da competição estrangeira, os coreanos contam com a capacidade de fundir aos métodos americanos seu estilo tradicional de administração.

O estilo coreano é semelhante ao já bem mais conhecido estilo japonês apesar de especialistas dizerem que os coreanos dispõem-se mais a casar suas técnicas com os métodos americanos. A administração coreana estimula uma atmosfera familiar, onde os empregados interagem livremente com os executivos e compartilham um forte comprometi- mento com o sucesso da empresa.

Agindo mais como um patriarca gentil do que como o presidente da fábrica da Goldstar of América, P. W. Suh assumiu a tarefa delicada de enxertar em Dixie os princípios de administração coreanos. O Sr. Suh admite terem havido momentos constrangedores - como a relutância de alguns trabalhadores americanos em usar uniformes - mas empregados e administradores geralmente apreciam o resultado.

"Você não acreditaria no que a Goldstar faz por nós", diz Rachei Cothren, fazendo uma pausa em seu trabalho na linha de montagem. "Meu marido estava no hospital, para uma grande cirurgia, e alguns membros da administração vieram me apoiar o tempo todo. O Sr. Suh veio e ficou comigo na UTI, e trouxe livros e revistas." Essa imagem, cuidadosamente cultivada, de uma empresa imbuída de consideração que lembra uma família feliz, é característica do estilo coreano de administrar. Mas essa consideração não é gratuita. Ela se destina a manter ossindicatos à distância e a estimular na força de trabalho o tipo de lealdade e de entusiasmo que irá gerar mais televisores por hora do que são conseguidos pelo estilo americano de administrar. Uma medida desse sucesso é a média de 1 % na taxa diária de absenteísmo na Goldstar, comparada com os 5% das empresas americanas. A idéia é importar métodos coreanos de administração, ao invés de televisores coreanos. Esses métodos estão associados a um milagre econômico que produziu nos últimos 25 anos um crescimento econômico na Coréia do Sul ainda mais acelerado do que no Japão. O crescimento coreano foi três vezes mais rápido do que o dos Estados Unidos. A principal arma no arsenal coreano é sua filosofia de administração, o que os coreanos chamam de inhwa, ou harmonia. Na Coréia do Sul, a Lucky-Goldstar é um exemplo dessa teoria.

"Se estivermos com pressa, podemos pedir aos empregados que tenham a consideração especial de fazer as coisas de modo diferente", diz D. H. Koo, presidente das operações internacionais para o Grupo Lucky-Goldstar, explicando a abordagem coreana. "E eles vão atender. Mas nos Estados Unidos, talvez eles não liguem se houver pressa."

O Sr. Koo e seus colegas nas salas de diretoria da Lucky-Goldstar desejam que os empregados da fábrica de Huntsville sejam solidários com a empresa e para isso estão tentando transplantar a inhwa. "Espero dedicação e lealdade no futuro, se ajudarmos a nossa família," disse o Sr. Suh, usando o termo "família" para se referir à sua força de trabalho.

Falar aos empregados sobre os objetivos da empresa e até mesmo pedir ajuda são princípios básicos da Goldstar. "Reuniões de família" são feitas mensalmente com todo o pessoal, e as discussões sobre qualidade são programadas a cada duas semanas. Além disso, são usadas bonificações para aumentar o entusiasmo. Cerca de três dias por semana os trabalhadores recebem um bônus - no valor de uma hora extra de trabalho - caso suas linhas de montagem tenham aumentado a produção mantendo os níveis de qualidade.

Os empregados também recebem 50 dólares em dinheiro caso não faltem a um único dia de trabalho durante três meses.

Métodos semelhantes de administração são usados na fábrica da Samsung em Roxbury Township. Ali também os empregados são chamados de família, e é enfatizada a interação entre trabalhadores e executivos. Um dos motivos para os coreanos terem começado a fabricar nos Estados Unidos é seu medo de que regras protecionistas mantenham seus produtos fora dos mercados americanos. Em várias ocasiões, a Goldstar viu-se diante de tribunais dos EUA, acusada de dumping (ou seja, de oferecer

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