PAPEL DA HEURÍSTICA NO JULGAMENTO E NA TOMADA DE DECISÃO SOB INCERTEZA

Grande parte do julgamento e tomadas de decisões que fazemos são reflexo de decisões sobre incerteza ou risco.

A tomada de decisão por incerteza baseia-se, por exemplo, em resultado das próximas eleições ou cotação futura do real, ou seja, são decididos sob estimativas. Investimentos financeiros ou desastres ambientais, são muitas vezes tomadas sem conhecimento suficiente, mas sim na incerteza onde o decisor necessita dizer possíveis acontecimentos ou resultados sem um fundamento concreto.

Os julgamentos de riscos, se baseiam nas probabilidades, como uma cirurgia de risco por exemplo, onde o decisor tem conhecimento dos riscos envolvidos e decide pela probabilidade.

O modelo normativo visa definir como as decisões devem ser tomadas para maximizar o raciocínio. O modelo descritivo descreve como os seres humanos tomam decisões de fato (Hammond, 2000).

As tomadas de decisões rápidas e sem informações confiáveis aponta o processamento mental limitado por base na heurística.

A heurística é a um método ou processo criado com o objetivo de encontrar soluções para um problema. Quando o individuo se depara com questões difíceis, envolve a substituição destas por outras de resolução mais fácil a fim de encontrar respostas viáveis. Plouts (1993) conceitua a heurística como regras gerais de influência utilizadas pelos sujeitos para chegar aos seus julgamentos em tarefas decisórias de incerteza. Segundo (Tversky & Kahneman, 1974) as heurísticas são úteis, mas podem levar a erros severos e sistemáticos.

Os três grupos de heurísticas são: Ancoragem e Ajustamento, a Disponibilidade de instancias e representatividade.

Ancoragem e ajustamento

A heurística da ancoragem e ajustamento é aquela em que se avalia a chance de ocorrência de um evento pela colocação de uma base (âncora) e se faz, então, um ajuste. Os gerentes começam a realização de suas avaliações com base em um valor inicial, que é posteriormente ajustado para fins de uma decisão final. O valor inicial, ou ponto de partida, pode ser sugerido por um precedente histórico, pela maneira na qual um problema é apresentado ou por uma informação aleatória. Em situações ambíguas, um fator trivial pode exercer um profundo efeito sobre nossa decisão, caso sirva como ponto de partida, do qual passamos a proceder a ajustamentos. Frequentemente, as pessoas serão capazes de perceber a falta de razoabilidade da âncora, mas seu ajustamento muitas vezes permanecerá, irracionalmente, próximo à mesma. O que se pode ver com grande constância é que, independentemente da base do valor inicial, os ajustamentos efetuados no mesmo tendem a ser insuficientes. Assim, podemos ter decisões distintas o mesmo problema, dependendo de quais são os valores iniciais.

Disponibilidade

Heurística da Disponibilidade é aquela que diz com que frequência avaliamos as chances de ocorrência de um evento pela facilidade com que conseguimos lembrarmos de ocorrências desse evento. Segundo Kahneman, Slovic e Tversky,4 os gerentes avaliam a frequência, a probabilidade ou as causas prováveis de um evento por meio do grau em que as circunstâncias ou ocorrências do mesmo estão prontamente disponíveis na memória. Certamente, um evento que evoca emoções, sendo vívido, facilmente imaginado e específico, estará mais disponível na memória do que um evento que seja menos marcante.

Se medirmos numa pesquisa de violência na cidade, o numero pessoas que já sofreu algum tipo de violência em tal cidade ou simplesmente assistido algo na TV avaliarão o local como uma zona perigosa ao contrario das pessoas que não tiveram nenhum tipo de experiência negativa nesse sentido.

aa imaginação possui um importante papel na heurística da disponibilidade, pois ela auxilia na avaliação da frequência e da probabilidade de ocorrência dos fatos e eventos em questão, e está diretamente associada ao grau de interesse da pessoa

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