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Análise acerca do Poder Nacional e da Balança de Poder em Morgenthau

Por:   •  7/8/2015  •  Trabalho acadêmico  •  1.265 Palavras (6 Páginas)  •  970 Visualizações

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Análise acerca do Poder Nacional e da Balança de Poder em Hans Morgenthau

                                                                         Murilo Gomes da Costa

Graduando de Relações Internacionais

Universidade Federal Fluminense (UFF)

Análise textual acerca da teorização de Morgenthau sobre Poder Nacional e  Relação de Equilíbrios na Balança de Poder, apresentadas no livro Políticas entre Nações.”

       Morgenthau , em seu mais memorável livro, a Política entre as Nações , que foi um marco que definiu o predomínio da teoria realista das Relações Internacionais, durante do período, posterior à Segunda Guerra Mundial, exacerba esse teor fundamentalmente teórico acerca das Relações Internacionais. Diferente do teórico Carr, que defendia o realismo com ressalvas, e comparativamente ao liberalismo-utópico, Morgenthau supervalorizava a teoria realista que seria fundamental para a compreensão da política internacional. Ao longo de sua obra, Morgenthau demonstra a importância do poder nas relações políticas internacionais. Destaca-se em Morgenthau as elocubrações acerca do Poder Nacional, onde ele descreve os elementos primordiais para fomentação desse poder. Ademais, ele indica quais são as limitações deste poder, dando enfoque primordialmente à balança de poder e às relações de equilíbrios de poder.

       Poder , na concepção de Morgenthau, é a capacidade de influenciar o comportamento de outros de acordo com os seus objetivos e interesses, não sendo importante se ele é legítimo ou imoral. Diante disso, quando fala do Poder Nacional, Morgenthau expõe quais são os pré-requisitos para se alcançar tal poder, através da enumeração de elementos necessários ao poder nacional, que conferem aos países que melhor fomentarem tais elementos, a possibilidade de acalçarem o patamar de superpotência. Dentre esses elementos, destacam-se a geografia, que é o mais estável dos fatores e que leva em conta a localização, extensão geográfica e os componentes geográficos ao redor de cada país, além do fato do país ser ou não “isolado” através do oceano e/ou montanhas. Outro aspecto são os recursos naturais, com destaque para a importância de uma autossuficiência de alimentos , principalmente, durante uma guerra. Dentre os recursos naturais, destacam-se as matérias primas e o petróleo. A capacidade industrial é outro desses elementos, pois não basta ter acesso à matérias-primas, é preciso possuir a capacidade industrial para transformá-las a fim de usá-las, tanto para fins civis, como militares. O grau de preparo militar engloba a tecnologia bélica, a liderança militar e a quantidade e qualidade das forças armadas. Outro ponto é a população e o seu tamanho, distribuição. Morgenthau também levanta alguns aspectos mais subjetivos, tais como a Índole Nacional, que seria uma espécie de imagem certa nação têm graças aos seus padrões culturais, feitos históricos e a sua memória em geral. A Índole acaba influenciando a opinião pública e refletindo ,de certa maneira, no uso dos recursos naturais e nos métodos da diplomacia, já que o “fazer política” traz consigo a índole nacional. Outro elemento subjetivo é o moral nacional, que é o apoio da população á política externa de um país. Em tempos de guerra, está sujeito à prova extrema Morgenthau chega a considerá-la a “alma do poder nacional”. Por fim, ele destaca a qualidade da diplomacia, pois ela combina todos os fatores de um modo integrado, para ser usado frente a uma negociação entre nações ou para demonstrar poder de uma nação sobre outra. Além disso, ela reúne os diferentes elementos do poder nacional, no intuito de fazer com que produzam maior efeito em uma determinada situação internacional. Convém ressaltar também, que a qualidade do governo é fundamental para que haja equilíbrio entre os recursos materiais e humanos que entram na formação do poder nacional e a política externa a ser implementada.

       Diante do contexto em que escreve, em plena Guerra Fria, Morgenthau apresenta como um dos limitadores do poder nacional, a própria balança de poder. Morgenthau recorre à própria história mundial para mostrar como o equilíbrio da “balança de poder” foi e ainda é a aspiração das várias nações a fim de tentar manter ou derrubar o status quo em seu favor. Para Morgenthau, quando os países, que por definição são iguais em princípio, tentam manter ou derrubar o status quo, necessariamente entram em um balanço de poder. O balanço de poder seria garantido ou pela diminuição do poder de uma das partes ou pelo aumento do poder da parte mais fraca. Para o autor, há várias formas para garantir o balanço de poder entre os Estados ou entre grupo de Estados, tais como dividir a fim de enfraquecer e, posteriormente, conquistar territórios inimigos, pagar compensações territoriais aos derrotados, estimular a corrida armamentista ou até mesmo estabelecer uma política de alianças. A fim de ilustrar as possibilidades de equilíbrios de por, Morgenthau criou esquemas de equilíbrio, onde ele demonstrava às tendências de ações dos atores envolvidos na situação. Um dos exemplo, em que estão envolvidos dois principais atores, A e B, que buscam aumentar o seu poder e influência para conseguir ter dentro da sua esfera um terceiro ator, C. Contudo, este procura sempre aliar-se ao mais fraco, para que ,ao mesmo que tempo, crie-se uma resistência ao mais forte e para que ele possa garantir a sua própria independência, já que caso ele se alia-se ao A, compactuando para a extinção de B, ele acabaria sendo posteriormente incorporado por A. Diante disso, percebe-se que anteriormente à busca do poder pelo poder, há a questão da procura pela independência e até mesmo da sobreviência. A partir desse e dos diversos outros esquemas apresentados pelo autor no seu livro, nota-se que ele tende a enfatizar e priorizar a relação Leste e Oeste, criada pela bipolaridade da Guerra Fria. Contudo, Morgenthau acaba ,por fim, classificando o equilíbrio de poder como incerto, irreal e inadequado. Incerto, por não haver como se quantificar quantificar o poder nacional tanto o próprio poder nacional, como o de aliados e revais. Irreal, pelo fato de não ser uma busca pelo equilíbrio de poder propriamente dito, mas sim uma procura por uma superioridade a ser alcançada. A percepção varia e o equilíbrio de poder se torna uma falácia que vai ser adotada para a justificativa de guerra ou de manutenção da situação, assim sendo, não existe o equilíbrio. E inadequado, pois a política do equilíbrio de poder é usada de forma inadequada , já que  os discursos em função desse equilíbrio servem como justificativa para a guerra.

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