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Barry Buzan e Lene Hansen (2012) - A Evolução dos Estudos de Segurança Internacional

Por:   •  25/8/2017  •  Resenha  •  689 Palavras (3 Páginas)  •  1.454 Visualizações

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Universidade Federal da Integração Latino-Americana - UNILA

Introdução aos Estudos Estratégicos e de Segurança nas Relações Internacionais

Lucas Duarte Guerra

15/08/2016

Resenha 01: BUZAN, Barry; HANSEN, Lene. A Evolução dos Estudos de Segurança Internacional. 2012. Capítulo 1.

        

        No capítulo inicial da obra, os autores se dedicam a apresentar um panorama geral dos Estudos de Segurança Internacional (ESI), subárea do conhecimento surgida no pós-II Guerra Mundial com o objetivo de gerar debates que visassem prevenir ameaças internas e externas à sobrevivência dos Estados. Conforme essa breve descrição dos objetivos originais do campo de estudos indica, os ESI contam desde seus princípios com um “núcleo duro” conceitual com pouco espaço para reflexões e debates, de modo que conceitos-chave como segurança, Estado, soberania autoridade e legitimidade são frequentemente tidos como dados nas discussões da disciplina.

        Outro importante elemento dos ESI apontado pelos autores é sua evolução para um caráter interdisciplinar. No início das formulações da área, o paradigma da tensão bipolar entre as superpotências antagônicas da Guerra Fria contribuíram para que os Estudos de Segurança Internacional estivessem mais estritamente voltados para a esfera militar. Embora essa continue sendo uma forte característica dos ESI, abordagens alternativas desde a década de 60, ganhando força com o arrefecimento e término da Guerra Fria em 80 e 90, passaram a incluir novos elementos às problematizações da disciplina, como o meio ambiente, os direitos humanos fundamentais, o desenvolvimento e a saúde, por exemplo.

        Logo, os ESI têm “fronteiras” com diversas áreas do conhecimento, dentre elas a Teoria Política, a Economia Política Internacional, a Sociologia e, principalmente, as Relações Internacionais, com ênfase para as correntes realista e neorrealista desta última. Ademais, as preocupações e debates que marcam a disciplina são constantemente mutáveis, sempre de acordo com os principais acontecimentos e temáticas em evidência no cenário internacional. Tendo em vista as múltiplas abordagens aos Estudos de Segurança Internacional (realistas, construtivistas, feministas, críticas, pós-estruturalistas, etc.), os autores apontam quatro questões centrais que tradicionalmente os orientam e às quais as diferentes vertentes da área, por concordância ou discordância, buscam responder.

        A primeira delas é a primazia do Estado como ator de referência. De acordo com as perspectivas tradicionais dos ESI, o Estado é o sujeito por excelência da segurança internacional, sendo que a proteção do Estado é o passo primordial para a proteção dos demais possíveis “sujeitos” de segurança (indivíduos, meio ambiente, grupos étnicos, etc.). A segunda diz respeito à abrangência dos ESI, que incluem em seu escopo tanto ameaças internas quanto externas. Tal questão está diretamente relacionada ao contexto de surgimento do campo de estudos, uma vez que durante a Guerra Fria a competição ideológica entre as duas superpotências e sua disputa por zonas de influência passaram a fazer parte das preocupações de “segurança nacional” de diversos países ao redor do globo, configurando o cenário de “internacionalização” da esfera de segurança estatal.

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