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Os Japoneses na Bahia

Por:   •  23/5/2019  •  Abstract  •  4.104 Palavras (17 Páginas)  •  200 Visualizações

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1.7: Em JK, o maior número de imigrantes

        O projeto de imigração para Mata de São João, que foi elaborado em 1959, inicialmente previa a chegada de engenheiros agrônomos japoneses, mas a maioria eram simples agricultores. Com 3 anos de duração (1959-192), 117 famílias chegaram ao núcleo Colonial Juscelino Kubistchek.

        Autores afirmam que essa colônia é a que recebeu a maior quantidade de imigrantes japoneses, em 11 etapas migratórias, desde 1958. O primeiro grupo de 28 pessoas chegou a bordo do navio “Amerika Maru” no dia 19/04/1958. Em 11/07/1958, pelo navio “Brazil Maru” entraram mais 31 pessoas. Até 1960, mais famílias chegam a colônia e neste ano é realizada a primeira colheita do núcleo e a criação de uma associação comunitária entre os colonos.

        Em 1961, as imigrações continuam e recepciona 170 pessoas que chegam pelo navio “Amerika Maru”. Nessa época é registrado o primeiro casamento na colônia e a ativação de uma escola de lígua japonesa em Itapecirica. No ano seguinte, o projeto é concluído, com 2 estágios finais de imigração. Em 1962 é introduzido o Seinenkai – Grupo de Jovens Japoneses – que tinha como objetivo a realização de pesquisas agrícolas.

        Assim como outros núcleos, os imigrantes receberam falsas notícias sobre o clima e solo da região. Nos primeiros 4 anos, cerca de 30 famílias deixaram o núcleo. Além dessas dificuldades, o plantio de legumes que não eram comuns na região trouxe prejuízo com as baixas vendas, que somado a diferença linguística, foram determinantes para o mau começo.

1.8: Dekassegi e desesperança

        Nos primeiros anos, os principais auxílios do governo foram basicamente técnico. Apenas em 1964 com a criação da JAMIC e JEMIS que os colonos ganharam atenção em outras áreas, como estudo, saúde e cultura. Em 1975 foi iniciado um levante pelos colonos para a instalação de rede elétrica, que teve as obras iniciadas em 1978, sendo concluídas no ano seguinte, quando a colônia completou 20 anos. Nesse período ainda foi realizado revitalização de estradas. Por meio da JICA, linhas telefônicas foram instaladas em 1988. A grande maioria dos jovens se desloca para Salvador por falta de curso ginasial na comunidade.

1.9: Os japoneses que chegaram antes da guerra chegar ...

        O governo da Bahia tentou fixar famílias japonesas antes da segunda guerra mundial se debelar. Em 1939, sete famílias chegam a um novo núcleo denominado de Rio Seco, onde os colonos preparam a terra e começaram a plantação de fumo e batata inglesa. No ano seguinte, a colônia foi batizada de Núcleo colonial Gustavo Dutra, sendo a primeira colônia estadual, que manteve o foco na agricultura com cultivo de tomate, pimentão e repolho. Em 1948, por conta de dificuldades financeiras do governo, os terrenos foram vendidos para os colonos, sendo que alguns imigrantes ficaram impossibilitados de se manter e deixaram o local. Durante a guerra, os colonos remanescentes se esconderam, alguns “fugiam” para cidades próximas tentar vender suas mercadorias. Ao final dessa interferência, a colônia passou a se chamar Conceição do Jacuípe, onde as famílias remanescentes – 3 famílias – se dedicam ao cultivo de hortaliças, legumes, tubérculos e frutas.

2: Uma revolução cultural nos áridos campos da Bahia

        Segundo Ando Zempachi e Katsunori Wakisaka, a real intenção do governo brasileiro com a imigração japonesa era a ocupação de áreas abandonadas do Nordeste brasileiro, pois os japoneses poderiam contribuir com seus conhecimentos na agricultura e assim povoar essas áreas. A tecnologia trazida pelos japoneses foi de importante contribuição para a agricultura brasileira, através da introdução de novos equipamentos e sementes, além dos conhecimentos ensinados aos brasileiros sobre técnicas de irrigação, fertilização e manutenção do solo.

2.1: Do arquipélago ao continente que em se plantando tudo dá ... será?

        ~ O capítulo explica o porquê da vinda de japoneses para o país. Após a abolição da escravidão, as fazendas cafeeiras precisavam de trabalhadores para continuar a lavoura. O café, saiu do interior do país e se aproximou do litoral, como uma forma de facilitar a exportação do produto. Além de fortalecer ainda mais a chegada de imigrantes para o Brasil. O preço do café passou por uma supervalorização e vivenciou a primeira crise da superprodução no final do século XIX, onde o Brasil chegou a produzir 50% de todo o café do mundo e logo em seguida, a produção ultrapassou o consumo, levando a uma queda de 40% no preço final do produto. Com a quebra da bolsa de New York, os principais produtos produzidos no Brasil (café, borracha, açúcar, algodão e cacau) sofrem grandes percas, pois a exportação se torna menor, havendo perca de mercadoria.

        Enquanto isso no Japão, o país passava por uma grande crise, levando o governo a tomar terras que antes pertenciam aos camponeses, como uma forma de abrir as portas para o modelo capitalista. Os camponeses sem opção acabam deixando o país em busca de novos horizontes e acabam vendo o Brasil como uma possibilidade de reestruturação de vida, pois o país sofria com a falta de trabalhadores, já que a lei de abolição da escravidão estava assinada e os imigrantes europeus já tinham saído do país em busca de novos países para sobreviver, ou grandes cidades. A dificuldade de adaptação do povo japonês, transformou o povo japonês em cidadãos mais passivos.

        Com a conclusão da segunda guerra mundial, o Japão novamente se viu em meio a uma crise, onde mais uma vez a saída que foi encontrada era a imigração para outros países. O Brasil, que foi um dos locais de imigração japonesa no período do café, estava passando por mudanças, já que o monopólio do café caiu em 1944. O acordo entre os governos japonês e brasileiro visava a ocupação de terras que não eram mais utilizadas no interior do país, em uma tentativa de prosperar a área, assim, os japoneses passaram a habitar essas localidades, o que marca a segunda fase imigratória, em 1953.

2.2: Nos braços e no otimismo o poder de transformação

        A primeira leva de japoneses que chega ao Brasil escolhe como destino a localidade de Una. Uma mudança que foi perceptível foi como o japonês não estava mais tão passivo quanto os da primeira fase imigratória, onde os que chegaram a Una fizeram protestos em busca de terras mais férteis, o que lhes foi prometido.

2.3: A criatividade vencendo obstáculos

        Os terrenos precisavam de adubação em consequência das práticas agrícolas primitivas de ex-posseiros. Devido aos altos custos dos adubos, a experiência dos japoneses foi de fundamental importância para uma fertilização mais acessível. A agricultura encontra um lugar privilegiado dentro das colônias, sobretudo hortifruticultura e especiarias. Inicialmente a produção se volta para a horticultura, primeiramente para consumo próprio e posteriormente a exportação, como exemplo temos abacaxi, cacau, mandioca, coco e batata doce. Atualmente temos os mais variados tipos de vegetais, legumes, frutas, especiarias e nozes. Em uma visita feita por Valente, relata que a maioria dos equipamentos utilizados pelos japoneses é em grande parte rudimentar e quase obsoleto em comparação com a tecnologia agrícola moderna (1978). Após 13 anos, notou-se que as colônias, sobre tudo localizadas no Vale do São Francisco e Extremo Sul da Bahia já contam com tecnologia avançada, utilizando equipamentos modernos de irrigação e tratamento do solo. A produção é escoada principalmente por meio de cooperativas ou “ atravessadores” ou “intermediários”.

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