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RAÇA E HISTÓRIA- CLAUDE LÉVI-STRAUSS

Por:   •  5/9/2016  •  Resenha  •  1.933 Palavras (8 Páginas)  •  1.045 Visualizações

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         RAÇA E HISTÓRIA- CLAUDE LÉVI-STRAUSS

           A humanidade é constituída por grandes grupos étnicos que estas mesmas trouxeram contribuições ao patrimônio comum. São variadas as raças humanas e nada na atual ciência afirma o maior ou menor desenvolvimento intelectual entre uma raça à outra.

         O pai das teorias racistas, Gabineau, não via “desigualdades das raças humanas” de uma forma negativa, mas sim positiva e qualitativa, para ele, as raças primitivas branca, amarela, negra, não eram só desiguais em valor absoluto, mas também nas suas aptidões particulares. A tara de degenerescência estava ligada mais ao fenômeno de mestiçagem do que à posição de raças em valores comuns a todas, pois toda humanidade condenada sem distinção a uma mestiçagem cada vez mais desenvolvida. O pecado da antropologia é a confusão entre a noção pura biológica da raça e as produções sociológicas e psicológicas das culturas. Bastou Gobineau ter cometido tal pecado para ter um erro intelectual, não deixando para trás as tentativas de discriminação e exploração.

      Quanto à contribuição das raças para civilização podemos afirmar que está ligada a circunstancias geográficas, históricas e sociológicas e não a diferenças fisiológicas. Para entender como e em que medida as culturas humanas diferem entre si, é necessário levar em conta diversos aspectos de diferenças entre as culturas. Mesmo assim não teremos a certeza de que aqueles fatos realmente ocorreram da forma que nos foi ensinado. Portanto a diversidade de cultura é e sempre foi maior que o conhecimento do homem pode ter. O conhecimento de diferentes culturas proporciona a visão de que culturas divergentes diferem em ter si. Assim como no passado, hoje em dia é da mesma forma, tendo que atuar de formas diferentes que proporcionam fins comuns. O estudo da linguagem oferece exemplos de tais fenômenos. Assim, ao mesmo tempo as línguas da mesma origem têm tendência para se diferenciarem umas das outras, mas desenvolvem características comuns.

          As classes sociais são diversificadas, com as mais diferentes posições e remunerações, causando um aumento na diversidade cultural de um determinado local. É fato que os homens elaboraram culturas diferentes em virtude do seu afastamento geográfico, mas isso só seria rigorosamente verdadeiro se cada cultura estivesse ligada e desenvolvida no isolamento de todas as outras. Ela é menos função do isolamento dos grupos que das relações que as unem.

        Parece que a diversidade das culturas dificilmente apareceu entre os homens como um fenômeno natural, sempre se viu nessa diversidade uma espécie de repudio, escândalo quando nos deparamos com culturas diferentes. Recusa-se admitir a própria diversidade cultural preferindo repetir tudo conforme nos foi ensinado com os mesmos hábitos e costumes. Isto é errado na verdade sabemos que a noção de humanidade sem distinção de raça ou civilização, toda sociedade teve um surgimento tardio e uma expansão limitada.

       Mas a simples proclamação de igualdade e fraternidade que os deve unir tem qualquer coisa de enganador ao espírito, porque negligencia a própria diversidade. Por tanto, segundo a declaração da UNESCO sobre problemas raciais “a evidencia imediata dos seus sentidos, quando vê juntos um africano, um asiático, um europeu e um índio americano”, convence o homem da existência das raças. Preso entre a dupla tentação de condenar experiências que os chocam e de negar as diferenças.

       O termo falso evolucionismo é adequado para caracterizar a forma de suprimento das adversidades culturais, fingindo conhecê-la completamente. A noção de evolução biológica corresponde a uma hipótese dotada que é possível encontrar no domínio das ciências a noção de evolução social e cultural.

      Como não comparar as tribos indígenas, sem escrita, gravando figuras nas paredes rochosas e fazendo utensílios de pedra com a mesma forma arcaica, e atestada pelos rastros encontrados nas grutas de Franca e de Espanha? Foi ai que o falso evolucionismo correu a solta. Os aspectos das civilizações mais antigas são os únicos que puderam sobreviver alem do tempo.

        Entre as sociedades paleolíticas e certas sociedades indígenas contemporâneas há sempre uma semelhança, mas no plano da tecnologia torna-se difícil ir mais longe, pois, tem que ver o procedimento do material, tipos de instrumentos, porem finalidades diferentes. O evolucionismo cultural inspira as pinturas rupestres ligadas pelas sociedades do paleopolítico médio a ritos. As populações primitivas atuais tinham seus ritos de caça, que por muitas vezes os caçadores faziam pinturas para descrever tais ritos. Estas artes se caracterizam por um elevado grau de estilização até as deformações extremas, e a parte pré-histórica oferece um surpreendente realismo. A arte paleopolítica não apresenta as mesmas características, cada cultura acrescentou suas características. As tentativas feitas para conhecer a riqueza e a originalidade das culturas, choca-se com outra dificuldade, que todas as sociedades possuem uma historia, um passado na mesma ordem de grandeza. Esta formula apenas explica que sua historia é e continuara desconhecida, mas não inexistente.

       Conhecemos através das ciências que a Europa foi o berço de vários gêneros da espécie Homo, que utilizavam utensílios de sílex grosseiramente talhados, que após essas culturas vieram outras, talhar da pedra aperfeiçoado e osso em marfim, olaria, a tecelagem, a agricultura, após apareceram as criações animais associado progressivamente a metalurgia com as suas etapas. Isto aconteceu no sentido de evolução, progresso.

       Os progressos da Evolução da Humanidade é bastante conhecido, mas não é fácil explica-lo. Pois antigamente foi adotado um modelo que não retratou a realidade ocorrida, que hoje em dia com o avanço da Ciência e estudos estão sendo postos em cheque. Levando-se em consideração a idade da Pedra Lascada (paleolítico), dividiu-se em Paleolítico Inferior (constituição de Núcleos), Paleolítico Médio (lascas), Paleolítico Superior (lâminas). Hoje em dia estas fases coexistiram de forma a transformações muito complexas. O mesmo acontece com as raças, pois existem hipóteses de que tanto o homem de Neanderthal quanto o Homo Sapiens podem ter coexistido no mesmo tempo e lugar. O processo de desenvolvimento leva tempo e observação.

           O continente Americano foi o berço de vários grupos vindos de outros continentes, que em pouquíssimo tempo já advinham do domínio da domesticação animal, cultivo de culturas primarias, plantas medicinais, venenos ate chegarem muitos anos depois a confecção de metais. Enfim para se observar melhor este fato deve se levar em consideração a contribuição da America para as civilizações do Velho Mundo.

        Consideraríamos assim como cumulativa toda cultura que se desenvolve num sentido análogo ao nosso desenvolvimento fosse significativo, enquanto isso outras culturas apareceriam como estacionarias. As pessoas idosas consideram geralmente como estacionaria a história que durante sua velhice fazem seu próprio testemunho, enquanto seus netos vivem a todo fervor que os avos esqueceram.

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