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Resenha Capitulo "20 ano de Crise"

Por:   •  24/4/2019  •  Resenha  •  617 Palavras (3 Páginas)  •  225 Visualizações

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De acordo com o autor Edward H. Carr o estudo das relações internacionais era de consentimento de quem estava engajado nessa área. Nos países democráticos a política internacional era vista como fora do âmbito dos partidos políticos e órgãos parlamentares, já na Grã-Bretanha, a opinião pública se manifestava caso ocorresse uma guerra em alguma região de interesse britânico, e nos EUA a guerra ainda era vista como função de soldado.

Com o fim da primeira guerra mundial esse tipo de pensamento mudou e as pessoas passaram a confiar mais nos diplomatas. A popularização da política internacional nos países de língua inglesa, por conta do tumulto contra os tratados secretos, fez surgir uma nova ciência: política internacional.

Essa ciência tem como trabalho coletar, classificar e analisar os fatos e a partir disso tirar as próprias pressuposições, preparando os internacionalistas a investigar o objetivo a que os fatos e deduções podem estar relacionados. O objetivo é essencial para dar direção e impulso, portanto é uma condição para o pensamento. Logo, se o objetivo precede e condiciona o pensamento, o elemento do desejo ou objetivo é extremamente forte, o que torna a análise de fatos e meios fraca ou inexistente.

Esse pensamento corresponde ao estágio utópico da ciência, o qual os pesquisadores não se atentaram aos fatos ou à análise de causa e efeitos, mas se dedicaram por completo na elaboração de projetos e ideias. Porém, quando esses projetos não se sucedem, percebe-se que o desejo e o objetivo sozinhos são incapazes de atingirem a conclusão desejada. O autor cita como exemplo a teoria de Marx com o livro O Capital, Adam Smith com a ciência da economia e os socialistas utópicos, mostrando que tudo foi produto da aspiração.

A ciência da política internacional tem sido utópica e se encontra no estágio inicial, o qual o desejo prevalece sobre o pensamento e poucas tentativas são efetuadas, tendo a atenção toda para o fim, deixando de lado a análise crítica dos meios propostos.

Contudo, isso é natural tendo em vista que as ciências políticas não podem se emancipar totalmente da utopia, podendo permanecer mais tempo no estágio inicial, afinal não é somente desejar a paz mundial que ela ocorrerá, a não ser que a ideia se origine da realidade política.

Esse impacto da realidade/raciocínio com a utopia/desejo é chamado de realismo, que muitas vezes assume um aspecto crítico e cínico colocando sua ênfase na aceitação dos fatos e na analise das suas causas.

Utopia e realidade são as duas facetas da ciência política, uma balança que sempre se aproxima e afasta do equilíbrio, com a utopia ignorando o que foi e o que é a realidade e deduzindo o que deveria ser partindo do que foi e do que é uma antítese.

Essa antítese utopia x realidade também pode ser chamada de livre arbítrio e determinismo, o utópico é voluntarista, acredita na possibilidade de rejeitar a realidade e substituí-la por sua utopia através de um ato de vontade, enquanto que o realista analisa um curso de desenvolvimento predeterminado, o qual ele é impotente para muda-lo.

Ou então, teoria x prática, no qual o utópico torna a teoria política uma norma em que a prática política tem que se ajustar e trata o objetivo como o único fato básico, já o realista tem a teoria política como um tipo de codificação da prática política e vê o objetivo como o produto mecânico de outros fatos.

Uma extensão a mais para essas antíteses é a oposição entre o intelectual de esquerda radical, que pensa por linhas apriorísticas, e o burocrata de direita conservador que pensa empiricamente.

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