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A análise de cultura nas sociedades complexas por Fredrik Barth

Por:   •  10/11/2019  •  Resenha  •  2.567 Palavras (11 Páginas)  •  709 Visualizações

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A análise de cultura nas sociedades complexas- Fredrik Brath

Para Barth, os conceitos de sociedade e cultura podem ser caracterizados como antiquados, pois deixam de lado questões importantes e como  a maioria dos conceitos antropológicos estão marcados pelos questionamentos sobre o homem ser um ser indivisível e a sua integração.
Entre o holismo e a integração: a cultura e a sociedade celebram a conexão entre instituições discrepantes, a adequação dos costumes a um lugar e estilo de vida, valores e experiencias dentro de uma comunidade. A afirmação dessa conexão (cultura e sociedade) é fruto da linguagem do estruturalismo, ao enfatizar os padrões lógicos suscetíveis a serem isolados de fatores que comumente estão relacionados na realidade e fixados em formas diversas.

O uso do termo cultura, que costumamos fazer, é equivocado porque se refere a padrões observáveis e suas bases ideiais recorrendo as praticas de construir a descrição como explicação (crítica à Geertz).  Por um lado, vemos a cultura com enorme quantidade de detalhes que o etnografo deve demonstrar ter aprendido, por outro há um ideal de revelar a essência que não se manifesta facilmente a eles.

Barth explora o grau e o tipo de conexão verificados no domínio da cultura em várias condições da sociedade levando em consideração a análise da vida real, assim como ocorre em determinado lugar no mundo.

a PRÁXIS ANTROPOLÓGICA (BALI)        

O autor propõe que olhemos o nosso objeto de estudo sem nos prender as convenções antropológicas herdadas, além disso diz que todo antropologo irá se deparar com um cenário cultural sincrético. Ou seja, existe uma diversidade de atividades e uma mistura do novo com o velho em todos os lugares.  

A observação de Barth faz sentido porque os antropologos são treinados a suprimir/ignorar os sinais de “incoerência” e de multiculturalismo tornando-os aspectos não essenciais por serem decorrentes da modernização, apesar de saber que não há cultura que não seja resultante de acréscimos. Por isso, os antropológos são levados a escolher um padrão claro e delimitado em meio ao cenário sincrético de misturas e aplicar seus conhecimentos engenhosos.
O autor tece uma pequena crítica à descrição etnográfica, ao dizer que os relatos de campo são pequenas bobagens que servem como meio para evitar todos os aspectos problemáticos deste cenário sincrético que nos cerca.

Barth cita James Clifford e George Marcus ao repensar o conceito de cultura e conclui a partir destes autores que ela não pode ser reprensentada como “corpus unificado de simbolos e significados interpretados de maneira definitiva (estrututralismo----pequena critica a geerzt).

No entanto, o que os antropologos chamam de cultura torna-se fundamental para entender a humanidade e o mundo que habitamos. Isso porque a realidade do individuo é composta de construções culturais, sustentadas tanto no consentimento (baseado nas representações coletivas como linguagem, símboloso, rituais e institituições), quanto nas causas materiais.

Este modo de pensar, apesar de não ter problemas, indica que muito do que se consideram dados naturais é na verdade um reflexo de seus próprios pressupostos. Ou seja, consideram as realidades das pessoas como sendo culturalmente construidas.  Cabe ressaltar que alguns teóricos, como Michel Foucault e Habermas, se utilizam de pressupostos para traçar suas teorias, segundo Barth.

Barth  diz que a cultura pode ser representada como variável intedependente e princípio motor para teorias e análises. Porém a afirmação de que a realidade é culturalmente construída, não dá conta de explicar de onde surgem os padrões culturais e isso não significa dizer que padrões são autonomos ou propriedade da cultura.

Com essa afirmação, ou seja, ao assumir essa tese de que existe a construção cultural da realidade, aumenta-se a necessidade de explorar empiricamente
o grau dessa padronização na esfera da cultura e a diversidade de fontes de onde esses padrões são formulados.

Nesse sentido, os padrões culturais podem ser resultado de processos sociais especificos. Para compreende-lo, deve-se descartar o raciocinio antropológico convencional (senso de coerência e ordem generalizada) e mapear o alcance dos encadeamentos presentes na cultura, mostrando que faz parte da vida. Dessa forma, desenvolveria-se modelos que permitissem apreender as caracteristicas observadas a partir da tradicional tarefa naturalista da antropologia de constituir uma cuidadosa e meticulosa descrição de uma gama de dados. Segundo o autor, devemos descartar qualquer análise que pressuponha a integração e a consistência lógica.

Por fim, esses “novos” modelos explorariam empiricamente a variedade de fontes dos padrões culturais, que podem ser resultado de processos sociais específicos, em lugar de descartar as caracteristicas observadas que podem ser a princípio consideradas como incoerências mas que são extremamente necessárias para a construção dessa análise e de novas teorias.

É a partir da religião do norte de Bali, Bali-hinduísta, que o autor exprime sua intuição (em suas palavras), perspectiva/modelo, do fazer antropológico.

Barth caracteriza a religião como diversificada e aponta que autores, como Geertz, fizeram uma descrição problemática, pois  identificavam alguma forma institucional particular que seriam sujeitas a variações locais ou ainda uma tentativa (de representação parcial das estruturas da sociedade) ao demonstrar coerência entre o simbólico e a estrutura social.  

Para o autor, esses autores deixaram de considerar a atividade social (e seus intuitos)  que não está voltada para o ritual religioso, mas sim para uma busca material e alimentar através de atividades de ordem prática e realista.  Ao deixar de considerar essas atividades, que por vezes contrariam a filosofia religiosa (desprezam a busca material), não percebem o quanto essas atividades modificam, de forma profunda e ramificada, as estruturas da sociedade.

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