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Batismo com o Espírito Santo

Por:   •  16/4/2019  •  Artigo  •  1.455 Palavras (6 Páginas)  •  178 Visualizações

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“Na minha igreja, perguntaram quem era batizado com o Espírito Santo. Todos se manifestaram, mesmo eu. Minha pergunta é: todos que são batizados no Espírito Santo falam em línguas? Eu não falo, e por isso não me manifestei quando perguntaram.”

Me identifiquei muito com sua dúvida, pois já vivi anos angustiada com tal questão, quando frequentava uma igreja onde também faziam distinções entre “quem era batizado com o Espírito Santo” e “quem não era”. Isso me impediu de assumir vários trabalhos na igreja, pois o quesito principal para ser obreira era “falar em línguas” e eu nunca falei. Fora que também me sentia constrangida quando pediam pra levar a mão, ou ficar de pé quem tinha o Espírito Santo, e claro, eu sempre ficava em dúvidas se deveria me manifestar.

Mas fora essa separação que a instituição religiosa fazia, eu continuava minha vida comprometida com Cristo. Todos ao meu redor sabiam que eu era cristã, pois sempre assumia minha fé dentro e fora do templo. Creio que você proceda do mesmo modo.

Então, o que identifica um cristão? Creio ser o arrependimento contínuo de seus pecados, a não-conformidade com o mundo, o amor a Deus acima de tudo, o comprometimento com a Bíblia e a esperança de que Jesus irá voltar. Isso de modo resumido claro.

Podemos também fazer a seguinte pergunta: se um cristão não tem o Espírito Santo dentro de si, ele tem o que? Sabendo que não há como servir a dois senhores, e nem sermos neutros?

As Doutrinas da Graça (compilado de credos abraçados pela Teologia Reformada), contém em um de seus tópicos a Graça Irresistível. Isso é, de modo suscinto, que a Salvação é obra exclusiva de Deus na vida do homem. Vejamos: “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus.” (João 1.12-13)

Assim como não decidimos vir a esse mundo e nascer em carne, não decidimos nascer de novo e em espírito. É exatamente isso que o versículo acima diz: “não nasceram da vontade do homem, mas de Deus”. A Bíblia de Estudo de Genebra comenta esse versículo na página 1370: “Os seres humanos caídos não são filhos de Deus por natureza. Somente aqueles que possuem a fé redentora, gerada pela ação soberana de Deus, é que possuem o privilégio de serem filhos de Deus.”

Sem o agir de Deus, através do Espírito Santo, estamos mortos e caídos em nossos delitos e pecado, sem condição alguma de fazer algo a respeito disso (Efésios 2.1). Nas Doutrinas da Graça, isso se chama Depravação Total, pois a nossa morte espiritual nos torna completamente incapazes de atender e entender a Deus: “Não há ninguém que entenda; não há ninguém que busque a Deus. Todos se extraviaram, e juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só.” Romanos 3.11-12. É o mesmo que irmos a um cemitério e gritar: “QUEM QUER SAIR DAQUI, LEVANTE-SE DO TÚMULO, E VAMOS EMBORA!” Podemos gritar horas, dias, e meses... ninguém se levantará do túmulo, pois onde há morte não há ação, movimento, consciência, VIDA.

Porém, para entendermos a Deus e a obra de Cristo, é implantado em nós a vida. É quando Deus nos tira da morte espiritual. Esse despertar em nossa alma é a regeneração, que é o novo nascimento. Tal obra é realizada exclusivamente por Deus, através do Espírito Santo. A partir daí, tomamos a consciência de nossos pecados e nos arrependemos deles. E nisso é consistida a conversão, ou seja, a mudança de direção (antes nas trevas, agora na luz).

Nicodemos, em João 3.4-5, se admirou quando Cristo lhe disse que precisava nascer de novo.

“Perguntou-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? Pode porventura, voltar ao ventre materno e nascer segunda vez?

Respondeu-lhe Jesus: Em verdade te digo: quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino de Deus.”

 

Aqui vemos as duas espécies de batismo: o da água e do Espírito. Vamos de novo ao que a Bíblia de Genebra comenta a respeito dessa passagem: “Água – se refere ao batismo de João que, tal qual o batismo cristão, significa a purificação dos pecados. Essa purificação está ligada à obra regeneradora do Espírito em Sl 51.7-12.”

Também cremos que, o batismo nas águas nada mais é que a profissão de fé pública de que uma pessoa faz parte da igreja visível de Deus na terra. Ou seja, o batismo divulga a obra que o Espírito Santo realizou no interior da pessoa. (Sabemos que o batismo não salva, e pode haver quem se batize sem ter sido transformado de fato, mas não é o foco desse texto. Para maior esclarecimento, consultar Confissão de Fé de Westminster XXVIII – 1).

 

Isso tudo nos leva à resposta final da sua pergunta: o batismo no Espírito Santo não é  falar em línguas, é algo muito mais profundo e consistente, pois é a nossa própria conversão, como dito anteriormente.

Infelizmente, ainda há muita confusão quanto a isso. Muitos ainda creem que existe uma “segunda bênção”, que seria um cristão (convertido, obviamente) desfrutar de uma nova experiência espiritual, elevando-se para “além de convertido”, agora batizado em espírito, e o sinal disso seria o falar em línguas. Mas é uma definição e uma crença muita rasa, e diferente do que vemos na bíblia. Em nenhum momento na Escritura encontramos incentivo para buscar falar em línguas, em contrapartida, encontramos diversas exortações sobre a necessidade urgente de arrependimento e novo nascimento.

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