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Contexto Geral do livrp de Atos

Por:   •  27/10/2016  •  Artigo  •  2.075 Palavras (9 Páginas)  •  799 Visualizações

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Estou escrevendo mais um comentário bíblico da série A BÍBLIA SEM MISTÉRIOS e depois de ter concluído Eclesiastes, Daniel e Apocalipse, estou a meio caminho andado com o Livro de Atos dos Apóstolos. O comentário trará uma visão diferenciada em relação às obras presentes no mercado e espero surpreender o estudante das Escrituras com uma visão do livro de Atos que, tenho certeza, a maioria ainda não vislumbrou. Por exemplo: Paulo ficou um ano e meio na cidade de Corinto. Alguém já parou, ao chegar no capítulo 18 de Atos, e leu as duas cartas aos coríntios? Acredito que pouquíssimos tenham feito isto e, por esta razão, não tem a menor ideia de como foi este tempo naquela opulenta cidade, que valorizava os feitos e uma boa oratória.

Nos artigos desta semana apresento um trecho da Introdução ao livro de Atos dos Apóstolos, falando do seu contexto histórico, informações importantíssimas para quem quer ler este livro com outros olhos, com mais entendimento, podendo interpretar os fatos à luz da realidade vivida pelos missionários que iniciaram a implantação do Cristianismo na Terra.

Vamos lá?

O Contexto Histórico Histórico do Livro de Atos dos Apóstolos

Situação Política

A maior parte do mundo conhecido e habitado estava vivendo o apogeu do Império Romano que neste período estendia-se do Atlântico ao Eufrates, e do mar do Norte ao Deserto Africano, tendo uma população de aproximadamente 120 milhões de pessoas. Sua cultura e desenvolvimento espalharam-se por toda a região conquistada. Este império trouxe consigo alguns benefícios aos povos submetidos, incultos e sem desenvolvimento cultural e social. As mudanças nestas nações foram tão grandes que, decorrido certo tempo, todos os povos que não estavam sob a égide romana, eram chamados "bárbaros"; e este vocábulo adquiriu uma conotação de incivilizado, inculto. Assim tínhamos então dois mundos: romano e bárbaro.

A administração romana nas províncias conquistadas era mantidas por procuradores, governadores e pro-cônsules. Em alguns casos, como por exemplo, os judeus, permitiam terem um rei nativo, desde que fosse simpatizante de Roma.

Mas como Deus pode usar uma situação como esta para preparar o mundo para o Evangelho? Qual a necessidade de que o mundo estivesse submetido a um poder dominador único? Como este império contribuiu nos planos divinos?

Situação Econômica

A manutenção do estado romano era feita através de impostos, cobrados junto aos povos vassalos. Exemplos destes impostos podem ser vistos até mesmo nos Evangelhos onde podemos ver Jesus escolhendo um coletor de impostos, chamado Mateus (Levi), para ser um de seus apóstolos. Mateus viria a escrever um dos Evangelhos posteriormente. Além dos impostos, havia ainda os despojos de guerra, mui abundantes pelas conquistas a inúmeros povos. O comércio foi incrementado notavelmente neste período, devido às construções de estradas, que interligavam todo o império. Também havia o comércio marítimo, feito com segurança, já que os romanos haviam expurgado toda a pirataria do Mediterrâneo.

Situação Social

A situação social dentro dos limites do Império Romano era marcada pelo domínio de uma classe alta rica, enriquecida pelas pilhagens e saques. Esta classe tinha escravos, feitos dentre os povos conquistados e muito dinheiro para satisfazer seus caprichos. Eles detinham o poder e as riquezas em contrapartida com classe maioritária pobre, constituída de artesãos, escravos, empregados domésticos, pequenos comerciantes, alfaiates, agricultores e muitos outros.

Havia extrema corrupção na classe rica, porém, entre os de menos sorte havia homens que levavam uma vida virtuosa. As religiões e filosofias exerciam pouca ou nenhuma influência sobre as pessoas e como resultado o nível moral era muito baixo. Nada existia que pudesse melhorar a situação até que o Cristianismo começou a exercer sua influência. A tendência da sociedade era para um constante declínio moral. Em consequência de tudo isso havia um sentimento de cansaço e de vácuo entre muitos homens, especialmente entre os melhores e mais inteligentes deles. A um mundo entenebrecido, sem esperança e muito corrompido que os primeiros missionários cristãos trouxeram as suas boas novas de salvação.

Situação Religiosa

Da situação religiosa podemos destacar os seguintes pontos:

O declínio da velha religião clássica

A velha religião dos deuses e das deusas da Grécia e de Roma, que conhecemos através da história da mitologia clássica, tinha perdido quase toda a sua vitalidade e influência ao tempo do advento do Cristianismo. Muito embora fossem mantidas as formas de culto, contudo, os mais cultos geralmente desprezavam-nas e não exercia muita influência no homem comum. O imperador Augusto envidou muitos esforços para restaurar a religião romana.

A religião romana do Estado

Apesar de tudo isto, a época não era marcada pela irreligiosidade. Augusto, que tentou restaurar a religião romana, estabeleceu também a religião do estado. Esta religião veio a desenvolver-se numa forma de adoração e veneração de imagens dos imperadores, como símbolos do poder de Roma. Assim como nos modernos regimes totalitários, o estado foi endeusado. Tomaram vitalidade considerável certos cultos primitivos e a adoração de divindades associadas a certas localidades, ocupações ou profissões, aspectos da vida, etc... Este tipo de crença, mais tarde veio a infundir-se na igreja de Cristo, com a adoração a santos.

Religiões Orientais

Religiões de mistério gregas exerciam atração nas massas. Estas religiões apresentavam cerimônias secretas e dramáticas que realçavam certas ideias concernentes a perpetuação da vida. Alguns exemplos deste tipo de religião são: Orfismo, culto da mãe dos deuses e de Attis. Do Egito veio o culto de Ísis ou Serápis ou Osiris. Havia ainda o Mitraísmo. Em aspectos superficiais essas religiões assemelhavam-se ao Cristianismo por organizarem seus seguidores em pequenos grupos. Quanto aos aspectos mais profundos estavam muito longe da verdade.

Curiosidade e anseios religiosos

Como vimos acima, a época em que o Cristianismo lançou suas primeiras raízes, era marcada por religiosidade. Havia um profundo anseio no conhecimento das formas de religião e muita ansiedade por ideias e crenças que trouxessem satisfação à alma. É significativo que em relação ao Cristianismo houvesse três coisas pertinentes:

  • Uma crença progressiva num Deus universal;
  • Um sentimento de culpa, de pecado, muito generalizado e, em consequência, um anseio, um desejo intenso de purificação;
  • Por fim, um grande interesse na vida após a morte.

O Judaísmo não podia ser uma religião universal

Veremos adiante que o Judaísmo foi uma das maneiras que Deus usou o povo judeu para preparar o mundo ao advento do Cristianismo; porém, ele jamais poderia ser uma religião universal, ainda que fosse a melhor religião da época. Esta impossibilidade se dava por causa do caráter seus líderes. Eles alimentavam um estreito preconceito racial, que restringia a religião judaica unicamente ao povo judeu, opondo-se à obra missionaria realizada nos tempos do cativeiro babilônico. Tendo analisado os principais aspectos do ambiente para o qual veio Cristo e o Cristianismo, vejamos agora de que forma Deus usou estas situações e três povos especificamente, para produzir a "plenitude dos tempos"

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