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Resenha Contexto geral do diagnóstico psicológico

Por:   •  14/4/2015  •  Resenha  •  1.636 Palavras (7 Páginas)  •  2.161 Visualizações

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UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP
CURSO DE PSICOLOGIA


Disciplina - Psicodiagnostico

Nome: Paulo Vitor 
RA: B5281J-0


FICHAMENTO

TEXTO: Marília Ancona-Lopez. “Contexto geral do diagnóstico psicológico

Diagnóstico significa discernimento, faculdade de conhecer, de ver através de. Compreendido dessa forma, o diagnóstico é inevitável, pois, sempre que explicitamos nossa compreensão sobre um fenômeno, realizamos um de seus possíveis diagnósticos, isto é, discernimos nele aspectos, características e relações que compõem um todo, o qual chamamos de conhecimento do fenômeno. Para chegarmos a esse conhecimento, utilizamos processos de observações, de avaliações e de interpretações que se baseiam em nossas percepções, experiências, informações adquiridas e formas de pensamento. Ê nesse sentido amplo que a compreensão de um fenômeno confunde-se com o diagnóstico do mesmo. Em sentido mais restrito, utiliza-se o termo diagnóstico para referir-se à possibilidade de conhecimento que vai além daquela que o senso comum pode dar, ou seja, à possibilidade de significar a realidade que faz uso de conceitos, noções e teorias científicas. A Psicologia se insere no conjunto das Ciências Humanas. Utilizamos seus conhecimentos para a compreensão de qualquer fenômeno humano. Os conhecimentos dentro do campo da Psicologia, como de qualquer outra ciência, não se agrupam indiscriminadamente. Constituem e estão constituídos em teorias das quais decorrem os procedimentos e as técnicas.
Na história da Psicologia encontramos inúmeras teorias que definem de forma diferente seu objeto de estudo e o método a utilizar. Algumas tomaram métodos emprestados das ciências naturais, def inindo em função dos mesmos o fenômeno a estudar, e algumas buscaram criar métodos próprios. O diagnóstico psicológico busca uma forma de compreensão situada no âmbito da Psicologia. Em nosso País, é uma das funções exclusivas do psicólogo garantidas por lei (Lei n.° 4119 de 27-8-1962, que dispõe sobre a formação em Psicologia e regulamenta a profissão de psicólogo). Quando nos dispomos a realizar um psicodiagnástico, presumimos possuir conhecimentos teóricos, dominar procedimentos e técnicas psicológicas. Como são muitas as teorias existentes, e nem sempre convergentes, a atuação do psicólogo em diagnóstico, assim como nas outras funções privativas da profissão, varia consideravelmente. O termo Psicologia Clínica foi utilizado, pela primeira vez, em 1896, referindo-se a procedimentos diagnósticos utilizados junto à clínica médica, com crianças deficientes físicas e mentais. O interesse por esse diagnóstico surgiu a partir do momento em que as doenças mentais foram consideradas semelhantes às doenças físicas. Pareadas com as doenças físicas, foi necessário observar as doenças mentais, verificar sua existência como entidades específicas, descrevê-las e classificá-las. Dessa forma, a par da Psiquiatria, atividade médica destinada a combater a doença mental. A forma de atuação inicial em psicodiagnóstico refletiu a postura predominante, na época, entre os cientistas. Estes consideravam possível chegar-se ao conhecimento objetivo de um fenômeno, utilizando uma metodologia baseada em observação imparcial e experimentação. Esta postura, predominou principalmente no continente americano. Dentro dessa orientação, desenvolveram-se o modelo médico de psicodiagnóstico, o modelo psicométrico e o modelo behaviorista.

O modelo médico o trabalho em diagnóstico psicológico junto aos médicos marcou o início da atuação profissional. Houve uma transposição do modelo médico para o modelo psicológico. Este adquiriu algumas características: enfatizou os aspectos patológicos do indivíduo, usando como quadros referenciais as nosologias psicopatológicas e enfatizou o uso de instrumentos de medidas de determinadas características do indivíduo. Estabeleceram-se, também, relações de causalidade entre os distúrbios orgânicos e os distúrbios psicológicos, principalmente nas áreas da Neurologia e da Bioquímica. Do ponto de vista do psicólogo, a grande ênfase nos aspectos psicopatológicos deixava em segundo plano características não-pato- lógicas do comportamento das pessoas, limitando o estudo e o conhecimento sobre o indivíduo.

O modelo psicométrico o desenvolvimento dos testes foi, aos poucos, estabelecendo um campo de atuação exclusivo para o psicólogo e garantindo sua identidade profissional, embora precária, já que condicionada à autoridade do médico a qu&m cabia solicitar esses testes e receber os resultados dos mesmos. Na atuação, foi com o uso de testes, principalmente junto a crianças, que os psicólogos ganharam maior autonomia. Utilizados pelos próprios psicólogos, serviam agora para orientar pais, professores ou os próprios médicos. Na utilização dos resultados dos testes, tornou-se menos importante detectar distúrbios e classificá-los psicopatologicamente, mas sim estabelecer diferenças individuais e orientações especificas. O desenvolvimento da Psicologia nessas direções foi bastante influenciado por acontecimentos históricos, principalmente nos Estados Unidos. Neste país, durante a Segunda Guerra Mundial atribuiu-se à Psicologia a função de selecionar indivíduos, aptos ou não para o exército, e avaliar os efeitos da guerra sobre os que dela retornavam. Foi destinada maior verba às pesquisas psicológicas e proliferaram os testes. Estes foram amplamente difundidos no Brasil.

O modelo behaviorista consideraram que o comportamento humano não decorre de características inatas e imutáveis, mas é aprendido, podendo ser modificado. Passaram a estudá-lo, preocupando-se em alcançar as leis que o regem e as variáveis que nele influem, a fim de se poder agir sobre ele, mantendo-o, substituindo-o, modelando-o ou modificando-o.
Os behavioristas criaram formas próprias de avaliação do comportamento a ser estudado. Não utilizaram o termo “psicodiagnóstico”, valendo-se dos termos “levantamentos de repertório” ou “análises de comportamento”.

O homem não pode ser estudado como um mero objeto, fazendo parte do mundo, pois o próprio mundo não passa de um objeto intencional para o sujeito que o pensa. Esta forma de pensar foi marcante para a Psicopatologia e para a Psicologia. No campo desta última, deu origem à Psicologia Fenomenológico-existencial e à Psicologia Humanista. Todas essas correntes afirmam que a consciência, a vida intencional, determina e é determinada pelo mundo, sendo fonte de significação e valor. Salientam o caráter holístico do homem e sua capacidade de escolha e autodeterminação.
Partindo dessa posição frente ao homem e ciência, inúmeras
escolas surgiram e encararam de formas diversas a questão do psicodiagnóstico.

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