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Exegese Isaias 66:22

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Por:   •  5/7/2014  •  2.414 Palavras (10 Páginas)  •  963 Visualizações

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INTRODUÇÃO

O texto bíblico escolhido para ser o motivo de pesquisa no presente trabalho é Isaias 66.22. Nós, Adventistas do Sétimo Dia, temos entendido que esta passagem bíblica como

uma referência direta à nova terra, criada após o milênio. Mas o contexto nos permite

manter tal posição? Referências do texto paralelo (Is 65.17-25) apresentam detalhes que

levam a pensar em outra direção.

Autor do Livro

O autor do livro é Isaias, que significa “O Senhor é a salvação”. É descrito como filho de Amoz, marido de uma profetisa e pai de dois filhos (Is. 1:1; 8:3, 18). Dado a facilidade com que chegava à presença do rei, possivelmente Isaias pertencesse a uma boa família ou até mesmo fosse membro da corte, embora sua pregação incomodasse consideravelmente os envolvidos na política nacional. O primeiro choque ocorre na crise de 735-733 a.C. quando o profeta percebe que Acaz estava disposto a pedir ajuda ao rei da Assíria. Isaias tentou persuadi-lo a confiar nas promessas de Deus, dispensando a ajuda externa. Encontramos Isaias em ação novamente (714-712 a.C.) quando Ezequias começava a reinar e foi convidado a participar de uma revolta, encabeçada por Asdod e apoiada pelo Egito, contra a Assíria. Isaias fez ferrenha oposição a participação de Ezequias na aliança. Mais tarde (705 a.C.) Judá uniu-se aos rebeldes, por ocasião da morte de Sargão. Em 701, tal rebelião já havia levado a nação à ruína e Isaias insistia que a nação não devia manter-se em tal aliança. Segundo J. Bright: “Ouvimos falar pela última vez de Isaias quando (aproximadamente em 688) Ezequias mais uma vez se rebelou e Senaqueribe invadiu Judá pela segunda vez.”

Isaias profetizou por mais de sessenta anos. De 740 a.C., antes da morte de Uzias,

até indo até aos tempos do ímpio Manasses. Justificando a posição de que Isaias escreveu

os capítulos 40-66 nos tempos de Manasses, argumenta G. L. Archer:

O autor se refere a uma degeneração e colapso de moral que não condiz com nenhum período da história de Israel como com a época de Manasses, que derramou muitíssimo sangue inocente, até encher a Jerusalém de um ao outro extremo’ (II Reis 21:16). É só ler II Reis 21 e Isaias 59 para ver a semelhança.

Nos meios acadêmicos corre a discussão acerca da paternidade dos capítulos

40-66, chegando-se a atribuir sua autoria a um segundo Isaias. Analisando a

posição dos críticos referente as passagens que falam do livramento do cativeiro de

Babilônia, alegando que foram obra dum profeta posterior, Joseph Angus faz uma

observação que vai ao cerne da questão, quando afirma:

Essa opinião tem de tal forma ganhado terreno que é já quase um lugar comum de crítica e de literatura em geral falar do Segundo Isaias. Conquanto em grande parte esta maneira de ver se acha associada com a negação tácita ou expressa do caráter preditiva do livro, muitos críticos há que, não achando motivo para tal negação, crêem, todavia também nesse Deutero-Isaías.

Em apoio a esta posição que nega a existência de um segundo Isaias, Gleason L.

Archer afirma: “Em termos gerais, porém, os arquitetos da teoria dos dois Isaias

simplesmente pressupuseram, em bases racionalistas, a impossibilidade da revelação

divina através de profecias genuinamente do futuro.”

Audiência

Os capítulos 40-66 parecem ter mais sentido para os exilados, embora tenham sido escritos muitos anos antes. As promessas de restauração deveriam animá-los a aguardar o cumprimento das promessas de Deus.

Isaías, que nos capítulos 1-39 falava à sua própria geração passou a ser, nos capítulos 40-66, embora estando na Palestina, um vidente que “cento e cinqüenta anos antes vê os acontecimentos futuros e os lega escritos aos seus compatriotas exilados.” Os primeiros capítulos de Isaías tem a ver com a invasão sofrida por Judá pelos Assírios. Os últimos capítulos antecipam a libertação do cativeiro Babilônico. Os capítulos 1-39 foram escritos durante os reinados de Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias. Os capítulos 40-66 foram escritos durante o reinado de Manasses entre 696 e 680 a.C.

Contexto Histórico, Geográfico e Sócio Econômico

Isaias viveu em mundo problemático. O povo de Deus estava envolvido numa vida de pecado. A prosperidade material havia conduzido a decadência espiritual. Os governantes se dedicavam aos prazeres e ganhos pessoais. Predominavam a cobiça, a avareza e o vício. Os ricos ficavam cada vez mais ricos e pobres mais pobres. Muitos abandonavam o culto a Jeová e seguiam deuses pagãos.

Segundo J. Bright, havia uma tensão entre pequenos proprietários e aldeões de um lado e a aristocracia de Jerusalém do outro. A desintegração dos padrões sociais e a concentração de riquezas nas mãos de alguns, piorou no reinado de Acaz. Os grandes proprietários de terra expropriavam os pobres. Juizes corruptos deixavam os pobres sem ter a quem recorrer. Os ricos viviam no luxo sem preocupar-se com os pobres. A religião não oferecia nenhuma repreensão a tal sistema. O clero era corrupto. Os sacerdotes oportunistas. Preocupavam-se apenas com sua vida material. A degradação de Judá só diferenciava de Israel em grau, as bases eram as mesmas que levaram Israel ao cativeiro.

No cenário internacional, Tiglate-Pileser veio ao ocidente para invadir Israel do norte e a Transjordânia em 745 e 734. Sargom e Salmanasar destruíram Samaria em 724-722. Senaqueribe invadiu Judá e a parte ocidental da Palestina entre 714 a 701. Foi uma época de opressão e caos. Isaias aproveita estas invasões para passar ao povo as instruções do Senhor.

Contexto Literário

Como já mencionamos anteriormente, a discussão acerca da paternidade dos capítulos 40-66 tem consumido o tempo de muitos eruditos, sendo a diferença do estilo literário um argumento amplamente usado pelos críticos.

Temos que admitir

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