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Hudson Taylor (1832 - 1905)

Bibliografia: Hudson Taylor (1832 - 1905). Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  28/4/2014  •  Bibliografia  •  6.706 Palavras (27 Páginas)  •  192 Visualizações

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Hudson Taylor (1832 - 1905)

Nenhum outro missionário durante os dezenove séculos desde o apóstolo Paulo teve uma visão mais ampla e empreendeu um plano mais sistemático para a evangelização de uma grande área geográfica do que Hudson Taylor. Seus objetivos estavam fixados em alcançar a China inteira, todos os seus quatrocentos milhões de habitantes, e foi com esse alvo em vista que trabalhou, embora não sozinho. Ele tinha talento para a organização e possuía uma personalidade magnética que atraía homens e mulheres tanto para a sua pessoa como para o seu ponto de vista. A Missão para o Interior da China (“China Inland Mission”) foi invenção sua e serviu de modelo para futuras missões religiosas. Durante sua vida a força missionária sob sua supervisão chegava a mais de oitocentos e nas décadas que se seguiram à sua morte ela continuou a crescer. Porém, Hudson Taylor não desenvolveu sozinho essa visão. Maria, sua primeira mulher, mostrou-se indispensável para colocar o plano em ação e sua segunda, mulher, Jennie, postou-se nas linhas de frente, a fim de executá-lo. A história de Taylor é mais do que a de um grande líder missionário. Ele é também uma história de amor, aventura e fé inabalável em Deus, embora não seja a história do santo perfeito que seus primeiros biógrafos criaram.

Hudson Taylor nasceu em Yorkshire, na Inglaterra, em 1832. Seu pai era farmacêutico e também pregador metodista leigo, instilando na mente e coração do seu filho uma paixão pelas missões. Antes de chegar aos cinco anos, o pequeno Hudson Taylor já contava às visitas que desejava ser missionário quando crescesse e a China era a terra que mais provocava a sua curiosidade.

A leitura bíblica e a oração em família fizeram parte integrante de sua educação, mas Taylor não foi convertido antes dos 17 anos. Isso aconteceu no verão de 1849, quando sua mãe ficou ausente durante algum tempo em visita a uma amiga. O jovem Taylor estava em casa, folheando distraidamente alguns papéis na biblioteca do pai quando encontrou vários folhetos religiosos. Mais interessado nas histórias do que nas aplicações espirituais, ele pegou um deles e levou-o consigo para ler. Enquanto lia sentiu “uma alegre convicção... a luz penetrou em minha alma através do Espírito Santo... Nada mais havia a fazer no mundo senão cair de joelhos e aceitar este Salvador e sua salvação, louvando-o para sempre”¹. Na volta da mãe, duas semanas mais tarde, ele lhe contou a novidade e ela não ficou surpresa; mas lhe disse que duas semanas antes, quando se encontrava na casa dos amigos sentiu de repente a necessidade de orar pela salvação dele. Foi então para o quarto e orou até que teve a certeza de Deus ter-lhe respondido.

A partir dessa época, Taylor começou a concentrar seus objetivos no serviço missionário na China. Conquanto a evangelização fosse sua única motivação, ele compreendia a importância de congraçar-se com o povo e assim, aos 18 anos, começou a estudar medicina, primeiro como assistente de um médico do interior e mais tarde fez estágio no Hospital de Londres. Durante esse período o jovem Taylor começou um programa rigoroso de autonegação como preparo adicional para o serviço missionário. Ele se esforçava para viver inteiramente pela fé. Sua dieta era simples: 500g de maçãs e um pedaço de pão por dia. Seu quarto no sótão não tinha qualquer dos confortos a que se acostumara. Ele recusou até lembrar seu empregador de pagar seus salários há muito vencidos. Seu raciocínio era simples: “... quando chegar à China não poderei pedir nada a ninguém, só a Deus. Quão importante é então, antes da Inglaterra, fazer com que o homem entre em ação, através de Deus, só pelas orações”². Mas apenas as orações não mantiveram a resistência física de Taylor. Sua saúde jpa frágil declinou com a dieta insuficiente e seu contato com um cadáver infectado não ajudou a situação. Ele contraiu uma “febre maligna” que quase acabou com a sua jovem vida, obrigando-o a interromper seus estudos de medicina por vários meses.

Ignorar as necessidades físicas e confortos da vida foram muito mais fáceis para o jovem Taylor do que vencer seus interesses românticos. A “Sra. V”, como se referia a ela em suas cartas, tornara-se o objeto de suas afeições. Ela era uma jovem professora de música que lhe fora apresentada por sua irmã, e para Taylor foi amor à primeira vista. Logo depois do primeiro encontro, ele escreveu à irmã: “Sei que a amo. Ficar sem ela tiraria o sentida da vida”³. Mas a Srta. Vaughn não sentira qualquer inclinação pela China. Ela considerava a paixão de Taylor pelas missões como uma fantasia passageira, aparentemente confiante de que ele não desistiria dela simplesmente para satisfazer algum sonho fantástico numa terra distante. Taylor achava-se igualmente convencido de que ela mudaria de idéia e o acompanharia. Eles ficaram noivos duas vezes, mas depois desmancharam o noivado. A dedicação de Taylor a Deus mostrou-se mais forte que seu amor por uma mulher.

A oportunidade de Taylor ir para a China surgiu inesperadamente. Seus planos de completar sua carreira médica foram subitamente interrompidos quando se soube que Hung, um cristão professo, se tornara imperador da China. A perspectiva de esse país abrir-se para o evangelho foi uma resposta às orações para os diretores da Sociedade Chinesa de Evangelização, que patrocinara os estudos médicos de Taylor e se mostrou ansiosa para que ele partisse imediatamente. Em setembro de 1853, o jovem Taylor, então com 21 anos, viajou para a China.

Ele chegou a Changai em princípios da primavera de 1854. O lugar era estranho e empolgante par um jovem inglês que jamais se aventurara muito longe de sua casa em Yorkshire. Changai era uma cidade de templos budistas com telhado em forma de dragão, ruas estreitas ladeadas de casas rústicas, trabalho barato de cule, mulheres submissas, homens de tranças e uma posição internacional esnobe. Foi justamente ali que Taylor encontrou seu primeiro lar e onde a solidão logo o engolfou. A SCE era uma entidade missionária pequena e desorganizada e não havia ninguém na China para dar as boas-vindas ou trabalhar com o jovem recruta missionário. Havia inúmeros missionários no grupo internacional, mas eles olhavam com áreas superiores para o jovem não-educado e não-ordenado, que tinha a audácia de chamar-se missionário.

Logo depois de sua chegada, Taylor viu-se em dificuldades financeiras. O dinheiro para o seu sustento, que lhe fora prometido, não chegou, e ele só tinha consigo uma pequena soma quando comparada aos preços inflacionários de Changai. Os sonhos visionários de evangelizar a China logo se desvaneceram e as lembranças de seus dias em Yorkshire enchiam

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