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IGREJAS EDUCAÇÃO E O PROCESSO DE LIBERTAÇÃO HUMANA NA HISTÓRIA

Por:   •  1/6/2020  •  Ensaio  •  4.310 Palavras (18 Páginas)  •  175 Visualizações

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Igrejas educação e o processo de libertação humana na história.

Com a afirmação de que “o que fazer educativo das Igrejas não pode ser entendido fora do condicionamento da realidade concreta na qual se encontram” pág 5(..) Freire inicia seu texto mostrando sua firme crença de que é o meio social e suas estruturas que condicionam e direcionam o ser humano e não vice versa.Citando Marx Freire diz :E é como seres transformadores e criadores que os homens, em suas permanentes relações com a realidade , produzem não somente os bens materiais , as coisas sensíveis , os objetos mas também as instituições sóciais , suas idéiais suas concepções.  . ( PEDAGOGIA DO OPRIMIDO)  

Este livro antes de ser um livro sobre educação e mudança da sociedade, é um livro sobre a práxis histórica da religiosidade latino-americana e sua “inserção” na sociedade.

Usando-se de uma linguagem muito própria neste pequeno Freire utiliza um recurso que, ao invés do movimento Hegeliano oposição x síntese, apega-se a um princípio a que ele chama de sistemas “irreconciliáveis”.Enumera consecutivamente diversos esquemas de “oposições” E CONTRADITÓRIOS.

A realidade se move contraditoriamente. Não espera uma solução metafísica mas (..) a solução dos conflitos que não tenha em vista a solução da contradição que os gera , de um lado somente os encobre, de outro serve às classes dominantes.(..)

Opostos  irreconciliáveis:

 

Freire trata a questão das classes como uma contradição bipolar irreconciliável.

Vou criar um exemplo para explicar como interpretei este livro.

Imaginemos a contradição quente x frio, por exemplo, colocada como irreconciliável.

Qualquer tentativa de esfriar o quente ou esquentar o frio é apenas uma ação paliativa (“aspirina”). A contradição bipolar diz ou é quente ou frio.

Segundo Freire, não existem diversas classes. Existem duas classes; os opressores e os oprimidos.  Desta forma Freire Ele usa a estrutura da sociedade de classes capitalista para explicar a “oposição irreconciliável” como causa da contradição. Nesta sociedade de classes não se pode escolher ser “neutro”; ou alguém faz parte da camada “opressora” ou parte da camada “oprimida”. Ao se declarar neutro você estará automaticamente “ao lado” dos opressores.  

A solução dialética encontrada é se acabar com o fator gerador da contradição assim como o “frio x quente”. No caso específico da sociedade a solução é acabar com a sociedade de  classes oprimidos x opressores. As classes são fruto do capitalismo. Logo o capitalismo é a causa ultima  e esse processo vai gerar conflito.

Como poderia ser abordada a situação?  

A classe oprimida, que não se reconhece como tal, em geral não sabe que o sistema de classes onde vive é fruto da ação humana.( construção humana na história). Esta situação chamada de alienação também ocorre com a classe dominante. Não sabem que são “iguais” e como seres humanos e iguais basta lutar por seu espaço na história (práxis). Somente quando a classe oprimida (resultado do capitalismo) “emerge” na situação pública ela pode mudar o sistema. Esta luta pelo seu “espaço” vai gerar conflitos. Não se pode acabar com esta diferença de classes aguardando que a classe opressora se “conscientize” e pare de oprimir.  

Trabalhando deste conceito da incapacidade de reconciliação das duas classes

(opressores versus oprimidos) procura demonstrar que a opção “concreta” por parte da Igreja pela classe oprimida através da práxis ( inclusão histórica consciente ) é a única forma possível da Igreja apoiar a transformação da sociedade através da educação do novo saber.

Algumas expressões dialógicas e opostos recorrentes no texto que se tornam paralelos a questão opressores x oprimidos.

Classes oprimidas x classes opressoras.

Modernidade x consciência critica

Neutralidade ingênua x neutralidade astuta  

“conflito das classes”

Status quo / estabilidade /manutenção x / mudança / reformistas / revolução  

Mortes x ressureição e  páscoa x renascimento

Posturas eclesiásticas Biofílicas x necrofílicas

Sociedade do Silêncio x Consciência de classe

Emergência x imersão dos oprimidos

Novo aprendizado x educação

Este novo saber pressupõe antagonismo ¨discussão dos antagônicos.

Práxis educacionais x metodologias educacionais

Idealismo subjetivismo x objetivismo mecanicista

Conscientização X Dialética

Modernização ¨ Modernizante ( modernizadora) x forças reacionárias tradicionalistas

Anúncio x denúncia igreja profética

Imutabilidade da classe dominante x dinâmica da classe oprimida

Poder / ter / ser x proibição de ser/ ter  

Imersão da classe oprimida x Emersão da classe oprimida

Emersão das  massas e refúgio x emersão e revolução

Estruturas/realidade/práxis  x consciências /ideais/conscientização

Transformações sociais estruturais x transformações das consciências ideologias

Práxis e mudança x estabilidade e manutenção

burguesias nacionais e proletariado emergente.

Mito /mistificação  x desmistificação

Estruturas arcaicas x estruturas modernizantes.

O movimento dos contraditórios:

1- Oprimidos x opressores :

Pagina 34 (...) “ é impossível o desenvolvimento integral em uma sociedade de classes. Neste sentido o desenvolvimento é libertação, por um lado , da sociedade dependente como um todo frente ao imperialismo , e de outro , das classes sociais oprimidas em relação com as classes opressoras.(...)

Cabe aqui um contraponto histórico sobre Freire.

Freire observa o ser humano dentro de uma espécie de “sistema” ao qual chama de “história” . A historia para Freire é um lugar além da existência natural; diferente dos animais, mas construida pelos seres humanos e desta forma somente os seres humanos podem mudar sua realidade construída pelos próprios seres humanos.Aqui entra a consciência de classe que será abordada posteriormente.

Qual a “origem” do conflito bipolar? Segundo Freire) não é uma divisão simplista entre bons e maus.(...)  O que a análise crítica revela por um lado é que o sistema capitalista em si é que gera necessariamente tal estado de coisas ; por outro lado , que é impossível transformar o sistema convidando as classes dominantes a tomar consciência de seu “erro”.(...) (Pag 40)

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