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O ACONSELHAMENTO PASTORAL E A ANÁLISE DO SEU IMPACTO NA PREVENÇÃO DOS CASOS DE AUTO EXTERMÍNIO ENTRE CRISTÃOS EVANGÉLICOS

Por:   •  19/2/2021  •  Artigo  •  4.176 Palavras (17 Páginas)  •  200 Visualizações

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O ACONSELHAMENTO PASTORAL E A ANÁLISE DO SEU IMPACTO NA PREVENÇÃO DOS CASOS DE AUTO EXTERMÍNIO ENTRE CRISTÃOS EVANGÉLICOS.

RESUMO

Embora o assunto suicídio entre cristãos evangélicos encontre-se em voga na atualidade, há de se observar que durante muitos anos foi um tabu na sociedade, na escola, na família e, ainda mais, dentro das igrejas. Muitos o consideram um ato de coragem, pois tirar a própria vida envolveria muito esforço. Outros, por sua vez, veem tal atitude como mera covardia de uma pessoa que tenta pôr fim ao sofrimento. Este artigo tem como objetivo trazer à tona uma reflexão sobre o aconselhamento pastoral e seus respectivos impactos na prevenção de casos de suicídio, em especial, entre cristãos evangélicos. O Brasil está entre os países onde a prática é mais alarmante, o que exige uma análise acurada do assunto. A pesquisa será bibliográfica, com coleta de dados a partir de artigos, livros e revistas científicas, bem como será realizado um estudo de caso dos registros existentes na Bíblia Sagrada e na experiência ministerial do pesquisador, de forma a investigar esse fenômeno dentro do próprio contexto do ministério pastoral. Analisar-se-á também algumas possíveis causas emocionais que podem levar ao suicídio, tais como a solidão e a depressão, sentimentos aos quais todos os seres humanos estão sujeitos, independentemente de sua religião. Por fim, será explanado como o aconselhamento pastoral pode atuar com uma ferramenta na prevenção dos casos relacionados ao autoextermínio entre os cristãos evangélicos.

PALAVRAS-CHAVE: Aconselhamento. Suicídio. Depressão. Evangélicos. Bíblia.

1 INTRODUÇÃO

Alguns autores modernos, talvez por ingenuidade, têm proposto novos métodos simplistas que afirmam ser genuinamente cristãos, mas não se mostram eficazes. Livros recentes aumentaram ainda mais a confusão, ao criticarem as profissões voltadas para o aconselhamento, dentre elas, o aconselhamento pastoral; e além disso, muitos sermões com forte apelo emocional, alguns transmitidos pela televisão, podem levar os cristãos a acreditarem, erroneamente, que todo tipo de aconselhamento é desnecessário.

Embora o assunto suicídio entre cristãos evangélicos esteja sendo mais discutido, há de se observar que durante muitos anos foi um tabu na sociedade, na escola, no seio da família e ainda mais dentro das próprias igrejas. Muito se atribuiu como causa do suicídio, a falta de fé ou religiosidade, o que vai de encontro ao quadro atual, no qual os próprios cristãos evangélicos estão envolvidos na prática do autoextermínio. Então este artigo tem como objetivo trazer à tona uma reflexão sobre o aconselhamento pastoral e seus respectivos impactos na prevenção de casos suicidas, em especial, entre cristãos evangélicos.

De início, ver-se-á que na Bíblia existem alguns relatos de pessoas que praticaram o suicídio. Há exemplos de personagens que, no auge do desespero, humilhadas e envergonhadas diante de algumas circunstâncias, acabaram por tirar a própria vida. Abordar-se-á ainda, os principais fatores que podem levar alguém a ter pensamentos suicidas tais como: solidão, pressão social e também a depressão, principal causa de autoextermínio entre cristãos.

Por fim, será tratado como tais problemas podem ser sanados por meio do aconselhamento pastoral. Será aventada a importância da audição das pessoas que sofrem e como o ministro do evangelho pode demonstrar interesse em ajudar. E a importância de inserir o aconselhado na comunidade da fé, de forma que ele se sinta amado, acolhido e perdoado.

Problemas emocionais são inerentes ao gênero humano, portanto, espera-se que o aconselhamento pastoral realizado corretamente e embasado na Bíblia, possa ser algo importante para a edificação da vida dos cristãos em dificuldades emocionais, uma vez que o ser humano é constituído de ‘espírito, alma e corpo’, subtende-se que esse espírito necessita crer em um salvador que possa curar a sua parte física relacionada ao corpo e à alma, que consiste na parte emocional.

Embora o aconselhamento pastoral não seja capaz de resolver todas as causas que podem levar ao autoextermínio, ainda assim, entende-se que é uma prática que pode amenizar a dor de quem sofre e incentivá-la a continuar lutando pela sua existência, e é possível ajudar as pessoas mesmo sem compreendê-las inteiramente, desde que o conselheiro faça o exercício da empatia, sobretudo no início do processo terapêutico. Assim, garante mais chances de sucesso.

2 O ACONSELHAMENTO PASTORAL COMO PREVENÇÃO AO AUTO EXTERMÍNIO

2.1. ALGUMAS PASSAGENS BÍBLICAS SOBRE O SUICÍDIO

Escrever sobre o suicídio ou autoextermínio —, assim como todo assunto polêmico —, não se trata de tarefa fácil. Embora exista uma imensidão de livros, artigos e estudos a respeito do assunto, em suma, a verdade é que não se pode determinar uma única causa para o fenômeno, visto que, trata-se de algo subjetivo, pois nota-se que o suicídio é uma separação abrupta entre a vida e a morte. Ainda que várias teorias e explicações nos sejam apresentadas por médicos, psicólogos, especialistas, filósofos ou teólogos, sabe-se que elas não diminuem a dor de quem perde um ente querido em tais circunstâncias.

Dentro do contexto bíblico, há de se observar que tanto o antigo quanto o novo testamento fornecem relatos de pessoas que, no auge do desespero, sem saber como amenizar a situação, optaram por tirar a própria vida. Todavia, não se pretende levantar questionamentos relativos à admissibilidade do ato, segundo a Bíblia, mas sim, mostrar à luz das escrituras sagradas que, pessoas cristãs podem, sim, chegar ao ato extremo de atentar contra a própria vida.

A Bíblia, no livro de Juízes, do capítulo 13 ao 16 conta a história de Sansão. Um jovem consagrado a Deus, ou seja, um Nazireu que, como tal, deveria cumprir algumas normas como: não cortar os cabelos, não beber vinho ou comer coisas imundas (Juízes 13.14). Todavia, Sansão além de desobedecer, ainda se casou com uma mulher do povo inimigo, (JUÍZES 16. 4). Foi enganado preso, torturado e em sua vingança destruiu o templo de Dagom e morreu juntamente com os filisteus que ali estavam; (JUÍZES 16: 30).

O livro de 1º Samuel a partir de capítulo 18 fala sobre Saul gravemente ferido na luta contra os filisteus, seus filhos também já tinham sido mortos. Então Saul tomou a espada, e se lançou sobre ela como

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