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O CRISTIANISMO ANTIGO: A IGREJA DE JERUSALÉM CONTRA AS INJUSTIÇAS SOCIAIS

Por:   •  12/9/2018  •  Trabalho acadêmico  •  3.465 Palavras (14 Páginas)  •  224 Visualizações

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UCAM – UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

MARIANNY DE CASTRO CAMARA

O CRISTIANISMO ANTIGO: A IGREJA DE JERUSALÉM CONTRA AS INJUSTIÇAS SOCIAIS.

CORDEIRO - RJ

2018

UCAM – UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

MARIANNY DE CASTRO CAMARA

O CRISTIANISMO ANTIGO: A IGREJA DE JERUSALÉM CONTRA AS INJUSTIÇAS SOCIAIS.

Artigo Científico apresentado à Universidade Candido Mendes – UCAM, como requisito parcial para a obtenção do título de Especialista em História das Religiões.

CORDEIRO - RJ

2018

O CRISTIANISMO ANTIGO: A IGREJA DE JERUSALÉM CONTRA AS INJUSTIÇAS SOCIAIS.

Marianny de Castro Camara

RESUMO

Este artigo irá refletir sobre a influência do discurso de Tiago na Igreja de Jerusalém e seu papel social frente a uma sociedade mergulhada em exploração aos pobres, violência e manifestações sociais. Faremos um breve histórico dos principais eventos que sobrevieram sobre a sociedade judaica desde a separação do Reino de Israel até a dominação romana sobre os mesmos.

Iremos analisar o discurso de Tiago, que era o líder dessa Igreja, visando identificar sua posição contra os abusos que estavam ocorrendo na Judeia. Defenderemos que sob governo de Tiago, a Igreja de Jerusalém mostrou-se solidária aos que viviam na miséria.

Palavras- Chave: Judeia, Camponeses, Tiago, Movimento de Jesus.

Introdução

O presente artigo tem como objetivo analisar o papel da Igreja de Jerusalém frente a exploração aos camponeses pelas elites judaicas (classe sacerdotal e grandes proprietários de terra) unida ao governo romano nos anos que precederam a grande revolta judaica em 66 d.C. Durante muitos séculos os judeus viveram sob domínio das grandes potências da antiguidade, e consequentemente, essas dominações tiveram impactos consideráveis na cultura, política, economia e sociedade. O campesinato foi o mais prejudicado durante todas as dominações, e é durante a dominação romana que sofrem com as altas cargas tributárias. Nesse período, o movimento de Jesus, mais tarde denominado cristianismo, se espalha pelo mediterrâneo e estrutura-se em Jerusalém uma igreja liderada por Tiago, irmão de Jesus que se posicionava contra as injustiças sociais cometidas pelas elites judaicas. Seus ensinos influenciam a Igreja de Jerusalém e essa desempenha um importante papel contra às injustiças sociais.

Frente a isso, dividiremos o presente estudo em três partes: num primeiro momento apresentaremos o contexto político-socioeconômico da Judeia ao longo dos anos de dominações estrangeiras (sobretudo entre os anos 606 a.C. e 141 a.C.); posteriormente, analisaremos a região no contexto da dominação romana, enfatizando a cobrança abusiva de impostos e o endividamento da classe camponesa, e por fim, nos dedicaremos à compreensão das características da Igreja de Jerusalém, e a influência do discurso de Tiago registrado em sua Epístola.

Desenvolvimento

Durante séculos a Judeia esteve em domínio de povos estrangeiros, a saber, Babilônicos, Persas, Gregos e Romanos. Na história judaica no ano de 606 a.C. quando o rei Nabucodonosor inicia sua conquista sobre Judá, levando cativos os principais jovens da aristocracia judaica, destruindo Jerusalém e seu templo (ARRUDA, 1981, pág.205).

Em 539 a.C. os persas conquistaram a Babilônia e consequentemente tornaram-se autoridade sob os judeus, porém com esses os judeus vivenciam o fim do cativeiro, sendo autorizados pelo rei Ciro retornarem a Jerusalém e reconstruí-la. Este retorno à Jerusalém, no entanto, não resultou no fim da dominação persa, visto que os judeus permaneceram como vassalos dos persas. (HORSLEY; HANSON, 1995, pág.27).

As inúmeras campanhas militares de Alexandre o Grande resultaram em diversas conquistas territoriais, porém, com sua morte seus generais dominaram os povos conquistados. Com os Judeus não foi diferente, no século III a.C, os Ptolomeus dominaram a Judeia, porém logo após, esta caiu sob o domínio dos Selêucidas, no início do século II a.C.

No ano de 141 a.C. a Judeia passou a ser governada pelos próprios judeus, pela dinastia asmoneia. Esse fato se deu a partir de uma revolta judaica contra o soberano helenista Antíoco IV Epifanes. No entanto o período do domínio da dinastia asmoneia foi breve, pois em 63 a.C., Pompeu e sua tropas chegam à Judeia iniciando um novo ciclo político vivenciado pelos judeus, a dominação romana. O domínio romano sobre a Judeia se deu primeiramente por reis clientes, ou seja, reis totalmente subordinados a Roma. Dentre esses Herodes o Grande teve maior destaque na história da Judeia, porém após sua morte, o governo da Judeia passou às mãos de prefeitos diretamente ligados a Roma.

Todas as dominações estrangeiras sobre os judeus tiveram impactos consideráveis na cultura, política, economia e sociedade. “Mas, nada se igualou às consequências da dominação romana e às dimensões da resistência desencadeada contra ela [...]” (ROCHA, 2004, pág.239).

É possível afirmar que os judeus tinham um sistema de cobrança de impostos bem definido. Os tributos estavam intimamente ligados à religião monoteísta. Desde o estabelecimento das leis mosaicas, o povo judeu passou a ter obrigações características de sua religião, como a manutenção do Templo, as ofertas específicas para cada ocasião festiva, o sustento dos levitas e sacerdotes. “Isso é o que oferecereis a Iahweh, nas vossas solenidades, além das vossas oferendas votivas e das vossas oferendas voluntárias, dos vossos holocaustos, oblações e libações, e dos vossos sacrifícios de comunhão. ” (Números 29. 39). Considerando que a agricultura era a base da economia dos judeus, esses dependiam das colheitas não somente para

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