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O Cristão, a Ética e os Desafiso da Pós-Modernidade

Por:   •  12/10/2018  •  Artigo  •  2.276 Palavras (10 Páginas)  •  639 Visualizações

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O CRISTÃO, A ÉTICA E OS DESAFIOS DA PÓS-MODERNIDADE

Elias Teixeira da Silva

Prof. Fábio Darius

Centro Universitário Adventista São Paulo - UNASP

Pós-Graduação em Teologia e Estudos Adventistas

31/07/2018

RESUMO

A humanidade está vivendo em uma época de profundas mudanças em todos os seus segmentos. Nossa geração enfrenta desafios mais complexos e sobre nós está uma visão nova de como encarar e celebrar a vida. O cristão com seu conjunto de valores, que receberam de seus pais e que por sua vez as receberam das gerações anteriores, enfrentam desafios éticos que a cada dia o coloca diante de um dilema entre seus valores e as mudanças impostas pela pós-modernidade. Este artigo tem por objetivo entender este momento histórico-social e as implicações para o cristão. Não é pretensão nossa esgotar o tema mas lançar luz sobre os desafios do cristão no seu dia a dia procurando conciliar seus valores com sua relação com a sociedade.

Palavras-chave: Ética, cristão, pós-modernidade.

1 INTRODUÇÃO

O cristão está inserido num cenário em que há uma ruptura com a cultura de valores éticos, morais e espirituais. Isso pode ser facilmente observado nas relações perversas que afetam a sociedade como um todo, e que acaba influenciando também a cultura cristã e seus seguidores. Observa-se no atual contexto histórico da sociedade uma geração sem referência, sem reverência, relativista, narcisista, hedonista, céticos e sem limites e ao mesmo tempo moralistas.

O cristão como representante do reino celestial nesta terra tem sobre si uma alta responsabilidade. Como representantes nesta terra devemos ser promotores da justiça, paz e alegria. A justiça de Deus se baseia na retidão, coerência e ética (Sl 9:8). Portanto, estes são os atributos que nós como cristãos devemos demonstrar na lide com a sociedade. Nossos atos devem refletir uma postura em que a ética e a justiça sejam nosso cartão de visitas. Não podemos favorecer uns e oprimir a outros, nem tampouco os interesses particulares ser um norte para um julgamento honesto e coerente em relação aos fatos.

O apóstolo Paulo nos chama a atenção em 2 Timóteo 3:1-5 para a degradação moral dos últimos dias e reforça a necessidade de nos mantermos íntegros.

Saiba disto: nos últimos dias sobrevirão tempos terríveis. Os homens serão egoístas, avarentos, presunçosos, arrogantes, blasfemos, desobedientes aos pais, ingratos, ímpios, sem amor pela família, irreconciliáveis, caluniadores, sem domínio próprio, cruéis, inimigos do bem, traidores, precipitados, soberbos, mais amantes dos prazeres do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando o seu poder. Afaste-se também destes.

Vale ressaltar que Paulo ao fazer referência à situação nos últimos dias elenca um cabedal de adjetivos típicos de homens que já não desfrutam da graça oferecida gratuitamente àqueles que buscam fazer a vontade de Deus. Não é de se admirar, pois que os primeiros homens já agiram perversamente a ponto do Senhor tomar uma atitude de trazer juízo sobre eles.

De acordo com Castro (2008, p.28), a sociedade pós-moderna é corrupta, imoral, voltada à relativização da ética cristã e à contemporização dos fatos, sempre buscando minimizar o pecado e maximizar a misericórdia em detrimento da justiça de Deus. A geração Pós-Moderna é uma geração sem conteúdo, sem profundidade, que preza pelo hedonismo, niilismo e o narcisismo.

Esta nova sociedade é marcada pela desconstrução dos valores mais caros de uma sociedade e tem como pano de fundo a cultura hedonista, bem como, ao retorno do humanismo. Observa-se um novo comportamento que permeia a sociedade e até mesmo na igreja é possível identificar um distanciamento daquele sentimento de entrega total a Cristo como fora presente nos crentes da igreja primitiva.

2 O CRISTÃO E A ÉTICA PÓS-MODERNA

2.1 A identidade do cristão

O cristão é um representante de Deus nesta terra para levar o seu amor às pessoas e isto implica uma vida coerente em todos os seus aspectos. A indagação e a inquietude dessa geração Pós-Moderna requer uma resposta que não está no místico ou no pragmatismo, mas, sim em Cristo e nas verdades ensinadas por Ele.

Na Antioquia foram os discípulos, pela primeira vez, chamados cristãos. O nome de cristão foi uma atribuição dada como testemunho de quem os observava. Ora, muitos andavam com o mestre e até mesmo o seguiam de perto, apesar disso não haviam passado pelo processo do novo nascimento chegando inclusive a traí-lo. O cristão deve ser um imitador de Cristo, por esta razão seus atos devem conduzir o observador a contemplar Àquele que o representa.

Para um cristão e para o cristianismo, enquanto grupo coletivo de cristãos representados por instituições que pregam a existência do Deus Trino e crê que Ele se revela nas Escrituras Sagradas, então há uma conclusão lógica que isto tem implicações éticas. Há uma percepção nítida de que o proceder cristão tem sido substituído por outros modelos que se ajustam aos tempos atuais. A preocupação em ser politicamente correto com a sociedade tem produzido corrupção dos valores morais e a necessidade de afirmação diante da sociedade tem alterado o comportamento ético.

2.2 Pós-modernismo

        A excessiva confiança na razão humana e a rejeição do transcendente e o sobrenatural tem sido a marca da modernidade. A crença em Deus era o que moldava a sociedade antes do advento da modernidade. Com o advento do Iluminismo a sociedade ocidental passa a rejeitar a fé cristã e o legado do protestantismo de que Deus é o criador e governa o universo com amor.

O termo pós-modernidade foi usado pelo historiador Arnold Toynbee na década de 40 e caracterizava o irracionalismo, desamparo e ansiedade, caracterizando o fim da sociedade ocidental. Para Veith (1999, p.37-38) a pós-modernidade tem como fundamento epistemológico a desconstrução da verdade, o colapso da fé, a aparição de uma cultura global e uma nova polarização.

A modernidade geralmente é associada à segunda revolução industrial que ocorreu no século XIX principalmente na França, Alemanha, Itália, EUA e Japão. Já a pós-modernidade está relacionada mais propriamente com a Terceira Revolução Industrial que corresponde ao conjunto de transformações socioeconômicas iniciadas a partir da segunda metade do século XX, com surgimento de complexos industriais e empresas multinacionais, o desenvolvimento de indústrias química e eletrônica e os avanços da automação, da informação, da engenharia genética e, respectiva incorporação ao processo produtivo que passou a depender cada vez mais de alta tecnologia e de mão de obra cada vez mais especializada.

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