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O RETRATO DO DILÚVIO ATRAVÉS DAS EPOPEIAS E DO LIVRO GÊNESIS

Por:   •  31/3/2020  •  Artigo  •  4.442 Palavras (18 Páginas)  •  126 Visualizações

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ

CURSO: HISTÓRIA LICENCIATURA PLENA

PROFESSORA: SILVIA MARCIA ALVES SIQUEIRA

ALUNO: LUCAS LOPES CRUZ

O RETRATO DO DILÚVIO ATRAVÉS DAS EPOPEIAS E DO LIVRO GÊNESIS

 

FORTALEZA/CEARÁ

2018

RESUMO:

O texto desse artigo se propõe a avaliar, contesta e esclarecer as semelhanças entre os dilúvios relatados tanto na bíblia (Livro de gênesis) como nas epopeias de Atrahasis e Gilgamesh. Pontuando desde as primeiras semelhanças entre os protagonistas das epopeias e Adão no livro bíblico até o que realmente interessa; o dilúvio.

PALAVRAS-CHAVE: Dilúvio; Gilgamesh; Atrahasis.

ABSTRACT:
The text of this article sets out to evaluate, dispute and clarify the similarities between the floods reported in both the bible (Book of Genesis) and the epics of Atrahasis and Gilgamesh. Scoring from the first similarities between the protagonists of the epics and Adam in the biblical book to what really matters; the flood.

KEYWORDS: Deluge; Gilgamesh; Atrahasis.

I-INTRODUÇÃO:

    Desde os primórdios da humanidade sempre existiu a curiosidade em saber “de onde viemos?” e “quem nos criou?”, entre outros questionamentos que sempre assolou os homens, vimos isso com os gregos e a sua explicação do mito dos olimpianos - deuses gregos - para responder a essas questões e podemos perceber isso também em outras culturas, os questionamentos são os mesmo e as respostas sempre derivam de algum mito local.

   O desejo de compreender as suas origens é bastante fácil de entender, pois, é algo que perdura até os dias de hoje, onde muitos estudiosos e teólogos sempre buscam elucidar esses questionamentos.

    Na concepção mítica, os mitos tinham a sua tradição e eram transmitidos oralmente porque num mundo onde predomina a consciência mítica não existe a preocupação com a escrita e uma das formas de se transmitir esses mitos era através de poemas, posteriormente chamados de epopeias, onde tinham a função didática de descrever as suas origens e contar histórias. Essas epopeias eram contadas em versos e cantadas para assim ser mais fácil uma memorização desses mitos para que passassem de geração a geração.

    É a consciência que faz o homem se admirar diante do espetáculo do mundo e espantar-se frente a tantos mistérios teóricos e práticos. É a consciência que elabora modelos, para procurar satisfazer às necessidades humanas de explicação.

   Ou seja, o homem desde a sua origem, se caracterizou pela necessidade de explicar e resolver todos os problemas que aconteciam à sua volta, o mundo, para eles, não se explicaria sozinho, ele tinha sua razão de ser, razão essa que seria por meios sobrenaturais.

    Porém, nos dias de hoje, o ser humano tem a necessidade de se ter provas concretas sobre quaisquer fatos e com base nisso que o Marcelo Rede explana “as culturas históricas pré-clássica do Oriente são reconstruídas com base em documentação arqueológica e textual”. Documentação essa que será importante se tratando da memória histórica do Antigo Oriente e de seus mitos e contos bíblicos.

   E para a história não será diferente, dado que, esses questionamentos serão objetos de estudo da história que por sua vez é uma ciência cujo objetivo é o conhecimento e a compreensão do passado por meio de fontes que serão interpretadas. Dito isso, explanaremos as semelhanças e diferenças entre o dilúvio cristão e o dilúvio sumério.

    Esses questionamentos a cerca do dilúvio se intensificaram após a descoberta de documentos escritos (Tábuas) no século XIX, em 1849, no Iraque pelo arqueólogo britânico Austen Harry Layad e traduzidas posteriormente por Henry Rawlinson e George Smith.

   O livro gêneses oferece-nos a sua maneira, uma explicação, de como foi à criação do homem e de seu mundo, isto é, uma compreensão das origens, numa perspectiva religiosa e em contra partida a epopeia de Gilgamesh, que foi documentada bem antes dos escritos testamentários, e também, vai nós oferecer explicações semelhantes sobre as origens dos homens.  

II - SEMELHANÇAS ENTRE GÊNESES E OS MITOS

    As semelhanças narrativas encontradas entre a epopeia de Gilgamesh e o livro do gênesis iniciam-se logo nos primeiros versículos da bíblia, ou seja, na criação do homem.

     Vários desses mitos tem um papel fundamental de constituir uma memória social em torno dessas civilizações que os utilizavam para explicar as questões que não se tinham respostas exatas. Portanto, essas epopeias e mitos tinham a função de ser posta didaticamente para efetivar uma moral civilizatória para as sociedades em questões, uma forma de aprendizagem para os ouvintes dessas epopeias.

    Na antiguidade, quem detinha os conhecimentos controlava o grupo social, por isso poucas pessoas sabia escrever, o processo civilizatório, intensificado com o comércio e o contado entre os povos gerados pelo comercialização, proporcionava uma comparação entre os mitos, às vezes, mostrando suas contradições, outras vezes, absorvendo e se apropriando de outros mitos para engrandecer os seus.

  • Epopeia de Atrahasis (O poema do Supersábio)

    No começo só existiam os Deuses que se encontravam no universo numa relação de produtores e consumidores, onde os produtores eram os Deuses de baixo escalão – Os Igigi – aqueles que trabalhavam no pesado para suprir as necessidades dos Deuses consumidores. O que acabou por desencadear uma revoltar entre os Deuses escravos (Igigi), surgindo uma espécie de greve, então o Deus soberano, Enlil, irado com tal ato de desrespeito almejou a destruição de todos eles, porém, eis que surge Ea (Uma espécie de Deus conselheiro), que intervém e sugere a criação de uma raça que possa suportar o trabalho imposto a eles e assim surgiu o homem.

Tabua I, w. 1,6

« 1. Quando os deuses eram homens,

2. Submetidos aos trabalhos levavam o cesto de trabalho;

3. -o cesto de trabalho dos deuses era muito grande,

4. O trabalho excessivamente pesado, a fadiga enorme -;

5.os grandes Anunnaki, os sete,

6. Haviam imposto os duros trabalhos aos Igigi »

   Na criação do homem é explicitado que ele será feito de argila, algo de semelhante é visto no livro gênesis: “Então Iahweh Deus modelou o homem com a argila do solo” (GÊNESIS, cap. 2, ver.7). Assim, depois de ser modelado ele receberá o sangue de um Deus de segunda categoria para dessa maneira poder substituir e servir como os Igigi serviam, ou seja, o homem teria a sua semelhança a dos Deuses secundário e isso é percebível novamente em Gênesis também; “Deus disse: “Façamos o homem à nossa imagem, como nossa semelhança”.

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