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Resumo a Bíblia e o Futuro

Por:   •  10/6/2021  •  Resenha  •  1.414 Palavras (6 Páginas)  •  343 Visualizações

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PARTE I

ESCATOLOGIA INAUGURADA

  1.  A PERSPECTIVA ESCATOLÓGICA DO ANTIGO TESTAMENTO

A Escatologia bíblica é a mensagem que permeia todo conteúdo bíblico. O cristão vive sob constante esperança baseado no conteúdo de sua mensagem. Ela molda o presente sob a perspectiva do futuro onde tudo será devidamente ajustado. “[...] Por isso, a escatologia não pode ser apenas uma parte da doutrina cristã. Antes, a perspectiva escatológica é característica de toda a proclamação cristã, de cada existência, e de toda igreja.” (MOLTMANN, 1967, pg.17 apud HOEKEMA 2012, pg. 13).

Por ser uma mensagem única, se faz necessário investigar e entender a mensagem escatológica tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, contrariando a tradição liberal quando afirma que há muito pouca escatologia no Antigo Testamento.

O Antigo testamento não fornece, com muita clareza, ensinamentos sobre a “escatologia futura” - vida pós-morte, segunda vinda de Cristo, etc; (HOEKEMA 2012 pg.13), mas fornece outra perspectiva que está subtendida no Novo Testamento: A esperança de Israel na redenção do povo pelo próprio Deus e estabelecimento de Seu Reino.

Essa perspectiva tem inicio com a promessa do redentor vindouro como narra Genesis 3.15 após a queda do homem: “[...]15 Porei inimizade entre você e a mulher, entre a sua descendência e o descendente dela; este ferirá a sua cabeça, e você lhe ferirá o calcanhar”. Essa promessa é primordial, pois determina todo conteúdo do Antigo Testamento. Nela subjaz, resumidamente, o proposito salvífico de Deus para seu povo. Todo o desdobramento do Antigo Testamento aponta e anseia essa promessa gloriosa.

No curso da revelação, sabemos que salvador vindouro, descendente da mulher (Gn. 3.15), é também descendente de Abraão (Gn. 22.18), pertencente a tribo de Judá (Gn. 49.10) e descendente de Davi (2 Sm. 7.12-13).

Outro fato importante é o cumprimento dos três ministérios especiais: profeta, sacerdote e rei. Ele é auge do exercício deste tríplice oficio. Além disso, “[...] a vinda do futoro Rei e Redentor é identificada com a vinda de Deus ao seu povo.” (HOEKEMA 2012 pg.15); já que Isaias 7.14 o identifica como Emanuel (Deus conosco).

Em Isaias temos a identificação do Messias como “servo sofredor de Deus”, descrito principalmente em Isaias 53. Em Daniel temos a identificação do redentor como sendo o “Filho do Homem” (Dn. 7.13-14), da mesma forma como no Novo Testamento.

Enfim, no Antigo Testamento o redentor era aguardado de maneiras diferentes para um tempo que ainda haveria de se cumprir ao que Pedro nos diz: “Foi a respeito dessa salvação que os profetas que falaram da graça destinada a vocês investigaram e examinaram, procurando saber o tempo e as circunstâncias para os quais apontava o Espírito de Cristo que neles estava, quando predisse a vocês os sofrimentos de Cristo e as glórias que se seguiriam àqueles sofrimentos.” (1 Pedro 1:10-11)

Além de nos dizer sobre o redentor vindouro o Antigo Testamento nos fala sobre o Reino de Deus. Em Daniel 2 encontramos a profecia sobre o Reino de Deus que um dia se levantará e nunca acabara e em Daniel nos é dito sobre aquele “Filho do Homem” que governará esse Reino. Assim, “[...] Daniel prediz não apenas a vinda de um reino futuro, mas conjuga este reino com a vinda do Redentor, a quem descreve como o Filho do Homem.” (HOEKEMA 2012 pg.17)

O Antigo Testamento também possui conceitos escatológicos sobre “, A nova Aliança, a restauração de Israel, o derramamento do Espírito, O Dia do Senhor, os novos céus e a nova terra.” (HOEKEMA 2012 pg.21)

O autor ainda chama atenção para eventos de perspectiva profética, profecias sobre acontecimentos que aparentemente ocorriam de maneira subsequente, porém se mostraram como eventos que ocorreriam em momentos distintos.

  1. A NATUREZA DA ESCATOLOGIA DO NOVO TESTAMENTO

Como visto no capítulo anterior, “A fé do crente veterotestamentário era escatologicamente orientada.” (HOEKEMA 2012 pg.23), onde no centro estava a expectação pelo redentor vindouro, como pode ser visto em Lc 2.25 e 2.38.

A expectativa é concretizada com a vinda de Cristo, a vinda do redentor. Este é o grande evento escatológico que marca o início da “era do Novo Testamento” (HOEKEMA 2012 pg.23)

Segundo o autor:

Na era do Novo Testamento, as bênçãos espirituais desfrutadas eram mais abundantes do que nos dias do Antigo Testamento: o conhecimento do plano redentor de Deus está largamente enriquecido, a fé do crente neotestamentário está muito aprofundada, e sua compreensão das dimensões do amor de Deus, conforme revelado em Cristo, está imensuravelmente fortalecida. Ao mesmo tempo, porém, a expectação do crente por bênçãos ainda maiores, no porvir, está igualmente intensificada. (HOEKEMA 2012 pg.23)

Semelhante ao Antigo Testamento, o Novo Testamento possui uma escatologia orientada para o futuro, ao que afirma o autor:

Há uma convicção profunda de que a obra redentora do Espírito santo experimentada agora é apenas um prelúdio de uma redenção muito mais rica e completa no futuro, e que a era que foi instaurada pela primeira vinda de Cristo será seguida de outra era, que será mais gloriosa do que esta talvez possa ser. (HOEKEMA 2012 pg.23)

Assim, podemos afirmar que o crente do Novo Testamento, tanto reconhece que a vinda do redentor já aconteceu, quanto percebe que ainda há eventos significativos na linha do horizonte, fazendo com que a vinda do Messias, morte e ressureição, inaugurasse o “fim dos tempos”, como afirma  Willian Manson: “Igreja, Espírito, vida em Cristo, são grandezas escatológicas.” (1953 apud HOEKEMA 2012 pg.24).

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