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Trabalho Sobre Revisão da Literatura

Por:   •  25/9/2023  •  Artigo  •  1.742 Palavras (7 Páginas)  •  29 Visualizações

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SPBC – SEMINÁRIO PRESBITERIANO BRASIL CENTRAL

DISCIPLINA: METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA

PROFESSORA: LÁZARA DIVINA COELHO

ALUNO: ALEXSANDRO RODRIGO DUTRA DA SILVA

ESTADO DA PESQUISA - REVISÃO DA LITERATURA

Esta revisão literária sobre o tema "Por que pregar o Evangelho aos eleitos" destina-se a explorar as perspectivas e argumentos relacionados a essa prática na teologia protestante reformada. Apresenta-se neste trabalho uma análise cronológica dos principais desenvolvimentos nessa área de estudo.

Em suas origens e fundamentos, a pregação do Evangelho aos eleitos remonta à teologia reformada do século XVI, particularmente associada às doutrinas da predestinação e da soberania de Deus na salvação. Os reformadores, como Martinho Lutero e João Calvino, enfatizavam a necessidade de proclamar o Evangelho a todos, confiando que Deus, em Sua soberania, chamaria aqueles que Ele havia escolhido para a salvação.

Ao dar ênfase ao reformador e principal teólogo dessa época, João Calvino, suas referências incluem uma série de conceitos e doutrinas fundamentais que formam a base de seu pensamento teológico. O pensamento de Calvino está profundamente enraizado nessas doutrinas e conceitos. Ele buscava uma abordagem teológica consistente, que procurava interpretar as Escrituras de maneira fiel e aplicá-las à vida da comunidade reformada. Calvino é amplamente conhecido por sua teologia sistemática apresentada em sua obra mais famosa, "Institutas da Religião Cristã", que oferece uma visão abrangente de sua teologia reformada.

Há uma clara ligação teológica entre Agostinho de Hipona e João Calvino, destacando-se o fato de que Calvino foi influenciado significativamente pelos ensinamentos e escritos de Agostinho. Relativo ao tema proposto, aqui estão alguns pontos de conexão entre os dois:

  1. Doutrina da Graça: Tanto Agostinho quanto Calvino enfatizaram a graça de Deus como a base da salvação. Agostinho formulou a doutrina da graça irresistível, ensinando que a salvação é totalmente obra de Deus, e Calvino expandiu essa doutrina com sua ênfase na eleição incondicional e na graça irresistível.
  2. Teologia da Predestinação: Agostinho introduziu a doutrina da predestinação em sua teologia, afirmando que Deus, em Sua soberania, escolheu quem seria salvo. Calvino desenvolveu essa doutrina e a incluiu como uma das pedras angulares de sua teologia reformada, ensinando que a predestinação é baseada na livre vontade de Deus, não nas obras humanas.
  3. Visão sobre a Queda e o Pecado Original: Agostinho influenciou profundamente a visão de Calvino sobre a Queda e o pecado original. Ambos os teólogos ensinaram que a humanidade está radicalmente corrompida pelo pecado e que, sem a graça de Deus, os seres humanos são incapazes de se salvar ou responder positivamente a Deus.

Pelo fato de Agostinho ter vivido séculos antes de Calvino, suas ideias e escritos foram redescobertos durante a Reforma Protestante e tiveram um impacto significativo no pensamento de Calvino. Agostinho é frequentemente citado por Calvino em sua obra "Institutas da Religião Cristã" como uma influência importante em sua teologia reformada.

Agostinho de Hipona, também conhecido como Santo Agostinho, expôs muitas de suas ideias em várias obras ao longo de sua vida. Aqui estão alguns dos livros mais relevantes em que Agostinho aborda as ideias que mencionamos anteriormente. "Confissões" (Confessiones), nesta obra autobiográfica, Agostinho descreve sua própria jornada espiritual, incluindo sua conversão ao cristianismo. Ele discute temas como a graça de Deus, a luta contra o pecado e a busca pela verdade. "A Cidade de Deus" (De Civitate Dei), nesta magnífica obra, Agostinho aborda a relação entre a cidade terrena e a cidade de Deus. Ele discute questões como a predestinação, a graça salvífica, o pecado original e a soberania divina. "Sobre a Predestinação dos Santos" (De Praedestinatione Sanctorum), Agostinho discute a doutrina da predestinação, argumentando que a salvação é um ato da graça divina e que Deus escolheu os eleitos para a salvação de acordo com Seu próprio propósito. E por fim, "Sobre a Graça e o Livre-Arbítrio" (De Gratia et Libero Arbitrio), Agostinho explora a relação entre a graça divina e a vontade humana. Ele aborda questões relacionadas à corrupção do ser humano pelo pecado original e a necessidade da graça para a salvação. Esses são apenas alguns exemplos das obras de Agostinho em que ele desenvolveu suas ideias sobre a graça, a predestinação, a queda e outros temas teológicos relevantes. A leitura dessas obras permitirá uma compreensão mais aprofundada das ideias de Agostinho sobre esses assuntos.

A ligação teológica entre Agostinho de Hipona e João Calvino é notável, pois Calvino foi influenciado significativamente pelos ensinamentos e escritos de Agostinho. Essa conexão pode ser vista em vários pontos-chave de suas teologias. A discussão sobre a relação entre eleição e evangelização ganhou mais atenção no período pós-reforma. Teólogos reformados como John Owen e Jonathan Edwards abordaram a tensão aparente entre a soberania divina na eleição e a responsabilidade humana na proclamação do Evangelho. Eles argumentaram que, embora somente os eleitos sejam salvos, a pregação do Evangelho continua sendo uma responsabilidade importante para os crentes, pois Deus usa os meios ordinários para chamar Seu povo.

John Owen, um teólogo puritano do século XVII, Owen escreveu extensivamente sobre a doutrina da eleição e a eficácia da obra redentora de Cristo. Em suas obras tais como “A morte da morte na morte de Cristo”, “O Espírito Santo” e “Como toda a doutrina da predestinação é corrompida pelos arminianos” enfatizava que a pregação do Evangelho não era apenas um meio para a salvação dos eleitos, mas também um meio de Deus chamar Seu povo escolhido. Outro importante teólogo é Jonathan Edwards. Considerado um dos maiores teólogos americanos, Edwards destacou a importância da ação do Espírito Santo na salvação. Ele argumentava que a pregação do Evangelho era uma forma pela qual o Espírito Santo operava para despertar a fé nos corações dos eleitos, em seu livro “A liberdade da vontade”.

No contexto contemporâneo, várias abordagens têm sido propostas para a pregação do Evangelho aos eleitos. Algumas perspectivas enfatizam a necessidade de uma pregação clara e fiel das doutrinas reformadas, confiando no poder do Espírito Santo para despertar a fé nos corações dos eleitos. Outros argumentam que a pregação deve ser inclusiva e oferecer o Evangelho a todos, reconhecendo que somente Deus conhece os eleitos verdadeiros. Alguns exemplos de teólogos contemporâneos que têm contribuído com suas perspectivas sobre o assunto:

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