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Ecossistema Empreendedor Turismo

Por:   •  28/11/2021  •  Artigo  •  5.998 Palavras (24 Páginas)  •  115 Visualizações

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Ecossistema Empreendedor Turístico e Universidades: uma análise dos cursos de Turismo e Hotelaria da Universidade Federal do Maranhão

Ângela Roberta Lucas Leite - UFPR Samuel dos Santos Comprido - UFPR Bruno Martins Augusto Gomes - UFPR Fernando Antonio Prado Gimenez - UFPR

Resumo

O presente trabalho objetiva-se compreender como os cursos de turismo e hotelaria, da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) podem incentivar o fortalecimento do ecossistema empreendedor de São Luís a partir de suas disciplinas e dos grupos de pesquisa. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, exploratória documental, baseada no modelo GEM (Global Entrepreneruship Monitor), que realça a importância da educação, capacitação, pesquisa e desenvolvimento na formação, criação e gestão de pequenos negócios e fortalecimento da economia. De fato, o planejamento didático, político- institucional e estratégico, os grupos de pesquisa e a infraestrutura aproximam os alunos dos cursos de Turismo e Hotelaria a realidade do mercado, e, no caso de EE de São Luís. Conclui-se, portanto, a existência de um agente fomentador do EE turístico, com diversas práticas para o desenvolvimento da atividade turística local, mas que ainda precisam ser fortalecidas pelo tripé academia-governo-mercado.

Palavras-chave: ecossistemas empreendedores; turismo; hotelaria; universidade.

Abstract

The present work aims to understand how tourism and hospitality courses at the Federal University of Maranhão (UFMA) can encourage the strengthening of the entrepreneurial ecosystem of São Luís through its disciplines and research groups. It is a qualitative, exploratory documentary research, based on the GEM (Global Entrepreneruship Monitor) model, which highlights the importance of education, training, research and development in the formation, creation and management of small businesses and strengthening the economy. In fact, the didactic, political-institutional and strategic planning, the research groups and the infrastructure bring the students of Tourism and Hospitality courses closer to the market reality, and, in the case of EE in São Luís. the existence of an agent that promotes the tourism EE, with several practices for the development of the local tourist activity, but which still need to be strengthened by the tripod academy-government-market.

Keywords: entrepreneurial ecosystems; tourism; hospitality; university.

1 Introdução

As universidades têm se tornado atores ativos nos ambientes de inovação, agregando valor ao desenvolvimento econômico e social de uma localidade, gerando novos conhecimentos e aprimorando a atividade empreendedora. O empreendedorismo, por sua vez, tem aproximado academia, governo, comunidade e mercado a partir de pesquisas e desenvolvimento (P&D). Ele pode ser considerado, conforme destaca Fialho (2019), uma fonte que oportuniza o aprimoramento das pessoas e das instituições que praticam tal atividade e que impactam diretamente no desenvolvimento econômico e social da comunidade. Na visão de Bugio (2019, p. 11)

O empreendedorismo tem sido entendido como um motor de alavancagem das economias, assente na inovação e na competitividade que são, muitas vezes, inerentes a novas iniciativas empresariais. Contudo, diversos autores têm vindo a indicar que o empreendedorismo não surge apenas por força de

determinados traços de personalidade dos indivíduos, mas por força das circunstâncias e do ambiente que os rodeiam. Assim, o empreendedorismo não deve ser analisado unicamente com base nos comportamentos intrínsecos aos indivíduos categorizados como empreendedores.

Nesse sentido, as universidades são capazes de potencializar o empreendedorismo à medida que envolvem a comunidade acadêmica em ações e projetos de pesquisa, ensino e extensão e aproximam as relações entre mercado, estado, comunidade e universidade. As redes de relações, de contatos (networks) que são construídas a partir da interação desses sujeitos, podem ser facilitadoras de um sistema dinâmico de negócios focado no crescimento econômico, o que caracteriza o ecossistema empreendedor.

Um ecossistema empreendedor consiste de todos os atores e fatores interdependentes que possibilitam ou restringem o empreendedorismo em um determinado território (STAM; VAN DE VEN, 2019). No entanto, para que o empreendedorismo aconteça é primordial que o seu ecossistema esteja ativo, ou seja, que haja uma rede de elementos em prol dos empreendedores de forma a estimular e gerar confiança nas pessoas que precisam exercer seu comportamento empreendedor.

Neste direcionamento, o papel das universidades está de encontro ao desenvolvimento desses estímulos a partir do ensino, pesquisa e extensão, buscando não só a qualificação e formação dos profissionais, como também o desenvolvimento econômico e social de seu lócus de atuação por meio da geração e disseminação do conhecimento (FIALHO, 2019). Contudo, em se tratando do setor turístico, para que haja o desenvolvimento da atividade

[...] são necessárias ações empreendedoras que diversifiquem a base de serviços ofertados, amplifiquem o efeito multiplicador dos gastos dos visitantes e contribuam para um maior protagonismo da comunidade enquanto agente ativa dos novos processos produtivos que a atividade desencadeia. (SILVA; FONSECA; SPINOLA, 2017, p. 26).

Os processos de transferência de tecnologia a partir de descobertas teóricas originárias de pesquisas em universidades têm sido desenvolvidos a partir de propostas como a Estratégia Nacional de Inovação em Turismo 2021-2024, desenvolvida pelo Ministério de Turismo (BRASIL, 2020), que tem como uma das diretrizes o incentivo à inovação. Seu objetivo é “promover uma inovação turística bem-sucedida e um ecossistema empreendedor que requer conectar todas as partes

interessadas a oportunidades de colaboração e priorizar a capacitação em turismo e tecnologia”. (BRASIL, 2020, p. 5).

A Universidade Federal do Maranhão (UFMA), entidade que abriga os cursos de Turismo e Hotelaria em São Luís, detém entre 60% a 70% do percentual dos indicadores de ciência e tecnologia produzidos no estado maranhense, ocupando nacionalmente a 26ª colocação e entre as 1500 melhores universidades do mundo em 2020 no Times Higher Education (THE), um dos principais rankings universitários do mundo. Além disso, em última publicação do Instituto Nacional de Propriedade Industrial-INPI (ano 2019), a UFMA ficou na vigésima colocação no Ranking dos cinquenta maiores Depositantes Residentes de Patentes de Invenção (PI), e no 13º lugar no Ranking dos Depositantes Residentes de Programas de Computador1.

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