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MAQUIAVEL - REPÚBLICA X PRINCIPADO

Por:   •  31/7/2017  •  Trabalho acadêmico  •  1.640 Palavras (7 Páginas)  •  1.521 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS – MG

DENIS MENDES COUTINHO

MAQUIAVEL

REPÚBLICA X PRINCIPADO

                                                                                                                                                                        ALFENAS – MG

2017

Maquiavel e o conceito de Principado e República

Nesta introdução iremos falar um pouco sobre os conceitos abordados por Maquiavel (1469-1527) na sua época em Florença, onde se vivia um período muito agitado e conturbado, no qual a família Médici comandava e administrava a cidade. Apesar de ser um período de renascença e de grande importância na história, Florença passava por muitos problemas internos e conflitos políticos, depois que a família Médici começou a perder o poder. Nesse período, começam a surgir o movimento humanista, homens intelectuais e políticos florentinos que analisavam e estudavam todo o sistema político da época, e juntamente com esses humanistas, Maquiavel se destacará e ganhará um papel importante para esse estudo. Maquiavel, por influência de seu Pai Bernardo, sempre foi um homem muito estudioso, além de ter muito amor pelos livros e fascínio pelo passado. Com isso, Maquiavel começa a observar todo o cenário político em Florença e presencia uma grande crise vivenciada na cidade pela invasão dos franceses e com a fuga de Lourenço o Magnífico. Posteriormente a esse ocorrido, Jerônimo Savonarola, um profeta que tinha um grande número de seguidores, ganha muita influência em Florença por conta de suas previsões dos ataques franceses e por ser um homem muito religioso. Savonarola consegue chegar ao poder, após a queda de Piero e implanta um regime republicano, no qual pretendia disseminar todo o legado da família Médici. Maquiavel, por sua vez, começa a observar os comportamentos de Savonarola e percebe que a mistura entre política e religião não daria certo em seu governo, dizendo que “profetas” sem armas não conseguem êxito em comandar os destinos dos homens.

Após a queda do poder de Savonarola, Maquiavel passou a participar e ingressar mais diretamente na vida pública, obtendo diversos interesses políticos capaz de entender toda a bagunça vivenciada em Florença na época. Nesse período, Maquiavel foi nomeado como segundo secretário no governo republicano e com isso teve diversas oportunidades de conhecer grandes líderes políticos de outros países, ampliando ainda mais o seu conhecimento em política. Uma das ideias e contribuições principais de Maquiavel para a política, era “o uso da história como guia para as reflexões sobre o presente” (NEWTON BIGNOTTO, 2003 pg:12). A partir dessa concepção, Maquiavel nos fala que existem dois modos de tratar os povos conquistados, caso haja uma conquista de outros povos, que é ou destruí-los ou adotá-los como uma nova nação pertencente àquele grupo, tratando-os de forma mais amigável. Se tratando da questão do uso da história como guia, Maquiavel vai apresentar algumas ideias, nos falando que aprender com o passado é uma forma de evitar o fracasso no presente, mas o problema que ele também aponta é o fato do homem sempre estar em uma natureza repetitiva, no qual gera um problema e é vista em qualquer tempo histórico.

Maquiavel considerava um personagem bastante importante para sua análise política, o César Bórgia, filho do papa Alexandre VI, que virou duque e governador da Romanha. Maquiavel descreve Bórgia como um homem temível, no qual provocava em seu povo um certo medo por ser muito imprevisível em suas ações. Apesar de Bórgia ser temido, Maquiavel o elogiava na sua forma de governar, no qual era bastante tirana e violenta, mas Maquiavel percebia que esse tipo de comportamento era necessário para se manter no poder. Como já dito, depois da queda de Savonarola, Maquiavel foi um grande funcionário da república e vivenciou diversas mudanças e formas de governo. Após ter idealizado e posto em prática um sistema de defesa, no qual recrutavam soldados da cidade de Florença para proteger a cidade de ataques estrangeiros e que posteriormente colocou a população de Florença em risco, Maquiavel ficou considerado como um suspeito por governar proximamente à família Médici e foi aprisionado e torturado. Em detrimento a esse ocorrido, Maquiavel entra em uma fase no qual se afasta da vida política e começa a se tornar um dos maiores escritores de teoria política e devido ao seu abatimento escreve O Príncipe, um livro que posteriormente fez muita fama e se tornou muito importante para objetos de estudos políticos.

O Príncipe era uma obra voltada ao principado, ou seja, os príncipes que entravam no poder político. Através dessa obra, Maquiavel aconselhava os príncipes em administrar um bom governo, chegar ao “sucesso” e se manter no poder. Maquiavel vai falar sobre o “príncipe novo”, que aconselha o príncipe a ter uma certa estabilidade política enquanto está no poder, pois o simples fato de ganhar uma guerra ou conquistar um território, não é o suficiente para se manter no poder e administrá-lo de forma correta e segura. O desafio do príncipe é manter o equilíbrio do Estado, que encenam a realidade social e política. Assim, o conflito entre os grandes e o povo, ou seja, entre os grupos sociais, constitui na essência política de Maquiavel. Maquiavel defende as divisões sociais como de grande importância, a fim de que o povo se sinta sempre em conflitos sociais, percebendo a necessidade do Estado, em um processo dependência continua. Esse fato nos remete a grande parte da população marginalizada, onde alguns oprimidos percebem-se enquanto sujeitos de liberdade plena, enquanto o governo não legitima os desejos das organizações populares, em busca de igualdade de direitos. Maquiavel dizia que o príncipe pode chegar ao poder através do povo ou da aristocracia. Ele afirma ainda que uma vitória se efetiva de forma mais ágil quando o governante possui o apoio do povo, e que o mesmo deve impor-se e fazer com que o povo tenha sempre a dependência do Estado, a fim de conter qualquer ameaça de revolução.

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