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Plano de Aula Para Colegial

Por:   •  27/5/2019  •  Trabalho acadêmico  •  2.849 Palavras (12 Páginas)  •  117 Visualizações

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No início do texto Notas sobre a experiência e o saber de experiência de Jorge Larrosa Bondia (2002) ele aborda o significado das palavras experiência e sentido segundo o autor o sentido das palavras esta relacionado com o que percebemos através delas, realmente esta ligada aos sentidos humanos e a experiência é o que nos marca de alguma forma, algo que não seja uma mera notícia ou fato, mas sim quando nus toca.

A experiência é o que nos passa, o que nos acontece, o que nos toca. Não o que se passa não o que acontece, ou o que toca. A cada dia se passam muitas coisas, porém, ao mesmo tempo, quase nada nos acontece. […] a informação não deixa lugar para a experiência, ela é quase o contrario da experiência, quase uma antiexperiência. Por isso a ênfase contemporânea na informação, em estar informados. (Larrosa, 2002. P.21)

Atualmente com as mídias sociais, somos a todo o momento bombardeado por notícias e curiosidades. Basta ligar a televisão, ou acessar a internet que temos, quase em instantaneamente fatos considerados relevantes sobre o mundo, às vezes ao ver uma notícia trágica, muitas pessoas se colocam no lugar das vítimas e se comovem, como se estivessem vivendo aquilo, as pessoas que assim reagem foram marcadas de certa forma com aquele acontecimento, aquela informação foi uma experiência pessoal. Contudo, este tipo de experiência é cada vez mais raro, a rapidez em que as notícias chegam até as pessoas e a forma banalizada e ocorrente delas, passam a serem apenas mais informações, na qual se torna uma população informada, que sabem sobre várias temáticas, entretanto não é mais uma sabedoria. Também, segundo Larrosa, ha mais um motivo onde se anula a possibilidade de experiência:

O sujeito moderno é um sujeito informado que, além disso, opina. É alguém que tem uma opinião supostamente pessoal e supostamente própria e, às vezes, supostamente crítica sobre tudo o que se passa sobre tudo aquilo que se tem informação. […] No entanto, a obsessão pela opinião também anula nossas possibilidades de experiência, também faz com que nada nos aconteça. (Larrosa, 2002. p.22)

Nos dias de hoje, tudo o que se passa é opinado, a sociedade de forma velada cobra uma postura política, ideológica e social. A todo o momento somos propostos a escolher um lado da moeda, e se não tem uma postura já determinada é como se lhe faltasse algo, não é bem visto pelos demais. Enxergar os dois lados, ver os pontos positivos e negativos de cada um já não mais convém, é necessário escolher entre a massa esquerda ou a massa direita. E isto inibe a real experiência, de se colocar parte daquilo, pois, o indivíduo se coloca a favor ou contra, como se estivesse julgando de forma desintegrada do que se passa e não se coloca como membro visionário dos acontecimentos.

Além do excesso de informação e opinião, Larrosa aborda em seu texto, o terceiro fato que torna a experiência rara:

A experiência é cada vez mais rara por falta de tempo. Tudo o que se passa demasiadamente depressa, cada vez mais depressa. E com isso se reduz o estímulo fugaz e instantâneo, imediatamente substituído por outro estímulo ou por outra excitação igualmente folgaz e efêmera. (Larrosa, 2002.p.23)

Pensar, raciocinar, sentir, é atos que já não se pode fazer por essa falta de tempo. Os acontecimentos vêm e vão sem que possamos analisá-los e termos uma experiência. O normal do tempo moderno é consumir sempre novidades, em um clic é possível ter acesso ao que precisamos nos informamos, porém sem tempo para “digerir” os acontecimentos, sem tornar membro do que acontece. O usado ditado “tempo é dinheiro” nunca fez tanto sentido, experiências simples não são valorizadas, pois requerem tempo, e este é melhor utilizado quando ingerimos informações.

Em quarto aspecto que atualmente dificulta a experiência segundo Jorge Larrosa é:

Experiência é cada vez mais rara por excesso de trabalho. Esse ponto me parece importante porque às vezes se confunde experiência com trabalho. Existe um clichê segundo o qual nos livros e nos centros de ensino se aprende a teoria, o saber que vem dos livros e das palavras, e no trabalho se adquire a experiência, o saber que vem do fazer e da prática. (Larrosa, 2002.p. 23)

Uma vez em que, atualmente o tempo é tão precioso, o trabalho humano esta banhado de atitudes onde o ser esta em constantemente atividade, não se pode parar já que isto gera prejuízos, muitos trabalham de uma forma quase que automática, ao exercer suas tarefas. O trabalho por apenas exercer o seu dever poucas às vezes é constituído a real experiência dita pelo autor. Larrosa inclusive critica a forma em que cada vez mais o currículo é analisado pela formação acadêmica conjuntamente a experiência de trabalho. A questionada experiência profissional deve ser muito bem analisada dado que a experiência deve ser algo que nos toca que nos modifica, e agrega marcas positivas ou não.

Ao tratar-se de experiências positivas, enquanto alunoposso relatar uma, que me marcou profundamente, foi uma experiência que tive com a geografia. Por volta dos oito anos de idade (2°série/3°ano) na escola sempre ouvia falar de varias cidades que existem no mundo e também aprendi que o mundo é circular, contudo a imagem do globo terrestre eu não era algo que eu entendia perfeitamente. Sempre, quando passava em uma estrada de maior altitude ou subia ate um lugar alto, onde era possível visualizar varias montanhas e um lindo horizonte, imaginava que naquele final de horizonte era o tão falado final do mundo, quem chegasse ate ali iria cair no espaço. E assim era o mundo a meu ver. Era somente o que podíamos visualizar. À noite quando podia avistar as luzes de uma cidade, logo imaginava que aquela seria Rio de Janeiro ou São Paulo, ou umas dessas bem longes que sempre via falar nos noticiários... Minha mãe sempre dizia que elas ficavam muito longe, então era elas mesmas, já que as luzes estavam tão pequenas e distantes. Contudo, ao passar um tempo vi que havia algo de errado no jeito que era o “meu mundo” não avistava as varias cidades, e o mar? Onde ele estava? Já que, ao olhar no horizonte via apenas serras e vegetação.

Indignada com esta situação, e de não saber o que havia depois do horizonte, resolvi levar estas duvidas ate minha professora, pois, para mim, só ela poderia esclarecer-me. Lembro que era uma criança tímida que quase nunca tinha contato com os professores, respeito e admiração sim, mas a espontaneidade de fazer perguntas não, talvez um pouco ate oprimida. Aguardei o inicio da aula de geografia e no momento oportuno fiz minha pergunta, bem explicada, disse do fim do mundo,

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