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Terra Papagalli

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Por:   •  18/11/2014  •  1.416 Palavras (6 Páginas)  •  1.624 Visualizações

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Trabalho Completo Terra Papagalli

Terra Papagalli

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Categoria: Artes

Enviado por: Bruna 28 novembro 2011

Palavras: 1707 | Páginas: 7

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s, que na fatídica historia da “surpreendente descoberta”, perpetuada através das gerações, não passa de um personagem que pouco se sabe sobre sua participação na aventura comandada por Cabral e sobre sua vida.

Cosme Fernandes inicia a narrativa falando de sua mocidade em Lisboa e de seu grande amor, Lianor, com quem, de acordo com suas próprias palavras, aprendeu “as primeiras letras da mais antiga das línguas”, e a quem jurou amor eterno. Após esses episódios que iniciam a obra, Cosme Fernandes tendo sido preso por ter desonrado Lianor, tem como castigo seu nome entre aqueles que acompanharão Pedro Álvares Cabral, um comandante, até então, sem experiência. Dentro do navio que segue viagem rumo às novas terras, Cosme Fernandes (neste momento já apelidado por seus companheiros de Bacharel) relata o dia a dia da vida em alto mar, inclusive, as insalubridades presentes nas embarcações. Após passar por esses percalços, a tripulação comanda por Cabral finalmente avista a terra que lhes darão abrigo e a oportunidade de viver inúmeras emoções, como o encontro com os índios aqui existentes, a quem Cosme se refere como “seres estranhos”. Após o primeiro contato com o povo indígena, Bacharel narra como foi a primeira missa realizada em terras tupiniquins, como eram as prisões indígenas, e até as batalhas com tribos vizinhas. Conforme a vivência em terras brasileiras, até então chamadas de Vera Cruz, Bacharel lista os dez mandamentos para se viver bem na terra dos papagaios, revelando a identidade do nosso povo.

A obra é narrada em primeira pessoa e tem a estrutura de uma carta, a carta que Cosme Fernandes escreve para enviar à Conde de Ourique, com os detalhes da viagem contados em um diário de navegação. Quanto à linguagem do livro, caracteriza-se por ser deliciosamente irônica, bem humorada e de fácil entendimento, além disso, a obra é carregada de crítica quanto ao fato histórico revisitado (a descoberta, a colonização e o dia a dia dos índios aqui encontrados). Além de recursos irônicos, os autores utilizaram alguns termos em latim, o que configura uma carga de realismo à obra, devido a época em que está contextualizada.

A leitura da obra de Torero & Pimenta exige do leitor um conhecimento prévio acerca do passado histórico do povo brasileiro, e dos clichês hoje instituídos em cima de tais fatos.

Conclusão da autoria:

Podemos dizer que os autores do livro chegaram à conclusão de que para se viver bem na terra dos papagaios é necessário seguir os dez mandamentos listados por Bacharel e que compõem nossa identidade nacional:

1. “Na Terra dos Papagaios é preciso saber dar presentes com generosidade e sem parcimônia, porque os gentios que lá vivem encantam-se com qualquer coisa, trocando sua amizade por um guizo e sua alma por umas contas.”

2. “Quando aparecer alguma dificuldade, mesmo que seja de simples solução, é preciso fazer alarde, espetáculo e pompa, pois nesta terra mais vale o colorido do vidro que a virtude do remédio.”

3. “As gentes da Terra dos Papagaios são muito crentes e de fácil convencimento. Por isso, têm em alta conta os feiticeiros, os falsos profetas e vai a coisa a tanto que não há patranheiro que lá não enriqueça e prospere. E assim é, senhor, que por serem tão crédulos aqueles gentios, pode-se-lhes mentir sem parcimônia nem medo de castigo.”

4. “É aquela terra onde tudo está à venda e não há nada que não se possa comprar, seja água ou madeira, cocos ou macacos. Mas o que mais lá se vende são homens, que trocam-se por qualquer mercadoria e são comprados com as mais diversas moedas.”

5. “Desde o primeiro, são os funcionários daquela terra um tanto madraços e preguiçosos, e, se na frente de seus superiores parecem retos, quando esses lhes dão as costas, revelam-se muito astutos e só nos atendem se lhes damos algo em troca. Portanto, senhor conde, se fordes para lá não se esqueça de ser generoso com eles, pois lá as portas não são abertas com chaves de ferro, mas com moedas de prata.”

6. “Naquela terra de barganhas fazem muito sucesso e não há quem resista a um pequeno regalo. Por isso, é preciso dar sempre um afago aos que podem comprar, pois entre dois mercadores, naquela terra não se escolhe o mais honesto, mas o que oferece mais mimos.”

7. “Naquele pedaço de mundo, senhor conde, não se deve confiar em ninguém, pois se no sábado nos juram eterna fidelidade, no domingo nos enfiam uma espada pela garganta. A verdade é que lá tudo se rege pela conveniência, e sendo preciso, troca-se de bandeira como as mulheres trocam de pano em dia de regra.”

8. “Na terra que se chama dos Papagaios, cada um cuida de si e Deus que cuide de todos, pois pouco se faz por um irmão, nada por um primo e menos coisa nenhuma por um amigo, de modo que cada um só quer saber do seu nariz e, se alguém faz algo por outrem, é a troco de paga ou medo.”

9. “Naquelas paragens, quando se alevantam alguns, o melhor modo de quietá-los é dar-lhes emprego ou título, porque os daquela terra muito prezam serem chamados de senhores e não há um que troque

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