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A CULTURA

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Por:   •  2/4/2013  •  Resenha  •  3.758 Palavras (16 Páginas)  •  871 Visualizações

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A CULTURA

É algo inerente ao ser humano. Não há cultura fora dos humanos. O homem, ao contrário de outros animais, não vive no mundo natural tal como esse lhe foi apresentado.

A cultura se origina quando o homem começa a se diferenciar de outros animais (há milhares de anos), quando ele começa a utilizar instrumentos que facilitam sua ação cotidiana, começa a usar agasalhos e a se organizar além do que sua condição biológica lhe exigia (não só satisfazia as necessidades que sua condição biológica lhe impunha como a necessidade de comer, de se reproduzir, de se defender, de se proteger do tempo, etc.).

A capacidade de adaptação do homem propicia sua adaptação aos locais em que decidia viver. Essa capacidade não o prendia a nenhum nicho ecológico.

A capacidade de intervenção do homem na natureza aumentou e pouco a pouco foi diminuindo sua dependência aos limites impostos pelo instinto biológico.

Esses atos, procedimentos e criações que foram desenvolvidos pelo homem e que não estavam relacionados com o instinto natural é o que denominamos cultura.

O simples uso de uma pedra como peso para papel, por exemplo, é cultura.

E o meio cultural socializa novas gerações tornando o ser humano um herdeiro de um longo processo acumulativo que reflete o conhecimento e a experiência adquirida pelas numerosas gerações que o antecederam. “A manipulação adequada e criativa desse patrimônio cultural permite as inovações e as invenções” (Laraia apud Dias, 2005, p. 50).

Disserte vê-se que sociologicamente (cientificamente) o conceito de cultura se distingue do sentido comumente partilhado pelo senso comum (quando se diz, por exemplo, que fulano tem muita cultura porque possui uma quantidade de conhecimento admirável, ou quando se diz que a cultura do índio é inferior à do homem branco). Todos os seres humanos possuem cultura, e esta não pode ser melhor ou inferior à outra, serão somente diferentes.

Assim, afirmar que uma pessoa tem mais cultura que a outra constitui um juízo de valor emitido a partir do referencial de determinada cultura (etnocentrismo7).

O entendimento do real significado da cultura, da relatividade dos hábitos, costumes e valores - frente à diversidade – e da sua transitoriedade poderão tornar o ser humano mais tolerante, pois aquilo que nos parece adequado pode ter diferentes significados em outros lugares.

Como se disse, a cultura é um fenômeno eminentemente humano. Não há cultura fora dos humanos. Toda criação humana, material ou não material, é cultura; onde não há intervenção ou criação humana temos somente a natureza. Podemos falar, portanto, na existência de meio ambiente natural e meio ambiente cultural.

O ambiente cultural do homem inclui, por exemplo, as vilas, as aldeias, as cidades os animais domésticos, as plantações, os novos relacionamentos entre os indivíduos, a linguagem, as crenças, as religiões, a música, a tecnologia etc.

Indivíduo e Sociedade

A abordagem de Peter Berger e Thomas Lukmann apreende a sociedade como uma realidade ao mesmo tempo objetiva e subjetiva. A sociedade é uma produção humana e o homem é uma produção social. A sociedade é entendida como um processo dialético de exteriorização, objetivação e interiorização. Os autores explicam a sociedade como realidade subjetiva, considerando que a socialização é o processo pelo qual ocorre a interiorização da realidade. A socialização é explorada num duplo viés, a dizer a socialização primária e a socialização secundária. “A socialização primária é a primeira socialização que o indivíduo experimenta na infância, e em virtude da qual torna-se membro da sociedade” (p. 175). Através da socialização primária o indivíduo toma posse de um “eu” e de um “mundo” objetivo, ou seja, é integrado a uma dada realidade. O indivíduo adquire conhecimento do papel dos outros e neste processo entende o seu papel, em suma, apreende sua personalidade através de uma atitude reflexa. A consolidação dos papéis sociais é entendida como tipificações de condutas socialmente objetivadas. A socialização primária envolve o sentimento de emoção, a secundária não. A socialização primária é definitiva. A linguagem é um dos principais mecanismos de socialização primária. “A socialização secundária é qualquer processo subseqüente que introduz um indivíduo já socializado em novos setores do mundo objetivo de sua sociedade (p. 175)”. A socialização secundária é a interiorização de “submundos” institucionais e baseados em instituições. Estes submundos são geralmente realidades parciais, em contraste com o mundo básico adquirido na socialização primária. A socialização secundária não sobrepõe à identidade criada na socialização primária. A socialização secundária admite re-elaboração, pode ser reconstruída. A mudança social ocorre na relação entre a socialização primária e secundária. A socialização primária orienta-se para a formação da identidade social, ela é essencialmente reprodutora do mundo social. É o processo de incorporação da realidade tal qual ela é, ou seja, intenta a integração dos indivíduos nas relações sociais de produção e reprodução existentes. A socialização secundária produz as identidades. Nela ocorre a invenção de novos jogos, de novas regras e de novos modelos relacionais. A partir de um processo de diferenciação da realidade social que ocorre na socialização secundária se programam novas formas de socialização primária. A socialização das gerações é diferenciada. Os aparelhos de socialização primária (famílias, escola) entram em interação com os aparelhos de socialização secundária (empresas, profissões) provocando crises de sentido nos saberes. A socialização secundária pode por em causa as hierarquias e saberes da socialização primária. Afinal, não é a criança quem vai mudar as regras. A possibilidade de construção de outros mundos interiorizados a partir da socialização secundária para além dos que foram interiorizados na socialização primária seria a base da mudança social. A linguagem especializada, própria de cada “campo” é um dos principais mecanismos de socialização secundária. A teorização dos autores sobre o duplo viés da socialização é muito interessante, tornando, por exemplo, a concepção de que parte, qual seja de G H Mead, mais completa. Porém, considero criticáveis alguns pontos da teorização dos autores, mas isso devido à antiguidade do texto, evidentemente muito superado em termos de contexto social – afinal o texto de 1967. Parece haver um Q de determinismo por parte do processo de socialização

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