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A Escola Como Organização

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Por:   •  8/9/2014  •  2.027 Palavras (9 Páginas)  •  195 Visualizações

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A escola como organização do trabalho docente.

Desde que a docência existe, ela se realiza numa escola, sendo essa por sua vez um local organizado espacial e socialmente separado de outros espaços da vida seja ela social ou cotidiana.

A escola é um possui características organizacionais e sociais que influenciam o trabalho dos agentes escolares. A mesma não é apenas um espaço físico, antes é também um espaço social no qual é definido o trabalho dos diversos profissionais que nela atuam, pode ainda ser considerada um local sócio- organizacional, onde esses mesmos indivíduos interagem entre si em relações mais ou menos formalizadas.

Além disso a escola com local de trabalho se caracteriza por “tecnologias” particulares

( Dreeben, 1970) próprias dela, como programas, disciplinas, matérias.

Nos nossos dias a escola assim como outras organizações sociais se caracteriza amplamente pela burocratização e codificação dos agentes que ali trabalham, basta olhar a espessura e a complexidade das regras administrativas que regem o trabalho dentro da escola em vários países.

A falta de recurso de tempo e a escassez de instrumentos pedagógicos, como sendo os principais fatores apontados pelos professores como “materiais” responsáveis pelo motivo de maior dificuldade dentro da profissão.

Os fenômenos formais, concretos entre outros afetam profundamente o trabalho docente, sua atividade profissional e ainda sua experiência.

A escola não é um laboratório nem uma usina informatizada, nela se produzem-se muitas coisas que dependem de circunstâncias do momento ou de fatores humanos incontroláveis ou imprevisíveis, sendo assim seria inútil exagerar na sua racionalidade pretendendo explicar tudo nela tão pouco relacionar tudo a causas e fenômenos únicos. Mesmo apresentando algumas características típicas a escola é também uma organização totalmente flexível, capaz de adaptar-se a uma vasta variedade de contextos históricos e sociais.

Apesar de ter se iniciado aproximadamente no século XVI, como as escolinhas de caridade, apenas a partir do fim do século XVIII é que essa instituição social se consolidou e se difundiu realmente, já nos séculos XIX e XX sua expansão foi garantida por entre outras causas a obrigatoriedade do ensino. Vale constatar que a escola conservou durante séculos uma organização básica relativamente estável, sobre a qual foi instalada uma administração e uma burocracia altamente pesadas e cada vez mais onipresente.

Além das inúmeras variações e períodos da Europa, entre os séculos XVI E XVIII , assiste-se sobretudo graças aos esforços de comunidades religiosas de ensinos e grupos semelhantes (os Irmãos das escolas cristãs), à emergência e a estruturação de uma nova forma de educação destinada a ser forma dominante em seguida, a escolarização (Berthelot, 1983).

Esta nova forma repousa sobre um dispositivo organizacional que se instala rapidamente sobre alguns elementos do trabalho escolar que repercutem sobre a tarefa dos professores.

Segundos diversos autores entre eles (Chartier et all., 1976) a escola apresenta ainda hoje algumas características que vigoram desde o fim do século XVII.

Pode se citar entre outras, a utilização de diferentes instrumentos (livros, cadernos, quadro, manuais, etc.) que tem como finalidade transmitir cultura escrita, saberes codificados e afazeres.

Entre historiadores, sociólogos e outros especialistas desse assunto, pode-se afirmar que o surgimento das escolas correspondam como diríamos ao surgimento das diversas necessidades internas da sociedade moderna em plena edificação, por exemplo se analisarmos as idéias de Michel Foucalt a respeito das “sociedades disciplinares”, observamos sensivelmente na mesma época o surgimento de outras grandes organizações sociais da modernidade( hospitais, asilos, prisões).

Além disso alguns fatores como a industrialização e urbanização tiveram também papel importante, principalmente devido a mudança da estrutura familiar.

Tanto sendo uma pequena como aquelas do interior com uma ou duas salas, até aquelas gigantescas com dezenas de classes e milhares de alunos, a escola sempre irá repousar quanto sua organização sócio- física, sobre um espaço simples e estável, ou seja suas classes, nos quais os professores trabalham separadamente cumprindo ai essencialmente seu papel.

Assim como as outras organizações a mesma é fortemente burocratizada, mas seu núcleo central ou seja suas classes, permanece numa proporção consideravelmente refratária aos controles burocráticos.

O surgimento da classe como primitiva célula da escola moderna, não serve para definirmos a docência. A escola depende amplamente, se não exclusivamente, de vontade e das iniciativas locais, bem como dos recursos que a sociedade dispõe para investir nela.

Em geral, a comunidade na qual a escola se insere se interessa mais pelas qualidades morais do docente do que por suas competências pedagógicas (Charlot, 1994).

Tanto para leigos como para religiosos, ensinar é uma verdadeira ocupação em tempo integral, entretanto apenas no final do século XIX e início do século XX é que a docência começa lentamente a assumir a configuração que conhecemos hoje, quando a instrução se torna obrigatória e as classes e escolas se unem para estabelecer as bases de um sistema mais considerável e também mais estável. É nesse período que ela se afasta da vocação religiosa e o estudo se torna progressivamente uma ocupação realizada por leigos, sobretudo mulheres, além disso como em outras instituições o Estado ao exercer domínio sobre a mesma substitui as tradições espontâneas e os mecanismos cegos por um planejamento explicito de educação, nesse contexto que a profissão docente vai tornando-se lentamente objeto de normas explícitas e a formação profissional vai se estabelecendo progressivamente e na medida que a educação toma forma de escolarização planejada pelo estado a docência vai ganhando autonomia e ganha traços de estabilidade, beneficiada pouco a pouco pelo seu espaço de ocupação profissional e seu recrutamento.

É no andamento dessa evolução , na qual se estabelece, passo a passo, a estrutura da organização escolar, que a classe tal conhecemos hoje, torna-se a unidade básica de ensino.

Desde o seu surgimento os colégios e as pequenas escolas propõem uma pedagogia baseada num modelo autoritário e num controle disciplinar bastante sistemático exercido pelo mestre sobre os alunos, como se o mestre fosse o sol do sistema pedagógico e as ações dos alunos girava em

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