A Gentileza

                                                               Gentileza

      Todos os dias para ir à escola, pego o ônibus da linha 322. Em certo dia um menino entrou pela traseira do ônibus, sem pagar, e se assentou como se nada tivesse acontecido.

      Revoltei-me com tal atitude, pois todos haviam pagado passagem, e o menino além de não pagar, pegou o lugar de alguém que precisa, mas ninguém disse nada, acho que todos tem medo, sei lá.

     Chegando a escola, no terceiro horário tivemos aula de diversidade cultural, o debate foi acalorado, as pessoas “atropelavam” umas as outras, com grosseria discordavam uma das outras. O sinal soa nos avisando que já era hora do intervalo.

     Nesse momento fui para a fila da cantina. Percebi que mais a frente, no inicio da fila, havia alunos gritando entre si e se acotovelando. Logo percebi que o motivo da bagunça, foi pelo motivo de um aluno ter furado a fila. Por fim, o empurraram para fora da fila, gritando xingamento e palavrões.

    Voltando para casa comecei a pensar em com minha percepção havia sido aguçada para perceber as faltas de gentileza naquele dia e em como elas estão presentes, enraizadas em nossas orações, devido a falta de empatia.

   Mas, afinal, o que eu tinha feito de gentil neste dia? Estava julgando o próximo pela falta de empatia, porem eu mesmo não estava sendo empática. Quem sou eu para julgar outra pessoa sem saber se ele ao menos sabe o que é ser gentil? Será que alguém já deu algum exemplo de gentileza para essas pessoas?

   Nesse momento percebi que estava sendo hipócrita e que deveria procurar praticar mais gentilezas, sendo capaz de dar os exemplos para os outros. De que adianta querer mudanças nas pessoas se eu mesmo não revejo meus conceitos, não é mesmo?

   Muitas vezes cobramos atitudes de outras pessoas que não encontramos em nos mesmo. Falamos como o outro é mal educado, grosseiro, não gentil, mas observamos que por momentos, compartilhamos de suas mesmas ações, ou até mesmo, algumas além. Podemos ver que gentileza é uma via de mão dupla: para se receber gentileza, é preciso negar um pouco para si mesmo, e doar para o próximo.

   Que possamos gerar a gentileza em nos mesmo, e não apenas esperar a mudança em outras pessoas.