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A Jornada do Escritor

Por:   •  11/11/2022  •  Abstract  •  641 Palavras (3 Páginas)  •  50 Visualizações

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        Desenhando Cidades é um artigo de Karina Kuschnir, que aborda questões sobre o fazer artístico por artistas e não artistas, no contexto das cidades. Durante o texto, Karina relata sobre as diferentes perspectivas que o desenho urbano pode tomar ao ser produzido por pessoas que não são, exclusivamente, artistas. Além disso, o desenho é tratado como forma de produzir conhecimento, por retratar o que está ao redor do desenhista, através do seu olhar.
        Karina apresenta pontos relevantes da atividade artística dos desenhos de cidades ao expor exemplos de artistas que iniciaram e incentivaram essa prática, além dos benefícios que esse exercício pode proporcionar para o sujeito e para a sociedade. Nesse sentido, ao exercer o desenho de observação, o indivíduo passa a ter o olhar treinado para captar o que está a sua volta, tanto do cenário quanto das pessoas que o cercam.  Por isso, os desenhos de observação contam histórias e servem de registro de tempo e lugar.
        Outro ponto apresentado é a possibilidade de conhecer o mundo através do desenho por permitir a exploração e esse outro tipo de observação. Ao se observar determinado ambiente, é necessário um olhar atento para captar as nuances e conseguir retratar para o papel sua perspectiva. Com isso, é possível mostrar ao outro o mundo e a realidade pela perspectiva do artista. O processo torna-se, também, uma jornada de autoconhecimento para quem executa. Sem a necessidade de ser um profissional do desenho para praticar, esses exercícios se tornam uma licença criativa que permite o amador tentar.
        O artigo de Karina Kuschnir ressalta a importância do desenho na antropologia. Não apenas o desenho, mas, também, o fazer artístico. Ao buscar formas diversas de registrar os conteúdos observados, o desenho pode ser uma ótima ferramenta. Além disso, proporciona ao observador a oportunidade de integrar o ambiente, tornando-se parte dele.
         Nesse sentido, seguindo a perspectiva abordada no artigo, podemos relacionar as reflexões com outras áreas artística. O escritor e poeta Marcelino Freire, comenta que a função do poeta é inaugurar, no leitor, uma percepção que ele não havia notado. Ao proporcionar isso ao público, o artista empresta sua visão para que ele consiga enxergar a subjetividade do seu próprio mundo e encontrar as vivências que pode se identificar
        Dessa forma, a proposta do trabalho é permitir a troca de percepções através da fotografia. Por meio das lentes e das visões do outro, também podemos registar - como no desenho das cidades -, situações, eventos, ambientes e seres que podem ser relevantes a nós.

Encerro com uma citação de Fernando Pessoa, escrevendo como Bernardo Soares no Livro do Desassossego.

“A arte consiste em fazer os outros sentir o que nós sentimos, em os libertar deles mesmos, propondo-lhes a nossa personalidade para especial libertação. O que sinto, na verdadeira substância com que o sinto, é absolutamente incomunicável; e quanto mais profundamente o sinto, tanto mais incomunicável é. Para que eu, pois, possa transmitir a outrem o que sinto, tenho que traduzir os meus sentimentos na linguagem dele, isto é, que dizer tais coisas como sendo as que eu sinto, que ele, lendo-as, sinta exactamente o que eu senti. E como este outrem é, por hipótese de arte, não esta ou aquela pessoa, mas toda a gente, isto é, aquela pessoa que é comum a todas as pessoas, o que, afinal, tenho que fazer é converter os meus sentimentos num sentimento humano típico, ainda que pervertendo a verdadeira natureza daquilo que senti.

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