A Obsolescência Programada

Resumo

        Desde o início do século XX, a indústria começou a produzir pensando sempre mais a frente, que seria quando o seu produto estaria obsoleto e seu consumidor teria de comprar outro que realize as mesmas funções, porém novo, portanto, para encurtar esse intervalo de tempo entre uma compra e outra, foi posta em prática a obsolescência programada. Esse artigo obedece uma metodologia de pesquisa exclusivamente bibliográfica, fazendo assim um artigo de revisão. A obsolescência programada é realidade do mundo moderno que afeta diariamente a vida de toda a população do planeta diretamente ou indiretamente, e é responsável pelo grande crescimento do lixo eletrônico produzido no planeta.

Palavras-chaves:  engenharia de produção, obsolescência programada, meio ambiente, consumo.

1 Introdução

As táticas para controlar os desejos do consumidor ganharam forças a partir da década de 30. Com o modo de produção capitalista predominante nas potencias mundiais, tinha-se um problema que a oferta era maior do que o da demanda, criando dificuldade para os produtores encontrarem consumidores para seus produtos. A solução era obrigar, ou convencer, o consumidor a comprar um novo produto mesmo que a diferença entre o novo e o antigo sejam mínimas, reforçando o ciclo de desejo, saciedade, desinteresse e novo desejo. (SILVA, 2007)

2 A obsolescência programada

A obsolescência não ocorre aleatoriamente, ela é calculada pelo setor produtivo e pode ser dividida em três: a obsolescência de qualidade, obsolescência tecnológica, obsolescência psicológica. (SILVA, 2007)

A Obsolescência de Qualidade, é quando a empresa fabrica um produto com resistência inferior com a finalidade que ele quebre ou desgaste rapidamente para reduzir a durabilidade do produto, ou seja diminuir seu tempo de vida, outra tática é a venda de peças de reposição com preços elevados levando o consumidor a ter que comprar outro produto igual ou uma versão mais nova do próprio ao invés comprar a peça para o conserto (SILVA, 2007). Um exemplo deste tipo é evidente em algumas impressoras após um certo números de impressões ela para de funcionar e o custo das peças e da mão de obra do conserto são extremamente elevados, mas para a volta do uso normal da máquina basta apenas fazer o download de um software que tira o limite de páginas impressas e a troca da esponja que fica dentro da impressora. (SOUSA, DOMINIQUI, 2014)

A Obsolescência Tecnológica é considerada a menos agressiva, pois consiste em estimular o consumidor a comprar um novo produto com tecnologia superior. Entretanto, apesar de ser a forma menos danosa de obsolescência, ainda sim não é muito bem vista, visto que essa suposta tecnologia superior muita das vezes é desnecessária para o consumidor. Pode-se discutir, por exemplo, pessoas que não sabem nadar e compram um relógio que resiste a 200 metros de profundidade, ou compram um veículo fora-de-estrada mas utilizam ele na cidade. Por outro lado, é inegável que novos produtos tendem a oferecer um maior conforto ao usuário e         em alguns casos, o produto novo impacta menos o meio ambiente que seu predecessor. (SILVA, 2007)

Obsolescência Psicológica também conhecida como obsolescência de estilo consiste em convencer o consumidor que seu produto está ultrapassado, mesmo que ele não apresente nenhum defeito (SILVA, 2007). Como exemplo disso dessa situação foi o caso do lançamento do iPad 4, da empresa Apple, que foi processada pelo Instituto Brasileiro de Política e Direito da Informática por lançar a versão poucos meses depois de ter colocado em circulação o iPad 3. Os usuários desse produto, diante do lançamento de uma nova versão que praticamente não apresentava diferenças técnicas, viram o seu produto como obsoleto e procuraram comprar a nova versão. Vale lembrar que essa não é uma ação de uma única empresa, mas uma tendência coletiva de mercado. (PENA, 2016)

2.1 Impactos da obsolescência no meio ambiente

Com a utilização da obsolescência programada, a produção de lixo eletrônico aumenta exponencialmente a cada ano. Entretanto ainda não se tem um meio de descarte desses produtos que não afetem o meio ambiente. Em alguns países africanos acabam sofrendo as consequências desse ato industrial, pois eles são os principais destinos para onde vão os resíduos eletrônicos dos outros países desenvolvidos.

De acordo com a Convenção de Basiléia é proibido o envio de resíduos perigosos sem o prévio e explícito consentimento do país receptor. Porém, para burlar a lei, os países que descartam esses resíduos alegam que se trata de produtos de segunda linha.

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