A Pesquisa e a Pedagogia: Desafios da produção do conhecimento pedagógico na atualidade

DISCIPLINA: PESQUISA EM EDUCAÇÃO

DOCENTES: JEANE FÉLIX DA SILVA E JOSÉ LEONARDO R. DE LIMA SEVERO

DISCENTE:  JOSÉ DOUGLAS DE ABREU ARAÚJO

Comentários sobre “O problema educativo, a pesquisa e a Pedagogia: desafios da produção do conhecimento pedagógico na atualidade” ^[1].

        O fenômeno da educação como uma atividade complexa, humana, prática e polissêmica se constitui um objeto de estudo na diversidade das suas especificidades colocadas historicamente e socialmente, como discutiram intensamente Ghedin e Franco (2008, p. 37- 68). As novas demandas provindas das transformações socioculturais exigem uma investigação cientifica das variáveis complexas que as permeiam. Para isso a pesquisa qualitativa configurou mudanças epistemológica de se pensar, organizar, fazer compreender e transformar a educação a partir da realidade imersa no cotidiano do professor-aluno-sociedade, resultado da emergência de novos cenários que a ciência educacional empírica não resolveu, somente, com metodologias de evidencio qualitativo foi possível transformar e fertilizar o objeto de estudo em educação, como também, a dialética entre método e objeto para responder aos problemas educacionais no contexto da realidade social.

        Sendo assim, não basta afirmar que conhece a educação pelas experiências educativas vivenciadas no cotidiano, isso se constitui um conhecimento empírico/intuitivo, pois, não possui um método adequado para compreender os significados profundos e complexos desse fenômeno. Nesse proposito Navas (2004) estuda o conceito de educação e sua dimensão, destacando as diversas características, ajudando na compreensão dos desafios científicos e pedagógica da atualidade. Entre essas características destaca “[...]proceso humano de perfeccionamiento, vinculado a determinados valores sociales, que utiliza influencias intencionales, y que tiene como finalidad la individualización y la socialización del individuo” (NAVAS, 2004, p.43). Assim a educação se constitui um processo intrínseco ao homem, que, na sua complexidade envolve o mesmo num conjunto de atividades que configura o seu desenvolvimento.

        Somente estudando o campo do conhecimento da Educação compreendermos a sua amplitude conceitual e como a teoria/prática educacional se constitui intrínseca ao homem e seus processos sociais. Nesse sentido existe a necessidade de produzir novos conhecimentos que reflita, analise e responda a emergência educacional posta historicamente, ou seja, produzir teoria. Com isso a Pedagogia formulada em Ciência da Educação se constitui o processo de ressignificação epistemológica esquematizado por Severo e Pimenta (2015), como uma ciência dialética e práxica, que, deve ser apartada do paradoxo tradicional na qual a identifica, apenas como docência, contrariando a sua própria identidade epistemológica de Ciência Educacional. Com isso a Pedagogia tem um papel amplo e científico que abrange os interesses sociais da educação dando respostas epistemológicas na abrangência dos problemas educativos.

        Nessas ponderações fica explicito que os problemas educativos, a pesquisa e a pedagogia são objetos de estudo da Ciência da Educação, na qual, produz conhecimentos para responder as demandas postas historicamente na sociedade. Cabe ressaltar que o método qualitativo na pesquisa em educação foi importante para compreensão dos complexos variáveis da totalidade desse fenômeno. Com isso, a utilização do método certo e a contribuição da Pedagogia na ressignificação epistemológica contribui no entendimento, nas mudanças e respostas para a transformação educativa.

Síntese

O método científico da educação deve estar comprometido com a emancipação do homem, possibilitando condições formadoras e incentivadoras. Conforme Ghedin e Franco (2008) os critérios da ciência tradicional não podem e não deram conta de estudar a educação. Isso prejudicou seu objeto de estudo e seu desenvolvimento que requer procedimentos e ações conforme uma racionalidade que lhe sirva de conjectura.

Nessa perspectiva, é importante compreendermos o que é educação. Luengo Navas (2004) destaca a complexidade envolvida na definição dela, destaca que a educação tem uma finalidade individual e social, isto é, um processo interativo no qual o sujeito tem uma capacidade pessoal para se desenvolver, mas para isso precisa interagir socialmente. A educação é um fenômeno intrinsecamente humano, cujo alvo é o próprio indivíduo, não se trata de priorizar apenas a formação científica, e sim de possibilitar subsídios para a emancipação deste e modificar a realidade ao seu favor e em favor dos outros. Portanto, não esqueçamos que a educação exige um processo permanente, inacabado, amplo e diversificado, isto é, não pode se limitar a estágios da escola, mas, acompanha o processo de vida do sujeito.