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A Visita técnica Como Recurso Metodológico Aplicado Ao Turismo

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Por:   •  15/5/2014  •  1.898 Palavras (8 Páginas)  •  564 Visualizações

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A Visita Técnica como Recurso Metodológico Aplicado ao Turismo

As experiências aqui descritas tratam da conceituação dos estudos aplicados em aulas práticas como parte dos recursos metodológicos destinados aos alunos de Cursos de Graduação em Geografia e em Turismo. Estes cursos têm certa homogeneidade nos seus aspectos naturais, culturais e econômicos, o que determina a fusão de um conceito voltado para a observação empírica, que pode ser utilizado pelos seus profissionais.

Hoje se percebe a importância da visita técnica (V. T.), como forma de rever os conceitos teórico-metodológicos e expressar o diálogo produzido em sala de aula, através da descrição da paisagem geográfica, conhecida como o campo de desenvolvimento da ciência geográfica, com a construção de conceitos a partir de observações feitas no desenvolvimento técnico-científico e reforçadas pelo método da visita técnica. Esse tipo de trabalho possibilita o conhecimento do mundo ou do nosso entorno – que significa compreender a sua estrutura espacial e os fenômenos dos lugares. Ao conhecer o território em que se vive compreende-se a identidade e o sentimento de pertencimento do meio em que se vive.

Mas como, ou quais seriam esses campos de observação? Neste contexto, podem-se tomar como exemplos: as cidades, o campo, os sistemas de transportes, o sistema sócio-econômico, as diversidades étnicas e culturais ou tudo aquilo que a vista possa alcançar.

Para a escolha metodológica das técnicas e métodos utilizados para aprofundar o conhecimento das ciências de um modo geral, pode-se perceber que dentro de uma visão mais holística o território a ser observado é o palco de todas as inter-relações que se pretende analisar. Para tanto, quanto mais simples e objetivo forem os métodos utilizados nas visitas técnicas, mais rápido se obtém uma resposta aos objetivos formulados.

Em experiências com visitas técnicas no semi-árido do Nordeste brasileiro como prática obrigatória em cumprimento à avaliação de disciplinas acadêmicas, pode-se observar que a diversidade regional que particulariza esta região é típica desse lugar.

Em 2002, algumas visitas técnicas realizadas no semi-árido do Estado da Paraíba, por alunos de graduação em Geografia, foram programadas tomando como objeto de estudo as diversidades de paisagens naturais e sua interação com o desenvolvimento sócio-econômico. Para isso, os objetivos propostos se pautaram em identificar as características peculiares das atividades sociais e as mudanças que a paisagem natural sofre no decorrer do ano.

Nesta região, há um período chuvoso e um longo período de estiagem que pode chegar até os oito meses de seca prolongada. São nestas estações que se torna possível observar as potencialidades existentes na região e depois fazer um diagnóstico dos seus recursos em épocas distintas.

Esta forma de análise serve para pontuar as diversas estratégias na sustentabilidade para o desenvolvimento do Turismo na região. Como exemplo dessa possibilidade, há a Festa do Bode Rei, realizada uma vez por ano no município de Cabaceiras, “Uma das cidades em que menos chove no Brasil” (Ab’Saber, 1997). Apesar de sua fragilidade natural, aquela região é rica em diversidade cultural, e está atraindo turistas para todo seu entorno.

Esta localidade, entre outras encontradas no semi-árido nordestino, é um ambiente muito fragilizado pelas intempéries naturais da seca, mas, assim como em outras microrregiões do Estado da Paraíba, a força do sertanejo ensina mais o como se adaptar a esse ambiente do que estudos científicos e analíticos debatidos nas salas de aula das grandes academias.

Sabendo-se dessas potencialidades, como definir uma metodologia de trabalho de campo ou visita técnica? Para isso, enfatiza-se a natureza do objeto de estudo da Geografia como um dos exemplos a serem seguidos por outras áreas, como seria o caso do Turismo. Esta natureza estaria voltada para fins que proporcionassem uma maior relação entre as áreas de interesse, conforme se define,

“(...) para o conhecimento/ análise dos fatos/ fenômenos espaciais. A observação empírica assume uma ampla dimensão, na medida em que o enfoque do conhecimento local, específico, deve ser o ponto de partida para a efetivação da compreensão em escalas mais amplas, extrapolando assim a pura e simples descrição, tradicionalmente presente na abordagem geográfica, para incorporar a análise e interpretação dos fatos/ fenômenos observados.” (Silva, 1988: 73, apud Ferreira, 2002: 1)

Nesta visão conceitual, observa-se que a preocupação com a base metodológica é fator principal para obtenção de um bom resultado no que diz respeito ao trabalho que foi pré-estabelecido, ou seja, a elaboração dos objetivos propostos tem que se difundir na análise positiva dos resultados a serem obtidos posteriormente, como se observa Elias, para quem“(...) a metodologia é o conjunto de recursos técnicos de apreensão da realidade e nos serve para a obtenção dos dados empíricos e seu processamento, nos auxiliando na mensuração do objeto de estudo. Apesar de não conter a essência deste, é fundamental para melhor apreendê-lo.” (Elias, 1999: 104, apud Ferreira 2002: 5)

Notadamente este referencial fecha o termo metodologia em um contexto mais amplo, em vez de se retratar apenas ao procedimento metodológico. Quando se tem um conceito fechado dessa magnitude, a visita técnica tem que ser aprofundada, ou ainda mais elaborada. Este tipo de abordagem é mais utilizado nos grandes projetos e nos trabalhos de maior abrangência.

Para abordagem das visitas técnicas específicas para a área de Turismo, não há uma receita elaborada: as ações efetuadas antes, durante e depois das visitas seguem os mesmos procedimentos metodológicos já citados anteriormente.

Estas visitas serão formuladas de acordo com a temática de estudo. Para isso, uma visita técnica que aborde as questões ambientais requer que o mediador da disciplina disponha de um breve estudo sobre as questões ambientais, tanto em escala global, como regional, tomando-se os conceitos de meio ambiente, conservação, preservação, impacto ambiental e de todas as leis e convenções que retratem as questões relacionadas com a temática em estudo.

A Visita Técnica e o Espaço Produzido

As características do espaço-trabalho nas visitas técnicas decorrem do conceito que ela exige em transformar o que se observa em realizado e desse modo estabelecer os critérios e dissertar (relatório técnico) o que foi vivenciado. Para este caso têm-se umas construções empíricas. Em tempos primórdios

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