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Antropologia Teológica e Graça

Por:   •  24/9/2016  •  Trabalho acadêmico  •  941 Palavras (4 Páginas)  •  468 Visualizações

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    INSTITUTO SANTO TOMÁS DE AQUINO – ISTA[pic 1]

CURSO DE TEOLOGIA

Disciplina: Antropologia Teológica e Graça

Professor: Paulo Sérgio Carrara, CSsR

Aluno: Acácio dos Santos Ferreira

QUESTÃO PARA TRABALHO INDIVIDUAL (20 pontos)

Data da entrega: 19 de setembro

A antropologia paulina define o ser humano como psyché, pneûma, sôma e sarx. Que significam esses termos na antropologia para o apóstolo? Como avaliar a tradução “alma” para o termo psyché? Paulo utiliza um termo da filosofia grega na sua antropologia? O Concílio Vaticano II, por sua vez, afirma que o ser humano é alma e corpo ao mesmo tempo: “O homem é uno em corpo e alma” - corpore et anima unus (GS 14). Como entender o ser humano enquanto corpo e enquanto alma sem cair no dualismo da filosofia grega?

A antropologia de Paulo encontra suas bases no pensamento hebraico registrado na literatura veterotestamentária. Ele se interessa pelo ser humano em seu aspecto teológico e alguns termos de sua antropologia, ainda que gregos, se inserem na tradição do AT, iluminados pela perspectiva cristológica por ele adotada. Paulo não faz uma descrição do homem em si mesmo, ele fala das relações do homem para com Deus. Ele fala sobre o homem a partir do evento Cristo. O termo psyché não é tão frequente em Paulo, mas, quando aparece, se aproxima do termo nefesh do AT, significando ser vivo ou ser humano (cf. Rm 2,8; 13,1), a força vital, o homem ou um pronome pessoal (cf. Rm 11,13; 1 Cor 15,45; Fl 2,30; Cor 12,30).

Já o termo pneûma assume diversos significados em Paulo. Assim como no AT, nefesh e ruah podem se equivaler, em Paulo pneûma pode se equivaler a psyché, inclusive sendo usado como pronome pessoal (cf. 1 Cor 16,18; Gl 6,18). Por outro lado, como acontece com ruah, pneûma faz alusão ao espírito comunicado por Deus, o dom que possibilita ao homem estar em diálogo com Ele (cf. 1 Cor 2, 10;12)(RUIZ DE LA PEÑA, 1988, p. 72). De fato, no AT encontramos numerosos textos segundo os quais o espírito-ruah é o sopro de Deus que concede e sustém a vida humana. A mesma função do espírito-pneûma é expressa por Paulo. O espírito-pneûma é o verdadeiro eu interior do ser humano, é com o espírito que um crente serve a Deus (cf. Rm 1,9). Pelo espírito uma pessoa se torna capaz de desfrutar da comunhão com


Deus (cf. 1 Cor 6,17). A graça de Deus é concedida ao crente no âmbito do espírito (cf.Gl6,18). Pnêuma, em conexão com o ruah do Antigo Testamento, pode significar tanto o princípio da vida concedido por Deus, quando a pessoa humana, sendo utilizado, neste último caso, como pronome pessoal. Particularmente importante é o uso paulino do termo pnêuma para designar o homem inteiro aberto à ação do Espírito Santo, em contraposição à sarx, entendida, neste contexto, como fraqueza, mortalidade e solidariedade com o pecado.

Sarx (carne), em Paulo, é o equivalente grego do basar hebraico. Ele é o autor neotestamentário que mais utiliza o termo sarx (91 vezes nos escritos paulinos e deuteropaulinos, sobre um total de 147 vezes em todo o Novo Testamento). Paulo o emprega para designar tudo aquilo que é puramente humano. (GARCÍA RUBIO, 1989, p. 264). O termo sarx define a natureza humana, o ser humano em sua condição nativa, o que é frágil e perecível (cf. Rm 6,19; 1 cor 10,18; Gl 4,23.29). A expressão “segundo a carne” faz alusão à descendência biológica do ser humano e à sua pertença à humanidade (RUIZ DE LA PEÑA, 1988, p. 72-73). Sarx pode ainda receber em Paulo uma significação teológica importante: o homem fechado sobre si próprio, na sua autonomia orgulhosa que o leva a rejeitar as possibilidades oferecidas por Deus. É o ser humano em sua debilidade moral, que tende ao pecado e é por ele influenciado (cf. Rm 7, 18; 25). A sarx enquanto debilidade moral é o que se opõe a pnêuma. A vida segundo a carne se opõe à vida segundo o espírito (Rm 8,5-11; Gl 5,16-24). Sarx, pois, refere-se tanto à condição natural do homem quanto à sua condição pecadora. Nesse caso, pode-se viver na carne sem que se combata segundo a carne (2 Cor 10,3) (RUIZ DE LA PEÑA, 1988, p. 73).

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