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Aspectos Da Dinamica Da Familia Com Dependencia Quimica

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Por:   •  10/6/2014  •  1.002 Palavras (5 Páginas)  •  556 Visualizações

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Histórico do tratamento em dependência química

Pesquisas na área de dependência química têm revelado a

importância da família como fator de proteção e prevenção à

recaída (Carvalho & Almeida, 2003; De Micheli & Formigoni,

2001; Fliglie, Fontes, Moraes, & Payà, 2004). Nos últimos anos,

a adição e suas consequências na vida do indivíduo e sua família

têm sido consideradas um problema de saúde pública, sendo

um fenômeno de grande relevância social e acadêmica, já que

seu tratamento implica na articulação de múltiplas abordagens

terapêuticas (Silva, 2001).

Entre as modalidades de tratamento adotadas nestes casos, as

mais comumente utilizadas são as internações em comunidades

Estudos de Psicologia, 18(4), outubro-dezembro/2013, 551-558

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terapêuticas (CT) ou clínicas de desintoxicação, os atendimentos nos centros de atenção psicossocial para álcool e outras drogas (Caps Ad) e a participação de grupos de apoio, também chamados de grupos de auto-ajuda.

As CTs são modalidades de atenção à saúde surgidas na Grã-Bretanha na década de 1940, utilizadas para tratamento de pacientes psiquiátricos crônicos e posteriormente adaptadas à terapêutica de dependentes químicos (Raupp & Mulnitisky-Sapiro, 2008). Constituem-se em espaços de tratamento de longo prazo para psicodependentes, administrados por ex-usuários de drogas previamente internados nessas instituições. Os residentes, assim chamados os pacientes internados na CT, precisam permanecer um período de nove meses sem qualquer recaída para obterem alta e a graduação. A partir de então, podem permanecer na instituição, trabalhando como monitores, se assim desejarem (De Leon, 2003).

Já as clínicas de desintoxicação podem ser centros de tratamento específico, destinado a pacientes adictos, como também leitos demarcados em hospitais gerais públicos ou privados, consistindo uma forma relativamente segura, que visa monitorar sintomas de abstinência, controlando complicações físicas e psicológicas (Zeni & Araújo, 2011). Para Laranjeira e Romano (2004) a desintoxicação é a primeira fase do tratamento, associada a altos índices de recaída. Nesta modalidade terapêutica, os índices de abstinência após a alta é relativamente maior quando o paciente é acompanhado por cuidados ambulatoriais posteriores, inserido em programas de acompanhamento psicológico.

Os CAPS Ad constituem-se em unidades locais de saúde pública regionalizadas que oferecem atendimento especializado a usuários de álcool e outras drogas, criados em substituição aos hospitais psiquiátricos e seus métodos de tratamento do sofrimento mental (Brasil, 2003).

Como opção terapêutica destacam-se, ainda, os grupos de auto-ajuda, coordenados por ex-usuários ou algum familiar envolvido com uso/abuso/dependência de drogas. Destacam-se os AAs (Alcoólicos Anônimos) e os NAs (Narcóticos Anônimos), reconhecidos e atuantes nos cinco continentes desde 1935, tendo sua origem nos Estados Unidos e posteriormente, difundido ao redor do mundo (Alcóolicos Anônimos, 2011).

As possibilidades terapêuticas até aqui referidas são opções de tratamento que pouco contemplam a inserção familiar. Entretanto, a literatura existente acerca da temática tem referido a importância do enfoque familiar para o tratamento das adições (Schenker & Minayo, 2003). Schenker e Minayo (2004) reforçam as ideias já apontadas por Sudbrack (2001) ressaltando a importância da inclusão da família no tratamento, oportunizando a modificação dos padrões familiares, contribuindo assim, para uma dinâmica familiar funcional. De acordo com Payà (2011) a família com dependência química pode ser considerada uma rede de inter-relações na qual seus valores, crenças, emoções e comportamentos, influenciam os membros da família e são, por ela, influenciados.

Nesse sentido, Fliglie, Bordin e Laranjeira (2010) apontam a terapia familiar como modalidade terapêutica que contribui para a mudança do comportamento abusivo e qualidade de vida familiar. Com isso, do ponto de vista sistêmico, a drogadição pode ser entendida como sintoma da família, em que o doente não é apenas o paciente identificado, mas todo o sistema familiar. Assim, a família busca ajuda para o familiar adicto

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